Seu Primeiro Amor Brutal
...Prólogo...
"Eu me arrependo, Nonna. Porque percebi que, quando você começa com a coisa errada, todo o resto é errado. Eu deveria ter dito a ela abertamente que sabia que ela era a pessoa certa para mim. E quando ficou claro para mim, eu também deveria ter dito que estava apaixonado por ela. Já estava apaixonado há muito tempo. E que foi ela quem me manteve sã até que nós dois estivéssemos salvos."
Sarica ainda ouvia a filmagem e a reproduzia repetidamente quando Potenziana retornou ao escritório. Embora isso não a surpreendesse, saber disso não a impediu de se partir. Todos sentiam falta de Giancarlo. Mas Potenziana também sabia que a dor deles era apenas uma fração do que a menina sentia.
"Acho que já chega, bambina."
A fidanzata de Giancarlo apenas a encarou enquanto Potenziana pegava o laptop e o fechava. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, o nariz escorrendo e o cabelo parecia não ter sido lavado há dias.
"G-Giancarlo e eu brig-brigamos", Sarica disse de repente, engasgada. "No d-dia anterior à partida dele. Pedi para ele me soltar. Eu n-não queria dar ouvidos a ele, e agora ele..."
"Controle-se." O tom de Potenziana era firme, mas não indelicado. Seus próprios erros dolorosos ao longo dos anos haviam ensinado à matriarca de Boston quando certa dureza era necessária para certos tipos de pessoas.
"Suas emoções vão enganá-lo, fazendo-o pensar que não temos mais esperança."
E Sarica, para o bem ou para o mal, sempre foi do tipo que respondia mais efetivamente a comandos pragmáticos do que à simpatia.
"Mas sabemos que não é bem assim."
Potenziana já conseguia ver Sarica lutando determinadamente contra essas emoções antes mesmo de terminar de falar, e a maneira como a mulher mais jovem enxugou as lágrimas com as costas da mão era ao mesmo tempo cativante e comovente.
A pobre criança nunca teve a chance de ser criança. Nunca soube o que era ser amada pelos pais. E provavelmente era por isso que Sarica achava tão difícil depender de alguém, nem mesmo de Giancarlo, para conforto.
"Quando ele voltar", enfatizou Potenziana, "você pode compensá-lo. Todos nós podemos compensá-lo. Porque você não é a única a se arrepender. Giancarlo tornou tão fácil para toda a família se acomodar e deixá-lo assumir tudo. Todos nós o tínhamos subestimado sem saber. E por mais que me doa dizer isso..."
A própria voz de Potenziana falhou sob o peso do seu remorso.
"Deus teve que levar Giancarlo para que víssemos a verdade."
Os ombros de Sarica tremeram quando ela começou a chorar. Ela cobriu o rosto, mas não foi o suficiente. O som do seu choro era quase feio em sua crueza. E mesmo quando estava se tornando impossível para ela respirar, e seu peito parecia prestes a explodir...
Sarica não conseguia parar de chorar.
Não conseguia parar de doer.
Não conseguia parar de implorar e orar a Deus.
Eu sinto muito.
Sinto muito, muito mesmo.
Por favor, devolva-o para mim.
Por favor.
E eu prometo que não será como antes.
Chega de orgulho.
Chega de mentiras.
Eu o amarei, do jeito que sempre quis.
Eu o amarei, do jeito que Você sempre quis que eu o amasse.
Então, por favor.
Por favor, Deus, por favor.
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Comments
Nanda Ribeiro
Comecei a ler dia 10/05/2025 às 11 h.
Portugal
2025-05-10
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