Os dedos de Alessandro deslizaram pelas costas nuas de Isabella, traçando linhas invisíveis de desejo em sua pele sensível. O quarto estava mergulhado em sombras e sussurros, o ar denso com o cheiro do corpo dos dois, do vinho que ainda descansava na taça esquecida sobre o aparador, e do pecado que não pedira licença para entrar.
— Você me deixa insano — murmurou ele, com os lábios encostados em seu pescoço.
Isabella fechou os olhos, sentindo o peso do corpo dele sobre o seu, a respiração quente, a segurança e o perigo dançando juntos naquela cama. Ela queria se perder. Queria esquecer o mundo lá fora. Esquecer quem ele era. Quem ela era.
Mas algo… algo não a deixava relaxar completamente.
Talvez o instinto de repórter. Ou o trauma de filha de mafioso.
Ou, quem sabe, o arrepio que percorreu sua pele como um presságio.
Lá fora, no corredor, uma figura recuou para a penumbra assim que ouviu passos se aproximando.
O homem vestia preto, com luvas de couro e uma cicatriz atravessando o queixo. Em suas mãos, um pequeno dispositivo de escuta. Já tinha o que queria.
Pegou o celular e mandou uma única mensagem para um número sem identificação:
“Ela está com ele. Sozinha. O momento chegou.”
---
Horas depois, Alessandro dormia ao lado dela, com o braço possessivamente jogado sobre sua cintura. Isabella, no entanto, permanecia desperta. O céu fora da janela começava a clarear, tingindo o quarto com tons azulados.
Ela se levantou sem fazer barulho, vestiu a camisa dele, e caminhou até a varanda. Milão ainda dormia, mas a cidade respirava perigo mesmo em silêncio.
Aquela paixão tinha um gosto viciante. Mas havia algo errado. A sensação de estar sendo vigiada não passava. Seus instintos estavam em alerta.
Seu celular vibrou.
Era uma mensagem de um número antigo. Um que ela não via há anos.
“Você está sendo observada, Bella. Fuja enquanto ainda pode.”
Seu coração disparou. O apelido — Bella — só uma pessoa o usava assim. Matteo, seu antigo protetor. O homem que seu pai havia enviado para vigiá-la quando criança. O único que ela amara como um irmão.
E se ele estava mandando aquela mensagem… significava que o inferno estava mais perto do que ela pensava.
Ela se virou rapidamente e olhou para Alessandro dormindo. Seu rosto calmo contrastava com tudo o que ela sabia sobre ele. Tudo o que não sabia também.
Será que ela podia confiar nele?
Ou estaria se deitando com o próprio inimigo?
---
Na escuridão de um galpão abandonado do outro lado da cidade, um homem recebia as fotos de Isabella com Alessandro. Seus olhos brilharam ao ver o rosto da mulher.
— Isabella Moretti… finalmente saiu das sombras.
Ele apertou a foto contra os lábios, como se saboreasse a lembrança.
— O velho Don Vittorio ficaria orgulhoso de ver sua filha onde ela pertence… no meio do fogo.
Então, ele girou uma faca entre os dedos e sorriu.
— Hora de trazê-la de volta para a família.
Com um gesto rápido, apagou a luz do galpão e desapareceu na escuridão, onde o passado de Isabella esperava.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 30
Comments