03

— A Prova do Lençol

O dia amanhecia tímido através das frestas das cortinas pesadas, deixando a penumbra repousar sobre o quarto luxuoso.

Katerina dormia, os cabelos espalhados sobre o travesseiro, a respiração lenta e profunda, usando uma camisola fina de cetim.

Do outro lado do quarto, Alekséi estava recostado em um dos sofás de couro, vestindo apenas uma calça de pijama, a arma ao alcance da mão, como de costume.

Ele não havia conseguido dormir.

Não era do tipo que se permitia tal luxo, ainda mais agora… com ela ali, sob seu teto, sob seu nome.

De repente, os passos pesados ecoaram no corredor…

E, logo depois, as vozes graves e impacientes:

— Está na hora de verificar a prova…

— O lençol… precisamos confirmar.

— A tradição deve ser respeitada…

Alekséi ergueu o rosto, os olhos estreitados. Levantou-se sem fazer ruído, caminhando até a cama com passos silenciosos e precisos.

Olhou para Katerina, adormecida, tão tranquila… e ao mesmo tempo tão feroz na essência.

Suspirou, então tirou a calça de pijama, ficando apenas de cueca.

Sentou-se na borda da cama e, com firmeza, puxou o lençol até cobrir parte do corpo dela.

Ela se mexeu, confusa, as pálpebras tremulando.

— Alekséi…? — murmurou, sonolenta, sem entender.

Ele inclinou-se sobre ela, sua voz baixa e cheia de comando:

— Fique quieta… e finja que está dormindo.

Sem tempo para mais, deitou-se ao lado dela e a puxou com força para seus braços, enlaçando a cintura dela com naturalidade, como um casal exausto depois da noite de núpcias.

A camisola dela deslizou ainda mais pela coxa, revelando pele demais…

E pelo quarto, o cenário era perfeito: as roupas do casamento jogadas ao chão, o vestido abandonado sobre a poltrona, a gravata dele amassada junto aos sapatos… vestígios da noite que nunca aconteceu.

A maçaneta girou.

Alekséi manteve os olhos semicerrados, fingindo um sono pesado, enquanto apertava Katerina contra seu peito nu.

Ela, confusa, entendeu a encenação e permaneceu imóvel, respirando suavemente.

Os velhos do Conselho entraram sem cerimônia, como exigia a tradição arcaica e brutal.

Seus olhares pairaram sobre o quarto: as roupas largadas, os corpos na cama, o lençol branco levemente amassado cobrindo-os parcialmente.

A cena falava por si.

Mas um deles, o mais velho, ousou abrir a boca:

— Precisamos ver a prova…

Nesse momento, Alekséi abriu os olhos devagar, como se tivesse acabado de ser acordado.

Soltou Katerina com delicadeza, sentou-se à beira da cama e, com o olhar de puro desprezo, disse, a voz grave e cortante:

— Vocês não têm o direito de entrar no quarto do chefe… muito menos com a esposa dele vestida desse jeito.

Os velhos recuaram, constrangidos, olhando de soslaio para Katerina, que se mantinha imóvel, fingindo sono, mas com o coração acelerado.

Alekséi se levantou, pegou o lençol com a marca ensaiada — a mancha vermelha discreta, no centro, como mandava a tradição — e o ergueu diante deles, com frieza absoluta.

— A prova que vocês querem… — disse, balançando levemente o tecido. — Está aqui. Agora, sumam da minha casa.

Os velhos assentiram, um a um, os olhos baixos, evitando cruzar com o olhar gélido do chefe.

Viraram-se e saíram rapidamente do quarto, murmurando bênçãos em russo arcaico, satisfeitos com o cumprimento da tradição.

Quando a porta se fechou, Alekséi soltou um suspiro discreto, passando a mão pelo rosto.

Virou-se para Katerina, que então abriu os olhos e o encarou, ainda deitada, com uma sobrancelha arqueada:

— Isso… foi o que eu acho que foi?

Ele soltou um sorriso de canto, cínico e satisfeito:

— Bem-vinda à máfia, Katerina Mikhailova… minha esposa…

Ela soltou um riso discreto, incrédula, sentando-se na cama e olhando o quarto, o cenário, o lençol…

— Você é mesmo um filho da puta frio e calculista…

Ele se aproximou, inclinou-se para ela, e sussurrou, a voz rouca e perigosa:

— E você… é oficialmente minha.

Por um segundo, o silêncio caiu, pesado.

O olhar de desafio dela enfrentava o dele…

E a tensão, ainda mais forte, ainda mais viva, ardia invisível entre os dois.

O jogo apenas começava.

 

Fim do capítulo

🖤Gostou?

🖤curti e comenta

🖤até a próxima tchauu

Mais populares

Comments

Margareth Santana

Margareth Santana

perfeito

2025-06-11

1

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!