Matteo Valmont
Trilogia Herdeiro do Magnata — Livro 1
Adam & Leonor
Aqui começa a saga da poderosa família Valmont.
Um amor inesperado entre um magnata e uma jovem modelo determinada, que deu origem a uma geração marcada por laços fortes, transformações e paixões intensas.
Ordem de leitura:
Herdeiro do Magnata – Adam & Leonor
Matteo Valmont – Matteo & Elena Duarte
Lucas Valmont – Lucas & Rafaela
Isabella Valmont – Em breve
– Mudança de Ritmo
As manhãs na sede da Valmont Technologies começavam antes do sol nascer.
O prédio espelhado no coração da capital, com trinta andares, era a fortaleza de Matteo Hunter Valmont.
Filho mais velho de Adam Valmont, Matteo havia construído sozinho sua reputação — à sombra do império do pai, mas com seu próprio nome esculpido em aço, suor e sangue.
Ele era metódico, calculista, e absolutamente implacável.
Aos 27 anos, tinha o mundo aos seus pés — e ainda assim, ninguém ousava se aproximar demais.
Naquela manhã, como de costume, o elevador privado se abriu no 30º andar às 5h45. Matteo saiu sem uma palavra, trajando um terno preto sob medida, a gravata perfeitamente alinhada, o rosto impassível.
— Café, relatório da fusão com a empresa alemã e o contrato de segurança criptografada da tropa especial. — murmurou ele, sem sequer olhar para o lado.
— Já está tudo na sua mesa, senhor Valmont. — respondeu Cecília, sua secretária há quatro anos.
Ela estava com oito meses de gravidez, e ainda assim mantinha o mesmo profissionalismo de sempre — embora o corpo já acusasse o cansaço da reta final.
Matteo a encarou rapidamente, o olhar clínico.
— Não precisa se desgastar mais. A partir de amanhã, entra de licença. Já organizou alguém?
— RH providenciou uma substituta temporária. Entrevistaram três, e eu aprovei uma delas. Currículo impecável. — Cecília entregou uma pasta.
— Confio no seu julgamento. — foi tudo que Matteo disse.
Às 8h em ponto, Cecília passou pelo escritório dele com a bolsa de maternidade.
— Boa sorte. — ele disse.
Foi o mais próximo de um “se cuida” que Matteo conseguiu expressar.
**
10h42
A porta se abriu.
— Com licença, Sr. Valmont. Elena Duarte, sua nova assistente. — disse o segurança, após liberá-la pelo sistema biométrico.
Matteo levantou os olhos do notebook.
Elena usava um vestido sóbrio azul-marinho, com um blazer branco impecável, cabelos presos em um coque alto, salto elegante e postura reta.
Havia algo em sua presença que não era submissão — mas também não era desafio. Era equilíbrio.
— Seja pontual. Não gosto de atrasos.
— O relógio da recepção marcou 10h42. Minha apresentação era às 10h45. — respondeu Elena com leveza. — Estou adiantada, tecnicamente.
Ele arqueou uma sobrancelha.
— E você acha sensato corrigir seu chefe no primeiro dia?
— Se for pra manter a precisão… sim. — respondeu, entregando a pasta com documentos e organizando a agenda digital do dia seguinte.
— Veremos se resiste à rotina. — murmurou ele, já abrindo um novo e-mail. — Tenho reuniões com três ministros nas próximas 48 horas. A segurança precisa ser reforçada.
— Já solicitei à equipe tática de proteção Valmont o reforço no itinerário e enviei o protocolo atualizado para sua análise. — disse ela, sem vacilar.
Matteo encarou a tela.
Por um instante, seu olhar se desviou até ela.
Elena não era apenas preparada.
Ela não recuava.
E, mais do que isso... não puxava o saco.
Poderia ser útil. Ou extremamente perigosa.
— Trabalhe. Não me distraia.
— Só distraio quem se permite distrair, senhor Valmont. — respondeu, e saiu.
**
Na sala de vidro, Matteo sorriu de canto.
Era raro. Quase imperceptível.
Mas ele sabia: Elena Duarte não era como as outras.
E isso… era o começo de um problema.
Ou de algo muito mais perigoso.
Três dias.
Foi o tempo que Elena levou para memorizar toda a agenda de Matteo Valmont, o protocolo de segurança pessoal dele, os sócios-chave da empresa, e ainda reorganizar o sistema de arquivos e e-mails acumulados com precisão cirúrgica.
Matteo observava tudo com uma expressão que os outros traduziam como tédio. Mas não Elena.
Ela percebia os mínimos detalhes — o movimento sutil da mandíbula dele quando algo o irritava, a pausa de meio segundo quando alguém cometia um erro, o olhar de aprovação silenciosa quando algo superava a expectativa.
Ela estava começando a compreendê-lo.
Na manhã de sexta-feira, Matteo entrou em sua sala às 6h10. Encontrou o celular carregado, o café pronto, o relatório impresso na mesa e a assistente já de pé, entregando o itinerário.
— Está cedo.
— O senhor também. — ela respondeu, encarando-o com um leve sorriso.
— Prepare-se. Hoje à noite, temos um evento com os investidores do projeto militar.
— Roupa formal ou informal?
— Formal. — ele respondeu. — E você vai me acompanhar.
Ela não reagiu, mas sabia o que aquilo significava: um teste.
**
20h45 – Hotel Imperial
Matteo entrou com Elena ao lado, e pela primeira vez, as atenções não estavam somente voltadas ao poderoso magnata, mas também à mulher que o acompanhava.
Elena não vestia um simples traje de trabalho. Seu vestido preto de alfaiataria justa, com corte elegante e salto discreto, exalava classe e domínio. O coque baixo realçava a firmeza do seu rosto.
Ela não era só bonita. Ela era presença.
Matteo percebeu.
Conversas, taças de vinho, investidores falando alto, e Elena ali — firme, atenta a tudo, controlando os horários, sinalizando discretamente com o olhar e até interrompendo, com tato, quando um político tentava monopolizar Matteo com bajulações.
Num desses momentos, Elena se aproximou e sussurrou:
— O diretor russo está de saída. Se quiser falar com ele antes, é agora.
Matteo desviou do outro interlocutor sem cerimônia e seguiu o plano.
Mais tarde, já no carro de volta, Matteo comentou:
— Você lidou com eles melhor do que qualquer assistente que já tive.
— Era isso ou deixá-lo morrer de tédio ouvindo promessas vazias.
— Você tem a língua afiada.
— Eu sei onde cortar, senhor Valmont. E onde recuar.
Silêncio.
Por um segundo, os olhares se encontraram. Matteo desviou primeiro.
— Amanhã, 7h. Treinamento de campo com a equipe de segurança. Quero você lá.
— Já confirmei com o capitão Diego. Uniforme e identificação prontos.
— Está sempre um passo à frente?
— Não sou como as outras. — ela respondeu.
A frase ficou suspensa no ar.
**
Do lado de fora, os olhos de Matteo estavam fixos na janela do carro, mas seus pensamentos giravam em torno de Elena Duarte.
Ela o desafiava sem desrespeitá-lo. O instigava sem provocar abertamente. E, mais do que tudo... ela não o temia.
Fim de capítulo !
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