O prédio da Lancaster Corporation era ainda mais imponente ao vivo do que nas fotos da internet.
Vidros espelhados do chão ao céu, seguranças bem vestidos, recepcionistas com sorrisos treinados e olhares que diziam "você é só mais uma". Júlia sentia cada passo seu ecoar mais alto do que devia naquele chão de mármore frio.
Usava a roupa que escolheu na noite anterior: camisa branca ajustada ao corpo, com o primeiro botão solto; saia preta que marcava suas curvas discretamente; e saltos médios que tentavam parecer firmes, embora seus joelhos tremessem.
Ela anunciou seu nome na recepção. Recebeu um crachá provisório. E foi conduzida até o último andar.
O andar de Arthur Lancaster.
Quando o elevador se abriu, Júlia prendeu a respiração.
O corredor era silencioso, minimalista. Tudo ali exalava elegância, mas também uma frieza que arrepiava a pele. E então, a recepcionista — uma mulher de óculos finos e postura impecável — apontou para uma porta de vidro fosco no fim do corredor.
— Ele a espera.
Ele.
Ela engoliu seco, caminhou até a porta, e bateu duas vezes com os nós dos dedos.
— Entre — disse uma voz grave e firme do outro lado.
Ao abrir a porta, tudo dentro dela parou.
A sala era ampla, moderna, com vista panorâmica da cidade. Paredes de vidro. Cortinas pesadas meio fechadas. O som abafado da cidade lá embaixo parecia não alcançar aquele lugar. E lá estava ele.
Arthur Lancaster.
Em pé, atrás da mesa de vidro, mangas da camisa branca dobradas até os cotovelos, gravata afrouxada, cabelos escuros penteados para trás, e os olhos negros fixos nela como se a reconhecessem de um sonho sujo.
— Júlia Ramos — ele disse com um meio sorriso. — Sente-se.
Ela obedeceu. Suas mãos estavam frias, o coração acelerado, mas manteve a postura.
Ele se sentou também, lentamente, como se não tivesse pressa alguma.
— Seu currículo é interessante. Jovem, dedicada, bons resultados mesmo com poucos recursos. Tem coragem. — Ele virou levemente a cabeça. — Gosto disso.
Ela tentou sorrir, mas a intensidade com que ele a olhava fazia tudo dentro dela pulsar de um jeito estranho.
— Obrigada, senhor Lancaster.
— Arthur — ele corrigiu, sem hesitar. — Gosto de ouvir meu nome. Principalmente da boca certa.
A pele dela arrepiou inteira.
— Certo… Arthur.
Ele passou os olhos lentamente sobre ela, sem nenhum esforço pra disfarçar.
— Por que quer esse emprego?
Ela respirou fundo.
— Porque preciso. Mas não só por dinheiro. Quero crescer. Aprender. Mostrar que posso ser melhor do que pensam.
Ele deu um sorriso pequeno, de canto.
— Bonito discurso. Mas eu quero mais do que isso. Quero alguém que aguente pressão. Que entenda regras. E que saiba seguir… comandos.
Ela prendeu a respiração. Ele inclinou o corpo pra frente, os antebraços sobre a mesa. A voz ficou mais baixa, mais íntima, mais perigosa.
— Júlia, você consegue seguir comandos?
Ela mordeu o lábio inferior, mas não desviou o olhar.
— Depende do comando.
— Gosto disso — ele murmurou, com um brilho nos olhos. — Gosto de gente que provoca. Mas aviso logo: comigo, ou você aprende a obedecer… ou cai fora.
O ar pareceu pesar na sala.
— Está disposta a ir até onde eu mandar?
Ela engoliu em seco. Por um segundo, esqueceu que era só uma entrevista. O corpo dela reagia como se estivesse presa numa armadilha de palavras, e quisesse ser devorada.
— Sim.
O silêncio que se seguiu foi quase erótico. Ele a devorava com os olhos, e ela sentia isso em cada poro. Era como se já estivessem transando com o olhar.
— A vaga é sua — ele disse por fim. — Comece amanhã. Oito em ponto.
E lembre-se, Júlia…
Aqui dentro, tudo em você me pertence. Seu tempo. Sua atenção. Sua voz.
Ela se levantou. As pernas tremiam discretamente.
— Alguma dúvida?
Ela hesitou, depois sorriu — o primeiro sorriso genuíno em semanas.
— Só uma. O que acontece se eu não obedecer?
O olhar dele ficou mais escuro, mais intenso.
Mais sujo.
— Aí eu vou te ensinar.
No meu tempo.
Do meu jeito.
Ela saiu da sala com o coração batendo descompassado e uma sensação entre as pernas que ela não sentia fazia tempo.
Não era medo.
Era desejo.
Era submissão querendo nascer.
Era o começo de algo proibido…
E fodidamente inevitável.
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Atualizado até capítulo 112
Comments
Maria de Fátima Espírito Santo Silva
E vai começar o primeiro round kkkkkklkkkkkkkkkk
2025-07-04
1
Leitora compulsiva
eita porra,que co ele o jogo hahahahhaha🔥🔥🔥🔥
2025-07-10
0
Anonymous
Eeeeeee que comece kkkkkkkk o cabaré
2025-07-04
0