O beijo ainda queimava na pele dela quando Lily se afastou bruscamente, empurrando Lorenzo com força.
Sem pensar, a mão dela subiu e estalou no rosto dele num tapa forte, seco, que ecoou pelo escritório.
— Vaffanculo! — ela xingou, os olhos verdes brilhando de raiva.
Lorenzo apenas sorriu. Um sorrisinho de canto de boca, como se estivesse se divertindo com a fúria dela.
Isso só fez o sangue de Lily ferver ainda mais.
Sem hesitar, puxou a arma que sempre carregava escondida e apontou direto pro peito dele.
A tensão explodiu no ar.
— Eu salvei a sua vida — ela cuspiu as palavras — e isso não te dá direito nenhum sobre mim. Nenhum!
O sorriso dele morreu.
Os olhos escureceram.
Antes que ele pudesse reagir, Lily puxou o gatilho.
BANG!
O tiro passou raspando pelo ombro dele, atravessando a cadeira atrás. Não era um tiro para matar — mas era um aviso claro: não brinque comigo.
Lorenzo ficou parado, olhando a marca da bala, depois para ela. Por alguns segundos, o tempo congelou.
Ninguém — ninguém — tinha feito isso com ele antes.
Quem ousava levantar a mão para Lorenzo De Luca não saía vivo para contar.
Mas ali estava ela. Pequena, linda, furiosa... e com a arma ainda firme nas mãos.
Ele se sentou lentamente na cadeira, sem tirar os olhos dela, o peito subindo e descendo devagar como quem segura um furacão dentro de si.
Ela abriu uma porta que não tinha mais volta.
Um sorriso frio apareceu nos lábios dele.
— Brava, piccola. — murmurou. — Agora você é minha de verdade.
Porque Lorenzo não deixava suas feridas abertas.
Ele consertava. Do jeito dele.
E Lily tinha acabado de se tornar o projeto mais perigoso — e mais irresistível — da vida dele.
Com a arma ainda em punho, Lily mostrou o dedo do meio para ele, um gesto claro e insolente.
Virou nos saltos e abriu a porta para sair.
Mas assim que a porta se abriu, deu de cara com um batalhão de seguranças armados, todos com as armas apontadas — para ela, prontos para reagir.
Foi automático: Lorenzo se levantou num salto, a voz rasgando o ar com autoridade.
— Baixem as armas! — rugiu. — Se alguém atirar nela, até a maldita família vai pra vala!
Os homens hesitaram.
Um deles, corajoso ou estúpido, ainda questionou:
— Mas senhor... ela atirou no senhor...
Lorenzo riu.
Não foi um riso normal. Foi um riso rouco, sombrio, como se tivesse aceitado de vez sua própria loucura.
— Ela pode fazer o que quiser.
Ali, ele percebeu: tinha perdido completamente o controle.
E estava amando cada segundo.
Lily passou no meio dos seguranças com a postura de uma rainha — altiva, inatingível — sem olhar para trás, sem checar o ferimento dele.
Ele a observou ir, completamente possuído por ela.
Antes de sair da sala, Lorenzo ainda provocou:
— Não vai cuidar do estrago que fez?
Lily virou o rosto levemente, com aquele sorriso debochado que o matava, e respondeu em italiano, fria como gelo:
— Muori sfinito. (Morra esgotado.)
E foi embora.
Mas o que ela não sabia era que Lorenzo já havia vencido o primeiro round.
Durante o beijo, com a experiência de quem já sobreviveu a guerras invisíveis, ele prendeu um rastreador minúsculo na roupa dela — imperceptível.
Agora, ela podia correr, se esconder, lutar.
Logo, ele ia buscar o que era seu.
Ela era dele.
E sentado em sua cadeira, ainda sentindo o ombro sangrar, Lorenzo riu como um louco, um riso que ecoou nas paredes da sala.
Nenhum soldado jamais tinha visto o chefe rir daquele jeito.
Eles sabiam: aquilo não era normal.
Aquilo era o começo de uma caça.
Uma caça que só terminaria com Lily nos braços dele.
E dessa vez, não teria mais saída.
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Atualizado até capítulo 31
Comments
Renata
adoro ver estes mafiosos que são verdadeiros assassinos se transformar em cachorrinhos
2025-06-13
5