Capítulo 3 – Sala de Caça

O prédio da Lancaster Corporation era ainda mais imponente ao vivo do que nas fotos da internet.

Vidros espelhados do chão ao céu, seguranças bem vestidos, recepcionistas com sorrisos treinados e olhares que diziam "você é só mais uma". Júlia sentia cada passo seu ecoar mais alto do que devia naquele chão de mármore frio.

Usava a roupa que escolheu na noite anterior: camisa branca ajustada ao corpo, com o primeiro botão solto; saia preta que marcava suas curvas discretamente; e saltos médios que tentavam parecer firmes, embora seus joelhos tremessem.

Ela anunciou seu nome na recepção. Recebeu um crachá provisório. E foi conduzida até o último andar.

O andar de Arthur Lancaster.

Quando o elevador se abriu, Júlia prendeu a respiração.

O corredor era silencioso, minimalista. Tudo ali exalava elegância, mas também uma frieza que arrepiava a pele. E então, a recepcionista — uma mulher de óculos finos e postura impecável — apontou para uma porta de vidro fosco no fim do corredor.

— Ele a espera.

Ele.

Ela engoliu seco, caminhou até a porta, e bateu duas vezes com os nós dos dedos.

— Entre — disse uma voz grave e firme do outro lado.

Ao abrir a porta, tudo dentro dela parou.

A sala era ampla, moderna, com vista panorâmica da cidade. Paredes de vidro. Cortinas pesadas meio fechadas. O som abafado da cidade lá embaixo parecia não alcançar aquele lugar. E lá estava ele.

Arthur Lancaster.

Em pé, atrás da mesa de vidro, mangas da camisa branca dobradas até os cotovelos, gravata afrouxada, cabelos escuros penteados para trás, e os olhos negros fixos nela como se a reconhecessem de um sonho sujo.

— Júlia Ramos — ele disse com um meio sorriso. — Sente-se.

Ela obedeceu. Suas mãos estavam frias, o coração acelerado, mas manteve a postura.

Ele se sentou também, lentamente, como se não tivesse pressa alguma.

— Seu currículo é interessante. Jovem, dedicada, bons resultados mesmo com poucos recursos. Tem coragem. — Ele virou levemente a cabeça. — Gosto disso.

Ela tentou sorrir, mas a intensidade com que ele a olhava fazia tudo dentro dela pulsar de um jeito estranho.

— Obrigada, senhor Lancaster.

— Arthur — ele corrigiu, sem hesitar. — Gosto de ouvir meu nome. Principalmente da boca certa.

A pele dela arrepiou inteira.

— Certo… Arthur.

Ele passou os olhos lentamente sobre ela, sem nenhum esforço pra disfarçar.

— Por que quer esse emprego?

Ela respirou fundo.

— Porque preciso. Mas não só por dinheiro. Quero crescer. Aprender. Mostrar que posso ser melhor do que pensam.

Ele deu um sorriso pequeno, de canto.

— Bonito discurso. Mas eu quero mais do que isso. Quero alguém que aguente pressão. Que entenda regras. E que saiba seguir… comandos.

Ela prendeu a respiração. Ele inclinou o corpo pra frente, os antebraços sobre a mesa. A voz ficou mais baixa, mais íntima, mais perigosa.

— Júlia, você consegue seguir comandos?

Ela mordeu o lábio inferior, mas não desviou o olhar.

— Depende do comando.

— Gosto disso — ele murmurou, com um brilho nos olhos. — Gosto de gente que provoca. Mas aviso logo: comigo, ou você aprende a obedecer… ou cai fora.

O ar pareceu pesar na sala.

— Está disposta a ir até onde eu mandar?

Ela engoliu em seco. Por um segundo, esqueceu que era só uma entrevista. O corpo dela reagia como se estivesse presa numa armadilha de palavras, e quisesse ser devorada.

— Sim.

O silêncio que se seguiu foi quase erótico. Ele a devorava com os olhos, e ela sentia isso em cada poro. Era como se já estivessem transando com o olhar.

— A vaga é sua — ele disse por fim. — Comece amanhã. Oito em ponto.

E lembre-se, Júlia…

Aqui dentro, tudo em você me pertence. Seu tempo. Sua atenção. Sua voz.

Ela se levantou. As pernas tremiam discretamente.

— Alguma dúvida?

Ela hesitou, depois sorriu — o primeiro sorriso genuíno em semanas.

— Só uma. O que acontece se eu não obedecer?

O olhar dele ficou mais escuro, mais intenso.

Mais sujo.

— Aí eu vou te ensinar.

No meu tempo.

Do meu jeito.

Ela saiu da sala com o coração batendo descompassado e uma sensação entre as pernas que ela não sentia fazia tempo.

Não era medo.

Era desejo.

Era submissão querendo nascer.

Era o começo de algo proibido…

E fodidamente inevitável.

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Comments

Maria de Fátima Espírito Santo Silva

Maria de Fátima Espírito Santo Silva

E vai começar o primeiro round kkkkkklkkkkkkkkkk

2025-07-04

1

Leitora compulsiva

Leitora compulsiva

eita porra,que co ele o jogo hahahahhaha🔥🔥🔥🔥

2025-07-10

0

Anonymous

Anonymous

Eeeeeee que comece kkkkkkkk o cabaré

2025-07-04

0

Ver todos
Capítulos
1 Fodidamente Sua
2 Capítulo 1 – O Começo do Pecado
3 Capítulo 2 – A Chamada
4 Capítulo 3 – Sala de Caça
5 Capítulo 4 – Observada
6 Capítulo 5 – Resistência
7 Capítulo 6 – Dono do Jogo
8 Capítulo 7 – A Caça Ainda Não Se Rende
9 Capítulo 8 – Pressa é Quando o Desejo Transborda
10 **Capítulo 9 – O Gosto Ainda Estava na Boca
11 Capítulo 10 – Fingindo Normalidade
12 Capítulo 11 – Entre Quatro Paredes e Nenhuma Escapatória
13 Capítulo 12 – Silêncios, Olhares e A Próxima Viagem
14 Capítulo 13 – No Jatinho: Provocações e Resistência
15 Capítulo 14 – Quase Lá
16 Capítulo 15 – Sorrisos Profissionais, Desejos Ocultos
17 Capítulo 16 – Sem Volta
18 Capítulo 17 – Noite de Entrega Total
19 Capítulo 18 – A Madrugada de Fogo e Domínio
20 Capítulo 19 – Ressaca de Prazer e Desejo
21 Capítulo 20 – Depois do Café: Preparação para a Última Reunião
22 Capítulo 21 – O Silêncio do Retorno
23 Capítulo 22 – Silêncio e Confusão
24 Capítulo 23 – A Mulher que Ele Não Conseguiu Esquecer
25 Capítulo 24 – De Volta ao Trabalho: Profissionalismo Impecável
26 Capítulo 25 – No Escritório do Senhor Lancaster
27 Capítulo 26 – Depois da Entrega
28 Capítulo 27 – No Banco de Trás
29 Capítulo 28 – Confusão e Olhares
30 Capítulo 29 – Propriedade Marcada
31 Capítulo 30 – Convite Perigoso
32 Capítulo 31 – Devorada sob as estrelas
33 Capítulo 32 – Retorno à Realidade
34 Capítulo 33 – A Coletiva
35 Capítulo 34 – Na Pele e na Alma
36 Capítulo 35 – Fundação
37 Capítulo 36 – O Investidor
38 Capítulo 37 – Na Pele do Jogo
39 Capítulo 38 – Perigo à Vista
40 Capítulo 39 – Jogada Internacional
41 Capítulo 40 – Entre Domínio e Desejo
42 Capítulo 41 – Tua pele meu jogo
43 Capítulo 43 – A Vez Dele
44 Capítulo 44 – O Retorno
45 Capítulo 42 – Rendido em Tua Pele
46 Capítulo 43 – A Vez Dele
47 Capítulo 44 – A Sombra do Passado
48 Capítulo 45 – O Jogo do Poder
49 Capítulo 46 – Quebrando as Regras
50 Capítulo 47 – Jogada Suja
51 Capítulo 48 – Contra-Golpe
52 Capítulo 49 – Novos Desafios na L&Co
53 Capítulo 50 – Pressão e Decisão
54 Capítulo 51 – A última noite
55 Capítulo 52 – A Carta e o Silêncio
56 Capítulo 53 – O Fantasma no Espelho
57 Capítulo 54 - Arthur sozinho
58 Capítulo 55 – Coração Inacessível
59 Capítulo 56 – O Lugar Que Já Não É Mais Meu
60 Capítulo 57 – Uma Nova Porta
61 Capítulo 58 – A Nova Jornada
62 Capítulo 59 – Ciúmes em Carne Viva
63 Capítulo 60 – O Adeus de Quem Nunca Teve
64 Capítulo 61 – Ainda É Ele
65 Capítulo 62 – As Páginas Queimavam
66 Capítulo 63 – Você Ainda É Minha
67 Capítulo 64 – As Feridas Ainda Sangram
68 Capítulo 65 – Um Homem Que Decide Ficar
69 Capítulo 66 – Entre Ir e Ficar
70 Capítulo 67 – O Passado que Ele Carrega
71 Capítulo 68 - Confissões e Apoio
72 Capítulo 69 – Recomeços
73 Capítulo 70 – Um Pedido Só Para Nós Dois
74 Capítulo 71 – Promessas Sussurradas
75 Capítulo 72 – A Vida a Dois Começa em Silêncio
76 Capítulo 73 – Só Você Sabe
77 Capítulo 74 – Madrugada em Chamas
78 Capítulo 75 – Entre o Amanhecer e a Tentação
79 Capítulo 76 – Refúgio a Dois
80 Capítulo 77 – Entrega e Redenção
81 Capítulo 78 – De Volta pra Casa
82 Capítulo 79 – Visita Surpresa
83 Capítulo 80 – A Chave do Recomeço
84 Capítulo 81 – Quando a Chave Encontra a Porta
85 Capítulo 82 – Tudo no Seu Tempo
86 Capítulo 83 – As Coisas Que Ficam
87 Capítulo 84 – Um Tempo Depois
88 Capítulo 85 – A Primeira Ruptura
89 Capítulo 86 – Reconciliação em Silêncio
90 Capítulo 87 – Entre o Cotidiano e o Amor
91 Capítulo 88 – Conhecendo os Sogros
92 Capítulo 89 – O Jantar
93 Capítulo 90 – O Plano de Um Pedido
94 Capítulo 91 – A Cabana, o Pedido, o Sempre
95 Capítulo 92 — Nossos Corpos Dizem Sim
96 Capítulo 93 — A Novidade que Brilha nos Olhos
97 Capítulo 94 – Entre Ensaios e Promessas
98 Capítulo 95 – O Sim que Reescreveu Tudo
99 Capítulo 96 – Onde o Amor Mora em Cada Toque
100 Capítulo 97 – A Entrega da Noite
101 Capítulo 98 – Dias de Prazer e Promessas
102 Capítulo 99 – De Volta ao Lar
103 Capítulo 100 – Um Ano e Uma Nova Vida
104 Capítulo 101 – Contando para os avós
105 Capítulo 102 – Preparativos, Desafios e Amor Crescente
106 Capítulo 103 – A Revelação e a Esperança Crescente
107 Capítulo 104 – O Dia em Que o Mundo Parou
108 Capítulo 105 – O Começo de Tudo Novamente
109 Capítulo 106 – O crescimento de Luna
110 Capítulo 107 – Cinco Anos Depois
111 Epílogo – A Última Página (Mas Nunca o Fim)
112 Bônus - Retrospectiva de Arthur Lancaster
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Atualizado até capítulo 112

1
Fodidamente Sua
2
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3
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5
Capítulo 4 – Observada
6
Capítulo 5 – Resistência
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Capítulo 14 – Quase Lá
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