Fechei o celular. A festa continuava ao meu redor, as luzes pulsavam em sintonia com a música, mas tudo pareceu entrar em silêncio. Meu peito parecia apertado demais para conter meus próprios pensamentos.
— Bella! — a voz de Harper me atingiu como um raio.
Ela surgiu sorridente ao lado de Zane, os dois com copos nas mãos e olhares vibrantes. Harper, minha melhor amiga, desde que me entendo por gente, usava um vestido azul sofisticado. Já Zane, sempre charmoso, trajava um terno escuro com a gravata folgada, como se já tivesse dançado a noite inteira.
— Finalmente, a rainha da noite! — disse Harper, me puxando para um abraço apertado. O cheiro do seu perfume floral me envolveu, quase me fazendo esquecer do torpor que me dominava.
Disfarcei o nó na garganta, e esbocei um sorriso.
— Parabéns, Bel. — Disse Zane, me abraçando com firmeza. Sua voz estava carregada de sinceridade. — Você tá incrível.
— Que bom que vocês estão aqui. — Murmurei, a voz baixa, mas tentando soar convincente. — Eu precisava disso… de vocês.
Harper estreitou os olhos e segurou meu braço com delicadeza, mas firmeza o bastante pra que eu não fugisse.
— É impressão minha ou minha melhor amiga tá com cara de funeral em pleno aniversário? — disse ela, com aquele tom que só ela sabia usar: entre a provocação e a preocupação.
— Eu só… tô com uma dorzinha de cabeça, nada demais. — Menti, desviando o olhar.
Harper arqueou uma sobrancelha, cética.
— Nada disso, senhorita Castelli. Eu e Zane vamos garantir que essa noite fique gravada na sua memória. Não aceito menos do que isso.
Ela me puxou pelo braço com um sorriso travesso.
— Vamos, Zane. Chega de drama, vamos mostrar pra essa pista o que é dançar com estilo.
Zane deu uma risadinha e nos acompanhou. E então fomos. A música vibrava como um segundo coração dentro do peito. As luzes rodavam acima de nós, dançando como constelações elétricas. O DJ soltou uma batida poderosa, e nos deixamos levar por ela.
— Uuuh, isso aí! Solta esse quadril, Bella! — Harper gritava, rindo enquanto dançava.
Eu ri também. Era impossível não se contagiar com a energia dela. Harper era a alegria em pessoa.
O tempo passou e, ofegantes da dança, nos sentamos num lounge afastado, com luz baixa e sofás de couro preto. Harper jogou os cabelos para trás, suando como se tivesse corrido uma maratona.
— Bella… aquele seu primo, Tomás… meu Deus do céu. Aquilo é um pecado com pernas. — Ela disse, com um olhar de quem estava prestes a cometer uma loucura.
Soltei uma risadinha abafada.
— O Tomás? Ah, ele tem lá seus momentos… mas calma, Harper, não exagera. Ele é só… o Tomás.
— Só o Tomás? Garota, com aquele olhar, aquele sorriso torto, aquela maldita covinha… Credo! Isso devia ser ilegal!
— Você é uma vadia descontrolada, sabia? — provoquei, rindo.
— Com orgulho, minha rainha. — Ela piscou.
Mas então ela lançou a pergunta. Aquela maldita pergunta.
— E o Noah? — perguntou, quase sussurrando, mas o nome dele cortou meu humor como uma faca.
Na mesma hora, parei de beber o meu refrigerante. Coloquei o copo na mesa e cruzei os braços, tentando não deixar a emoção transparecer.
— Eu não sei. — Falei, seca. — E, sinceramente, Harper… eu também não quero mais saber.
Ela arregalou os olhos, surpresa com o tom firme.
— Uau… tá bom então. Nada de Noah. Entendido. — Respondeu, mais contida.
E ficamos ali. Conversando sobre nada e tentando fingir que tudo era normal. Fingindo que meu mundo não estava desmoronando por dentro.
As horas passaram. Chegou o momento do parabéns. Todos se reuniram ao redor do bolo, que mais parecia uma escultura, com cinco andares e flores de açúcar tão reais que pareciam recém-colhidas.
Eu me coloquei em frente ao bolo, os flashes explodindo, as vozes gritando meu nome, o coro começando.
— Parabéns pra você…
A voz dos convidados ecoava como uma melodia distante.
— Nesta data querida…
Meus olhos percorriam os rostos, cada um deles feliz, sorridente, celebrando comigo.
Eu sorri, baixei o olhar para o bolo, fechei os olhos e fiz um pedido silencioso.
Soprei as velas com força, prolongando mais do que deveria.
Mas quando abri os olhos…
Ele estava lá.
Parado no fundo do salão.
Entre as sombras.
Atrás dos convidados.
No limite entre a luz e o escuro.
Os olhos dele cravados nos meus.
Um arrepio percorreu minha espinha.
Noah.
Meu coração deu um salto brutal, como se tentasse pular para fora do meu peito.
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Atualizado até capítulo 37
Comments
Mclaudia Oliveira
Esses dois prometem muuuuuiiiittttooooo 👏👀🔥
2025-05-20
5
Rosângela Dias Lopes
Ansiosa pelo desenrolar da história, já criando teorias e me transportando,vou ser invisível pra acompanhar os dois
2025-05-21
0
Selma
Já na expectativa de como vai ser o romance desses dois.
2025-05-20
1