04

Giancarlo retirou o colete do manequim e inspecionou-o em busca de danos. Não havia nenhum.

"Veja você mesmo, signore", convidou Nassif, zombeteiro, antes de se virar para Naaman com novas instruções. "Fique de olho no nosso amigo esta noite. O exército real vai querer um relatório completo. Se ele sobreviver, começaremos a produção em massa. Se não..." Ele fez uma reverência cortês a Giancarlo. "Nenhuma despesa será poupada para o seu funeral. Obrigado pelos seus serviços ao nosso amado reino."

Enquanto GIANCARLO entrava na noite, a cidade de Cayed aguardava — uma fera adormecida durante o dia, com as janelas fechadas, as ruas vazias e silenciosas. Mas quando a lua nascia, a cidade ganhava vida. Lanternas de ferro cintilavam, lançando poças douradas de luz nas ruas de paralelepípedos. Becos com paredes de arenito fervilhavam de atividade enquanto a noite destrancava os corações de seus moradores, libertando-os para quebrar todas as regras.

Cayed era um lugar fora do alcance do exército real, uma fortaleza para os senhores do crime. Era onde os perversos prosperavam, onde as sombras sussurravam segredos e onde acordos eram fechados na escuridão. Se você buscasse fazer o mal, só havia um lugar para ir.

Cayed.

E somente Cayed.

MESQUITA DE FRENTE PARA O DESERTOSoou meia-noite quando Giancarlo ficou cara a cara com a entidade que havia abalado o submundo do crime.

Por que oferecer cem milhões só por informações sobre ele?

E por que oferecer mais cem se ele fosse capturado vivo?

O nome "Seijcut" parecia sugerir ascendência japonesa, mas foi somente depois de semanas estudando cada movimento da entidade que Giancarlo percebeu que o nome era um trocadilho com a palavra "justiça"... o que consequentemente levou a ainda mais perguntas sem resposta.

Toda essa retribuição por um erro do passado?

Uma vingança contra sua família?

Ou Giancarlo poderia representar um assunto inacabado... já que foi Seijcut quem tentou, mas não conseguiu, matá-lo na primeira vez?

As perguntas ardiam na mente de Giancarlo enquanto ele observava a figura mascarada à sua frente. Eles se encararam... e então...

Agora!

Giancarlo atacou primeiro, ganhando uma vantagem passageira.

Mas Seijcut se recuperou rapidamente, e o que se seguiu foi uma dança brutal de punhos, lâminas e chutes.

Cada movimento era antecipado, cada golpe era contra-atacado com precisão.

Era como se eles estivessem lendo a mente um do outro, seus movimentos se espelhando em um ritmo mortal.

Finalmente, Giancarlo aproveitou o momento.

Ele arrancou a máscara do rosto de Seijcut, e até mesmo a escuridão da noite prendeu a respiração, como se nem ela ousasse perturbar o momento.

Por que tem que ser você?

O melhor momento para aprender sobre dor é quando você está sofrendo tanto que não consegue sentir nada.

Quando seu coração foi arrancado do peito, não havia mais nada para o inimigo atacar.

Nada em seu corpo sabia o que significava temer.

Tudo o que lhe restou foi um cérebro que calculava as probabilidades... além de um corpo que havia sido treinado sem parar nos últimos três meses por ninguém menos que o próprio Príncipe dos Assassinos.

O homem fora implacável, mesmo quando ela chorara e gritara na frente dele. Mas ela percebeu agora que todas aquelas horas aparentemente intermináveis de treinamento de combate valiam cada segundo. Se não fosse pelo seu condicionamento (e recondicionamento) brutal, ela estaria morta há muito, muito tempo.

Por outro lado, talvez a morte já estivesse batendo à porta, dada a forma como a noite estava se desenrolando.

Cada golpe de seu oponente era como um eco do passado: frustrantemente fluido, assustadoramente preciso e devastadoramente familiar.

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