Daniela saiu do quarto apressada, o coração acelerado não apenas pela culpa do acidente, mas pela presença dele. Estava prestes a virar o corredor quando sentiu uma mão firme em seu braço. Virou-se assustada.
— Espera, Daniela — a voz dele era grave, quase um sussurro rouco, mas que arrepiava cada centímetro da sua pele.
— Me solta... se não eu grito! — ela avisou, o olhar flamejante, mas as pernas vacilantes.
— Eu só quero conversar com você.
— Como você ousa me enviar aquele colar?
— Era um presente para você. Comprei pensando somente em te entregar...
— Eu não quero nada de você!
— Já eu... quero tudo de você. — ele se aproximou, a voz carregada de intenções. — Eu sei que você não aceita nada de estranhos, mas me deixa te conhecer melhor.
Daniela estreitou os olhos.
— Conhecer melhor? Eu nem sei quem é você!
— Meu nome é Salvatore. Eu só queria te conhecer. — ele falou com sinceridade que quase doía.
— Você é ousado! Aquilo que me disse no leilão...
— Me perdoa. — Salvatore esticou a mão em direção ao rosto dela, mas Daniela recuou.
— Não encosta em mim.
— Eu deveria ter sido mais gentil, eu sei. Você não é como as outras mulheres. Me desculpa. Mas se me deixar me aproximar, você vai ver... eu posso ser muito melhor do que imagina. Eu só quero te conhecer. — a voz dele era baixa, embriagante, e seus olhos carregavam uma intensidade que fazia Daniela perder o ar.
Ela deu um passo para trás, mas encontrou as paredes frias do hospital. Ele, sem invadir demais, se aproximou o suficiente para que ela sentisse o calor da sua respiração.
— Por favor, mia bella... me dá uma oportunidade.
— Eu não sou sua.
— Mas quem sabe um dia não venha a ser? — sussurrou ele, passando de leve as costas da mão pela lateral do corpo dela. — Você não faz ideia do quanto mexe comigo.
O ar se tornou rarefeito quando a respiração dele chegou até o pescoço dela. Daniela estava ali, imóvel, contra a parede, dominada por um desconhecido que parecia ter o poder de invadir seus sonhos. Um homem que ela mal conhecia, mas cuja presença era impossível de ignorar.
— Você é irresistível, Daniela. Faz qualquer um perder a cabeça.
E então veio o beijo.
Feroz. Urgente. Ardente.
Salvatore devorou os lábios dela como se buscasse um pedaço perdido de si mesmo. Daniela estava em choque. Mesmo aos 23 anos, nunca tinha beijado ninguém. O pai era ciumento demais, colocava soldados à espreita de cada passo que ela dava. Agora, no entanto, estava sozinha. Os seguranças estavam do lado de fora.
E o primeiro beijo... foi com ele.
O mesmo do leilão. O mesmo do colar.
A boca de Salvatore queimava, envolvia, despertava algo novo. Por puro instinto, ela correspondeu. Seus braços se enroscaram ao redor do pescoço dele, suas mãos bagunçaram os cabelos escuros e intensos. O beijo era selvagem, caótico, e mesmo assim... perfeito.
Quando finalmente o ar faltou, os dois se separaram, ofegantes. Os olhos dele a devoravam.
— Foi o melhor beijo da minha vida. Não me diga que você não sentiu... como nós dois nos completamos. — ele falou com voz rouca, se aproximando mais uma vez.
— Por favor... não se aproxime novamente.
— Não tenho como atender a esse pedido. — sorriu, com um toque de arrogância encantadora. — Nós somos perfeitos juntos. Você não sente? — ele colocou a mão no próprio peito. — Bem aqui?
Fez um carinho delicado no rosto dela. Os olhos de Daniela percorriam o rosto dele, a boca... e pediam algo que ela não sabia nomear.
— Mas esse pedido que seus olhos me fazem... esse eu posso atender com prazer, mia bella.
Ele a puxou pela cintura, segurou firme sua nuca, e a beijou novamente. Dessa vez, foi um beijo calmo, mas cheio de desejo. Uma promessa sussurrada entre lábios que se encontravam pela segunda vez.
Ao se afastar, Salvatore colou a testa na dela.
— Eu só quero você, Daniela.
— Eu... eu não sei o que fazer. Meu pai e meu irmão vão te procurar.
— Eles só me encontrarão se eu quiser ser encontrado. Por enquanto, só quero você. Depois veremos como me aproximar da sua família. Mas me permite ficar com você... estou louco por você. Você não tem noção do quanto eu te desejo. Não é só físico. É algo mais profundo. É... de alma.
— Você é um de nós... sabe quem somos?
— Eu sei bem quem vocês são. Faço parte desse mundo. — ele olhou nos olhos dela com firmeza. — Não sou aliado do seu irmão. Mas também não sou inimigo.
— Salvatore... eu não... — ela tentou dizer, mas ele a impediu com um gesto.
Segurou o rosto dela com as duas mãos e a beijou de novo. Um beijo mais terno, mas ainda assim avassalador.
— Vamos viver isso. O resto a gente vê depois.
Tirando um cartão do bolso do paletó, ele estendeu para ela.
— Me liga quando sentir minha falta. Quando quiser mais. Eu vou. A qualquer hora. Dou um jeito de chegar até você. Me liga quando quiser e precisar. Nunca ache que sua família é o suficiente. Eu também posso te ajudar.
Daniela ficou sem palavras. O cartão pesava em suas mãos como uma promessa proibida. Salvatore se aproximou mais uma vez, deu um beijo leve em seus lábios e se afastou com a mesma intensidade com que surgiu.
Voltou para o quarto onde Agatha estava. E Daniela, ainda sem fôlego, ainda com o gosto dele na boca, saiu do hospital em silêncio, com o coração aos saltos e a alma... em chamas.
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Atualizado até capítulo 35
Comments
Claudia Teixeira
já disse em ouros livros, mas vou repetir....você é maravilhosa autora....amando a história da Daniela.
2025-05-17
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Leandra Carla De Oliveira
Autora vai dá confusão mulher, eles não podem esconder isso da família dela, sem contar que esse avô dele me parece um pé no saco. Posta mais por favor
2025-05-18
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Jessica Ferreira Borges
Que conexão que foi essa autora. Uauu sua escrita e a melhor👏🏾👏🏾👏🏾
2025-05-18
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