A PROFECIA DO ANEL AZUL

Capítulo 2

Após escaparem por pouco da Caverna de Draal, Lucas, Caio e Lia achavam que sua aventura tinha terminado. No entanto, aquilo era apenas o começo.

Naquela noite, acampados perto da serra, enquanto observavam o céu estrelado, o anel com a pedra azul que retiraram da caixa começou a brilhar intensamente. Lia, que o havia guardado no bolso do casaco, o retirou com cuidado. A pedra pulsava como um coração vivo, e de dentro dela surgiu uma figura translúcida — a projeção de uma mulher de olhos brancos, com vestes antigas e um cajado em mãos.

— Guardadores escolhidos, começou ela, com voz ecoante. — O Tesouro de Draal não era apenas um fim, mas um chamado. O mundo corre perigo. E apenas vocês podem impedir o retorno de Kravon, o devorador das sete realidades.

Os três jovens se entreolharam. Caio foi o primeiro a reagir.

— Kravon? Isso é uma brincadeira?

A figura continuou:

— Há séculos, Kravon foi aprisionado pela Ordem dos Vigias do Tempo. Mas as correntes mágicas estão se enfraquecendo. O anel azul é a chave... e também o escudo. Vocês devem levá-lo até o Templo de Miravall, além das Montanhas Geladas. Só lá ele poderá ser reativado.

Antes que pudessem perguntar algo, a imagem desapareceu. O anel apagou-se, e a noite voltou ao silêncio.

— Isso só pode ser um sonho — disse Lia.

— Sonho ou não — respondeu Lucas, olhando para o céu —, nós fomos escolhidos. E não podemos ignorar.

RUMO ÀS MONTANHAS

Com o mapa mágico do livro antigo que encontraram, eles traçaram a rota até Miravall: uma jornada de mais de trezentos quilômetros através de florestas densas, vales inexplorados e a temida Cordilheira do Norte, onde poucos ousavam pisar.

No terceiro dia de viagem, em uma vila esquecida chamada Vale do Eco, encontraram um homem cego que parecia já esperá-los. Sentado em frente a uma lareira, ele os chamou pelo nome.

— Lucas, Caio, Lia... demoraram.

— Quem é você? — perguntou Lia, recuando.

— Fui Vigia do Tempo. Me chamo Altren. E sei que o anel já escolheu seu portador — disse, apontando para Lia, mesmo sem vê-la.

Ela ficou em silêncio. O anel, desde o encontro com a projeção, não saía de sua mão.

— O caminho até Miravall é perigoso — continuou Altren. — O inimigo já despertou seus arautos. Um deles, o Cavaleiro Sombrio, persegue vocês neste exato momento.

Caio engoliu em seco.

— Então... o que fazemos?

Altren entregou a eles um medalhão dourado, com símbolos que se encaixavam nas runas do livro mágico.

— Isso abrirá o portal para as trilhas ocultas. Só assim escaparão das criaturas que os espreitam. Mas cuidado... o portal só dura sete minutos. Não falhem.

O PORTAL ESCONDIDO

Na manhã seguinte, após deixarem o vilarejo sob uma densa neblina, chegaram a um círculo de pedras marcado no mapa. Ao tocarem o medalhão no centro, as pedras começaram a girar, criando uma abertura brilhante em meio ao ar — como uma janela viva rasgada no tecido da realidade.

— Sete minutos — lembrou Lucas. — Vamos!

Eles atravessaram.

Do outro lado, estavam em uma trilha ancestral, entre árvores gigantescas que sussurravam palavras em línguas esquecidas. O tempo parecia diferente ali: o céu não mudava, os pássaros não cantavam. Era um mundo entre mundos.

— É como... se estivéssemos dentro de um sonho antigo — disse Caio.

Mas o perigo não tardou a alcançá-los.

A SOMBRA DO CAVALEIRO

De repente, um som de cascos ecoou na floresta. As árvores estremeceram. Um cavaleiro montado em uma besta de olhos vermelhos surgiu da névoa. Usava armadura negra e uma espada de chamas roxas.

— Entreguem o anel! — rugiu ele.

Lucas sacou a adaga de prata que carregava. Lia ergueu o anel, que brilhou com luz intensa. O cavaleiro recuou por um segundo, mas logo avançou.

— Corram! — gritou Caio, puxando os outros.

Eles correram por uma ponte de raízes que começou a se desmanchar atrás deles. A cada passo, o tempo parecia congelar e acelerar ao mesmo tempo. Lia, ao olhar para trás, viu que o cavaleiro não os perseguia mais — ele observava.

— Ele não queria o anel agora... — murmurou. — Ele queria nos testar.

No final da trilha, outra abertura se formou. Era a saída do portal. Com um salto final, atravessaram, voltando ao mundo real — nas encostas das Montanhas Geladas.

O TEMPLO DE MIRAVALL

As montanhas eram cobertas de neve e silêncio. A subida foi exaustiva, com frio cortante e visibilidade limitada. Mas ao terceiro dia, encontraram o portão cravado na pedra da montanha: o Templo de Miravall.

Símbolos semelhantes aos do livro brilhavam em azul sobre a porta. Lia ergueu o anel. Uma luz os envolveu e, quando a porta se abriu, sentiram calor pela primeira vez em dias.

Lá dentro, tudo era cristalino. Estátuas antigas, fontes de luz viva, corredores flutuantes. No centro do salão principal, um pedestal pulsava em azul — esperando pelo anel.

Quando Lia o colocou, o chão tremeu. Um feixe de luz saiu do teto, atingiu o anel e formou uma nova projeção — desta vez de um velho com barba longa e olhos brilhantes.

— Guardiões, vocês cumpriram a primeira etapa. O anel agora está reativado. Mas Kravon já sente a ameaça. Ele não dorme mais. A próxima jornada será ainda mais mortal.

Lucas deu um passo à frente.

— O que devemos fazer agora?

— Devem buscar os outros dois artefatos: o Cetro do Vento Eterno e o Espelho da Alma. Sem eles, o selo não poderá ser restaurado. Mas cuidado... há traidores entre os vivos.

A imagem desapareceu. O anel agora brilhava com um símbolo novo: dois círculos entrelaçados.

Caio suspirou.

— Então... estamos em guerra?

— Não — respondeu Lia. — Estamos em missão.

E os três, juntos, caminharam em direção ao próximo destino, sabendo que o que enfrentariam a seguir poderia mudar não apenas suas vidas... mas o destino de toda a humanidade.

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🎃SЯ ШłŁŁ🎃

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História arrebatadora! 💥

2025-06-30

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