Davi...
Depois de várias horas de viagem, finalmente o avião pousou no aeroporto de Florianópolis. A caminho de casa, comprei um buquê de flores para minha amada esposa. Estava morrendo de saudades dela; uma semana longe pareceu uma eternidade.
— Como está se saindo sua filha na faculdade, Jorge? — perguntei ao meu motorista.
— Está indo bem demais, senhor. Sou muito grato por sua ajuda. Se não fosse o senhor, minha Emilly não conseguiria realizar o sonho de cursar Medicina.
— Não precisa me agradecer toda vez que falarmos desse assunto, Jorge. O que fiz foi de coração, porque você é um ótimo funcionário.
— Mas sou muito grato, chefe — ele respondeu.
Estávamos na metade do caminho quando Samantha ligou.
— Oi, amor da minha vida — falei assim que atendi.
— Já está chegando, meu amor?
— Sim.
— Estou morrendo de saudades e tenho novidades — disse ela, empolgada.
— Eu também estou com saudades, minha linda. Já, já chego aí.
De repente, o carro freou bruscamente, e meu telefone caiu no meu colo.
— O que foi, Jorge?
— Uma mulher vestida de noiva passou chorando e atravessou de repente na frente do carro — ele disse.
Olhei pela janela e vi a noiva de costas. Seu véu se desprendeu do cabelo e foi levado pelo vento, mas ela continuou correndo.
— Deve estar fugindo do noivo — Jorge comentou.
— Bem provável.
— Amor, amor, está me ouvindo? — Samantha perguntou, trazendo minha atenção de volta para o celular.
Peguei o telefone novamente e me concentrei nela.
— Sim, querida, estou te ouvindo. Uma noiva acabou de atravessar correndo na frente do carro. Acho que alguém foi deixado no altar, ou essa noiva está muito atrasada para a cerimônia.
— Nossa! Bem inusitado isso.
— Muito inusitado. Querida, o Olavo está me ligando. Preciso atender, mas em dez minutos chego aí. Te amo.
Despedi-me de Samantha e atendi Olavo, que me deu uma ótima notícia: finalmente conseguimos comprar o terreno para a construção do shopping.
— Ótimo, Olavo. Na segunda-feira já começamos com tudo. Até o final do ano quero inaugurar esse shopping.
Assim que cheguei em casa, estranhei o fato de Samantha não estar na porta para me receber, como sempre fazia. Porém, ao abrir a porta, entendi o motivo.
Não consegui dar mais um passo. Caí de joelhos no chão, levando a mão à boca para abafar o choro de emoção. Após tanto tempo esperando, finalmente meu sonho estava se realizando. Meu coração transbordava de alegria ao ver aquela faixa enorme escrita:
"Você vai ser papai."
— Vamos ter um bebê, meu amor! — Samantha disse, tão emocionada quanto eu.
— Eu não estou acreditando. É verdade, amor?
— Claro que sim! Vamos ter nosso bebê, o nosso tão sonhado bebê — respondeu, abaixando-se para me abraçar.
— Você sabe que tem me feito o homem mais feliz do mundo, né?
— Casei para te fazer feliz, amor. Ouvir você dizer isso me deixa tão feliz quanto — disse ela, sua voz cheia de emoção tocando meu coração. — Saiba que também sou muito feliz.
— Casamos com o propósito de fazermos um ao outro feliz. E agora temos a missão de fazer esse bebê feliz.
Enquanto tomava banho, não parava de pensar. Não dava para acreditar, parecia um sonho. Depois de mais de cinco anos tentando, finalmente aconteceu. Nosso amor deu frutos. Fico imaginando a alegria da família quando souber da notícia.
Meu coração parece que vai explodir de felicidade.
Samantha entra no banheiro, me olha daquele jeito irresistível e começa a tirar a roupa.
— Não me olha assim, ou não respondo pelos meus atos — brinco, e ela sorri sapeca.
Ela é a mulher da minha vida. Nos conhecemos em um retiro espiritual. Samantha estava lá porque havia perdido o pai e não conseguia se conformar; suas amigas a levaram para tentar ajudá-la. Eu estava lá pelo mesmo motivo. Meu pai havia falecido, deixando toda a responsabilidade em minhas mãos. Eu era muito jovem, tinha uns desenove anos na época, e, sendo filho único, precisava ser forte para cuidar da minha mãe, que ficou devastada, e da construtora da família.
Foi o Marcos, meu melhor amigo, quem insistiu:
— Cara, você precisa ir ao retiro espiritual. Vai se sentir melhor, tenho certeza.
Então fui. E, numa roda de pessoas compartilhando os motivos de estarem ali, vi Samantha sentada no meio, contando entre lágrimas sobre a perda do pai. Me apaixonei naquele exato momento.
Quando a dinâmica terminou e todos seguiam para os alojamentos, me aproximei dela, me apresentei e disse que lamentava sua perda. Nossas dores eram algo que tínhamos em comum.
Antes do retiro acabar, pedi o número de telefone dela para uma de suas amigas. Uma semana depois, tomei coragem e liguei. Mas, para minha surpresa, quem atendeu foi o namorado dela. Aquilo não foi um balde de água fria, foi uma caixa d’água inteira. Fingindo que tinha ligado para o número errado, desliguei, chateado.
Mas o destino queria que ficássemos juntos. Dois meses depois, Samantha entrou na mesma faculdade que eu, cursando Engenharia Civil. E, para minha surpresa, caiu na mesma turma. O melhor de tudo? Estava solteira.
A partir daí, nos tornamos amigos. O tempo passou, e um dia confessei meu amor por ela. Também contei que havia ligado para ela antes, sem saber que tinha namorado. Então fiz um convite para um encontro, e ela aceitou. Começamos a namorar.
Três meses depois de formados, pedi Samantha em casamento. Um mês depois, nos casamos. E agora, sete anos depois, estamos aqui, realizando nosso maior sonho.
Durante o jantar…
Naquela mesma noite, estávamos todos reunidos para dar a grande notícia aos nossos amigos e às nossas mães. Levantei-me, peguei uma taça e estendi a mão para Samantha, que exibia um largo sorriso no rosto. Ela se levantou, passei o braço ao redor de sua cintura e todos voltaram suas atenções para nós.
— Hoje reunimos vocês, que fazem parte das nossas vidas, que estão sempre ao nosso lado, nos dias bons e também nos difíceis. E o motivo pelo qual estamos compartilhando essa refeição torna esse momento ainda mais especial. Samantha e eu queremos trazer boas novas: vamos ser pais!
Assim que dei a notícia, todos à mesa vibraram de alegria. Nossas mães se abraçaram, chorando, emocionadas, e logo vieram nos abraçar.
— Meus filhos, que alegria! Tanto sonhei com esse dia, e agora ele se tornou real. Oh, meu Deus, que maravilha! — disse minha mãe, me enchendo de beijos antes de abraçar Samantha com carinho.
Davi
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Atualizado até capítulo 32
Comments
Cleidilene Silva
Devido é um gato 🐈
2025-05-26
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