Júlia Ramos nunca teve nada fácil.
Filha de uma costureira que trabalhava até tarde e de um pedreiro calejado pela vida, ela aprendeu desde cedo que o mundo não tem paciência com quem sonha alto demais. Cresceu ouvindo que precisava ser "pé no chão", que sonhar era perigoso, que ser mulher e ambiciosa era pedir pra se machucar. Ainda assim, sonhou. Teimosa, obstinada, silenciosa. Enquanto outras meninas colecionavam bonecas, Júlia colecionava livros. E mais tarde, boletos, cansaço e olheiras profundas.
Estudou em escola pública, foi bolsista na faculdade de Administração, trabalhou de graça em escritórios pequenos apenas para ganhar experiência e criar um currículo que não fosse apenas mais um. Pegava dois ônibus e um metrô todos os dias para chegar no estágio. Fazia faculdade à noite, virava madrugada estudando com café fraco e lágrimas escondidas no travesseiro. E no meio disso tudo, ainda sorria. Não por otimismo. Mas por resistência. Era o tipo de mulher que os outros diziam ser “boazinha demais”, como se isso fosse fraqueza.
Mas ninguém fazia ideia do que havia por trás daquele sorriso tímido.
Júlia tinha curvas que chamavam atenção, embora tentasse disfarçar com roupas discretas, tons neutros, blazers fechados. A boca carnuda, o olhar doce, e aquele jeito gentil de falar faziam com que muitos a subestimassem — principalmente os homens. Mas ela não era ingênua. Sabia o que causava. Sabia o efeito de seus olhos castanhos profundos e da maneira como mordia o lábio quando ficava nervosa. Sabia, mas nunca usava.
O problema é que até então... ninguém tinha feito ela se sentir viva.
Isso, até conhecer ele.
Arthur Lancaster era o oposto de tudo o que ela conhecia.
Rico. Frio. Arrogante.
E lindo de um jeito que parecia pecado.
Com apenas 27 anos, já comandava uma das maiores empresas do país — um império construído sobre números, estratégias e jogos de poder. Filho de uma família influente, Arthur aprendeu cedo que poderia ter tudo o que quisesse. Cresceu cercado de luxo, mas também de ausência emocional. Seus pais nunca lhe deram afeto, só metas. Por isso, ele se tornou impenetrável. Cruelmente objetivo. Um predador vestido de terno italiano.
Alto, com o maxilar marcado e os olhos negros como pecado, Arthur era o tipo de homem que te fazia esquecer o próprio nome com um simples olhar. Seu rosto parecia esculpido em gelo, com um charme que não pedia licença. Ele entrava em um lugar e o mundo parava. Não por educação, mas por instinto. Algo nele gritava perigo. Domínio. E mulheres pareciam viciadas nesse abismo.
Ele sabia disso.
Sabia do poder que tinha com uma palavra sussurrada, um toque breve, um olhar prolongado.
Arthur não queria amor. Amor era perda de tempo. Ele queria controle. Queria prazer. Queria o poder de ver alguém se despedaçar por ele. E então reconstruí-la com as mãos, do seu jeito, do seu modo. Ele não transava. Ele possuía. Não beijava. Ele invadia.
E quando viu Júlia pela primeira vez, sentada na recepção da empresa, com a saia um pouco curta demais para uma entrevista e aquele olhar nervoso demais para quem dizia estar segura... ele soube.
Aquele corpo era dele. Aquela força disfarçada de timidez, aquele autocontrole que tremia pelas bordas... tudo nela o chamou como um grito silencioso.
Ela seria a nova secretária. E ele já havia decidido que seria muito mais do que isso.
Mas Júlia não era como as outras. Não caiu nos truques baratos de sedução, não sorriu quando ele a provocou com ironias, não gaguejou quando seus olhos oscilavam entre o rosto dela e a linha do seu decote. Ela respondeu com firmeza. Engoliu o medo e o enfrentou com dignidade. E isso… isso o deixou completamente fascinado.
Havia algo nela que o desafiava. Um brilho escondido, uma força bruta enterrada debaixo de camadas de educação, de modéstia, de doçura. Era uma mulher que tentava se proteger com a própria gentileza — e Arthur queria quebrar isso. Queria rasgar aquela pele comportada e ver o que havia por baixo. Queria fazê-la gritar. Queria vê-la perder o controle. Queria a boazinha de joelhos, gemendo seu nome com os olhos cheios de prazer e vergonha.
Ele queria transformá-la.
E Júlia? Ela mal sabia que, ao aceitar aquele emprego, estava assinando um contrato com o próprio pecado.
Mas algo dentro dela, algo que ela nunca ousou encarar no espelho, queria exatamente isso.
Queria ser provocada até perder o ar. Queria ser fodida de um jeito que nunca foi. Queria ser desejada, dominada, possuída. Queria descobrir até onde podia ir, o que podia ser.
Porque, no fundo, ela sempre sentiu que havia mais em si do que a moça comportada de roupas fechadas.
Ela apenas não sabia como libertar isso.
E Arthur… Arthur estava prestes a ensiná-la.
Mas ele também não sabia que, ao tentar domar Júlia, corria o risco de ser domado.
Porque algumas mulheres não foram feitas pra serem quebradas.
Foram feitas pra incendiar.
E ela... ela estava prestes a queimar tudo.
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Atualizado até capítulo 112
Comments
Regina Celia
É ARTHUR CUIDADO COM
O QUE VC DESEJA OU ROUBA
OU DOMA. JÁ IMAGINO VC DE
JOELHOS SÓ DE GRAVATA E ELA COM UM CHICOTE NA MÃO
E VC SENDO DOMADO./Drool//Angry//Facepalm/
2025-07-02
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Leitora compulsiva
esse aí vai arriar os 4 pneus haahahahahha iludido achando que irá iludir 🤭🤣
2025-07-10
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Diva
Essas que fazem o que for preciso para viver
2025-07-04
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