Capítulo 2 – Entre Missões e Desejos

O sol filtrava pelas enormes janelas da mansão Castellanos, invadindo o quarto de Lua com delicadeza. Ela despertou com o corpo preguiçoso e a cabeça ainda pesada da noite anterior.

Lua (pensamento):

Festas demais... gente demais. Mas o pior foi Lorenzo... me encarando como se eu fosse uma ameaça ou... outra coisa. Droga. Estou ficando louca.

Levantou-se devagar e prendeu o cabelo em um coque alto. Vestiu um conjunto preto colado ao corpo e desceu para o café. A mansão já estava silenciosa, com os empregados limpando os últimos rastros do baile.

Amanda (sentada à mesa):

— Dormiu bem, princesa da máfia?

Lua (sorrindo):

— Mais ou menos. Acordei com a sensação de estar sendo vigiada.

Amanda (curiosa):

— Por quem? Lorenzo?

Lua franziu a testa e fingiu rir.

Lua:

— Não viaja, Amanda. Ele é meu padrasto. Tá mais pra chefe de clã do que qualquer outra coisa. Deve estar sempre me avaliando, só isso.

Lua (pensamento):

Mas aquele olhar no fim da noite... não era só vigilância. Era... intensidade.

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Depois do café, foi chamada por Gael no salão de reuniões. O lugar onde apenas os assuntos sérios da máfia eram discutidos.

Gael (com expressão fechada):

— Lorenzo quer que você cuide de uma entrega em Guanajuato esta tarde. Rápido. Discreto. E com zero falhas.

Lua (direta):

— Droga, e eu achando que ia ter um dia de folga.

Gael:

— Você é Castellanos agora. Princesa ou não, sabe que o descanso vem por último.

Lua (pensamento):

Claro. Princesa da máfia. Herdeira de um trono construído com sangue e medo. Uma mulher com o nome tatuado nos arquivos do submundo, mas que ainda dorme pensando se tudo isso vale a pena.

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A missão foi limpa. Entrega feita, informações confirmadas. Nada fora do esperado. Mas Lua estava inquieta.

Lua (mensagem para Amanda):

“Vamos sair. Balada. Preciso dançar e beber até esquecer que minha vida é uma sucessão de ordens.”

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[À noite – Club Éxtasis, México]

Luzes vermelhas e azul dançavam pelas paredes. Música latina pulsava no chão e dentro do peito de quem estava ali. Lua usava um vestido preto curto e colado. O batom vinho destacava o sorriso perigoso.

Amanda (gritando por causa da música):

— Olhares em você desde o minuto que entrou! Quer apostar quanto tempo até algum deles tentar algo?

Lua (sorrindo de lado):

— Deixa tentarem. Dançar eu quero. Levar alguém, não prometo.

Lua (pensamento):

Não me envolvo há dois anos. Desde aquela noite… com Diego. Era curioso, impulsivo. Foi bom. Mas eu jurei que ninguém mais teria esse direito sem que fosse escolha minha. Nunca serei vendida, usada. Nunca.

Um rapaz moreno, olhos verdes, se aproximou com confiança.

Rapaz:

— você dança como se não houvesse regras.

Lua (provocativa):

— Talvez seja porque não sigo nenhuma.

Eles dançaram. Bebidas foram servidas. A música os conduziu para um canto mais escuro da boate.

Ele a beijou. Quente, impaciente, envolvido. Ela retribuiu. Com fome, com pressa, mas... com o freio na garganta.

Lua (pensamento):

É só um beijo. Um pouco de liberdade num império que me engole viva. Nada mais.

Mas quando a mão dele desceu pelas costas dela, Lua afastou-se.

Lua (seca):

— Acabou. Só queria lembrar que ainda tenho controle.

E saiu. Deixando-o sem entender nada.

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[Horas depois – Mansão Castellanos]

Lua entrou em silêncio. Passava das três da manhã. Tirou os saltos e seguiu em passos leves pelos corredores escuros... até ver uma luz acesa no escritório.

Era Lorenzo. Camisa aberta, copo de uísque na mão, tattoos à mostra, o olhar distante.

Lorenzo (surpreso):

— Está tarde. Achei que ainda estivesse na rua.

Lua (cruzando os braços):

— Estava. Precisa saber onde estou agora também?

Lorenzo (voz firme):

— Não sou seu dono. Mas sou o chefe da sua casa.

Lua:

— E padrasto. Não esqueça.

O silêncio pairou no ar como fumaça.

Lorenzo (pensamento):

Ela está mudando. Já não é mais aquela menina de olhos curiosos. É uma mulher. Forte. E isso… me desarma.

Lua (pensamento):

Esse olhar de novo... não. Não pode ser. Ele só me vê como parte da máfia. Como filha da esposa dele. Isso é coisa da minha cabeça. Deve ser...

Lua (fria):

— Boa noite, Lorenzo.

Ela se virou, mas sentiu o olhar dele em suas costas. Queimando.

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[No quarto de Lua – minutos depois]

Amanda estava sentada em sua cama, já trocada.

Amanda (curiosa):

— E aí? Beijou?

Lua (tirando os brincos):

— Beijei. Mas parei antes de perder a paciência.

Amanda:

— Ainda por causa do trauma de Diego?

Lua (olhando no espelho):

— Não foi trauma. Eu quis. Mas depois daquilo, percebi que sou dona de mim. E não deixarei homem nenhum mandar em mim ou decidir meu destino. Nem Lorenzo. Nem ninguém.

---

[Enquanto isso – Escritório de Lorenzo]

Lorenzo (sozinho, pensamento):

Ela está diferente. Incontrolável. Irresistível. Mas é filha da Luana. A mulher que me salvou. Eu não posso... Não devo. E mesmo assim, cada vez que ela entra neste lugar... é como se tudo dentro de mim gritasse por ela.

Ele fechou os olhos e virou o copo de uísque.

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