O Assassino do Meu Pai
APRESENTAÇÃO DOS PERSONAGENS:
Sabrina Martins:
Deyse Monteiro:
Adrian Rodrigues:
Hernández:
Karla: Mãe de Sabrina
Espero que gostem...
BOA LEITURA!
Era uma noite como qualquer outra. O tipo de noite em que as janelas se trancam sozinhas com o vento, e os ruídos da casa parecem ter vida própria. Sabrina tinha apenas dezessete anos e, como fazia quase sempre, estava no quarto com os fones no ouvido, tentando ignorar mais uma discussão abafada entre os pais. Aquela tensão constante era parte da rotina, como o cheiro de café que sua mãe fazia ao acordar — só que amarga, incômoda, entranhada nas paredes.
Mas naquela noite, havia algo diferente.
Eram quase 22h quando o silêncio cortou a casa como uma lâmina. Nenhum grito. Nenhum som de porta batendo. Nenhum xingamento. Só o silêncio. Denso, estranho. Sabrina tirou os fones e franziu o cenho, sentindo um arrepio subir pelas costas.
— Mãe? — chamou, hesitante.
Nada.
Desceu as escadas devagar, com o coração acelerado, cada degrau rangendo como um aviso. A casa parecia congelada no tempo. A TV da sala estava ligada, mas sem som. A luz da cozinha acesa. Um prato com restos de comida sobre a mesa. O celular do pai abandonado no sofá.
Foi então que ouviu.
Um barulho seco vindo da garagem. Como algo metálico caindo.
O corpo de Sabrina se moveu sozinho. Cruzou o corredor em silêncio, os pés descalços mal tocando o chão. A maçaneta da porta que dava acesso à garagem estava fria como gelo. Ela hesitou por um segundo... e abriu.
O cheiro foi a primeira coisa que atingiu. Sangue. Metálico, denso, nauseante. O segundo foi o som: um sussurro fraco, arfado, como se alguém lutasse para continuar vivo.
— Pai...? — A voz dela tremeu.
A cena diante de seus olhos nunca mais sairia da memória.
O pai estava caído no chão da garagem, a cabeça virada em um ângulo estranho, os olhos arregalados em choque. Sangue escorria de uma ferida profunda na lateral do crânio. E, por um breve instante, ele ainda estava vivo.
— Sa...bri... — tentou dizer, mas não conseguiu terminar.
Ela se ajoelhou ao lado dele, chorando, tremendo, tentando entender o que via. As mãos dele buscaram as dela com dificuldade. E então, como se reunisse as últimas forças, apertou seus dedos com um pânico mudo nos olhos.
Sabrina olhou em volta. A garagem estava em semi-escuridão. A lâmpada de cima piscava. A porta externa entreaberta, balançando com o vento.
Alguém tinha saído por ali.
Ou estava ali ainda.
Ela gritou. Um grito puro, desesperado, tão alto que seus próprios ouvidos zumbiram. A mãe apareceu correndo segundos depois, e tudo virou caos. Polícia. Ambulância. Perguntas sem resposta. Nenhuma impressão digital, nenhuma câmera funcionando. Nada.
A versão oficial? Um assalto mal-sucedido. Invasão. Crime aleatório.
Mas Sabrina nunca acreditou nisso.
Dois anos se passaram desde aquela noite, e aquela última tentativa de seu pai de dizer algo antes de morrer era como um espinho cravado na mente dela. “Sa...bri...”
Ele estava tentando alertá-la. Ou culpar alguém.
E ela não ia descansar até descobrir o que era.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 95
Comments