capítulo 4

O beijo ainda queimava na pele dela quando Lily se afastou bruscamente, empurrando Lorenzo com força.

Sem pensar, a mão dela subiu e estalou no rosto dele num tapa forte, seco, que ecoou pelo escritório.

— Vaffanculo! — ela xingou, os olhos verdes brilhando de raiva.

Lorenzo apenas sorriu. Um sorrisinho de canto de boca, como se estivesse se divertindo com a fúria dela.

Isso só fez o sangue de Lily ferver ainda mais.

Sem hesitar, puxou a arma que sempre carregava escondida e apontou direto pro peito dele.

A tensão explodiu no ar.

— Eu salvei a sua vida — ela cuspiu as palavras — e isso não te dá direito nenhum sobre mim. Nenhum!

O sorriso dele morreu.

Os olhos escureceram.

Antes que ele pudesse reagir, Lily puxou o gatilho.

BANG!

O tiro passou raspando pelo ombro dele, atravessando a cadeira atrás. Não era um tiro para matar — mas era um aviso claro: não brinque comigo.

Lorenzo ficou parado, olhando a marca da bala, depois para ela. Por alguns segundos, o tempo congelou.

Ninguém — ninguém — tinha feito isso com ele antes.

Quem ousava levantar a mão para Lorenzo De Luca não saía vivo para contar.

Mas ali estava ela. Pequena, linda, furiosa... e com a arma ainda firme nas mãos.

Ele se sentou lentamente na cadeira, sem tirar os olhos dela, o peito subindo e descendo devagar como quem segura um furacão dentro de si.

Ela abriu uma porta que não tinha mais volta.

Um sorriso frio apareceu nos lábios dele.

— Brava, piccola. — murmurou. — Agora você é minha de verdade.

Porque Lorenzo não deixava suas feridas abertas.

Ele consertava. Do jeito dele.

E Lily tinha acabado de se tornar o projeto mais perigoso — e mais irresistível — da vida dele.

Com a arma ainda em punho, Lily mostrou o dedo do meio para ele, um gesto claro e insolente.

Virou nos saltos e abriu a porta para sair.

Mas assim que a porta se abriu, deu de cara com um batalhão de seguranças armados, todos com as armas apontadas — para ela, prontos para reagir.

Foi automático: Lorenzo se levantou num salto, a voz rasgando o ar com autoridade.

— Baixem as armas! — rugiu. — Se alguém atirar nela, até a maldita família vai pra vala!

Os homens hesitaram.

Um deles, corajoso ou estúpido, ainda questionou:

— Mas senhor... ela atirou no senhor...

Lorenzo riu.

Não foi um riso normal. Foi um riso rouco, sombrio, como se tivesse aceitado de vez sua própria loucura.

— Ela pode fazer o que quiser.

Ali, ele percebeu: tinha perdido completamente o controle.

E estava amando cada segundo.

Lily passou no meio dos seguranças com a postura de uma rainha — altiva, inatingível — sem olhar para trás, sem checar o ferimento dele.

Ele a observou ir, completamente possuído por ela.

Antes de sair da sala, Lorenzo ainda provocou:

— Não vai cuidar do estrago que fez?

Lily virou o rosto levemente, com aquele sorriso debochado que o matava, e respondeu em italiano, fria como gelo:

— Muori sfinito. (Morra esgotado.)

E foi embora.

Mas o que ela não sabia era que Lorenzo já havia vencido o primeiro round.

Durante o beijo, com a experiência de quem já sobreviveu a guerras invisíveis, ele prendeu um rastreador minúsculo na roupa dela — imperceptível.

Agora, ela podia correr, se esconder, lutar.

Logo, ele ia buscar o que era seu.

Ela era dele.

E sentado em sua cadeira, ainda sentindo o ombro sangrar, Lorenzo riu como um louco, um riso que ecoou nas paredes da sala.

Nenhum soldado jamais tinha visto o chefe rir daquele jeito.

Eles sabiam: aquilo não era normal.

Aquilo era o começo de uma caça.

Uma caça que só terminaria com Lily nos braços dele.

E dessa vez, não teria mais saída.

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Comments

Renata

Renata

adoro ver estes mafiosos que são verdadeiros assassinos se transformar em cachorrinhos

2025-06-13

5

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