capítulo 2

Horas depois, Lily acordou, grogue pela dor e pelos remédios. Tentou se mover, mas o corpo pesava. Quando abriu os olhos, ele estava ali. Sentado à sua frente, braços cruzados, olhar fixo nela como um predador estudando a presa.

— Então, Lily — a voz dele saiu baixa, arrastada, carregada de algo que ela não soube definir na hora —, tem muita coisa que você esqueceu de me contar.

Ela arqueou uma sobrancelha, mesmo sentindo dor.

— Você devia ter lido meu dossiê. Não é culpa minha se é preguiçoso.

A resposta cortante caiu como uma provocação no ar.

Ele sorriu — um sorriso perigoso. Quase ninguém ousava falar assim com ele. Quase. Só ela. E isso o deixava mais do que irritado... deixava louco.

Se levantou devagar, se aproximando da cama.

— Sabe que agora você está em minhas mãos, né? — murmurou, a voz rouca, carregada de uma promessa sombria.

Ela não recuou. Nunca recuava.

— Eu não sou propriedade de ninguém. Nem da máfia. Nem sua.

Ele inclinou o corpo sobre ela, tão perto que ela sentiu o cheiro dele — uma mistura de perigo e desejo.

— Você é sim. Só não percebeu ainda.

O olhar verde-floresta dela cravou no dele, desafiador.

— Você vai se decepcionar, bonitão.

Ele soltou uma risada abafada. Aquela mulher era feita sob medida para destruir qualquer autocontrole que ele achava que tinha. E pela primeira vez, o rei da máfia — temido, adorado, obedecido — descobria o que era desejar algo com tanta força que chegava a doer.

Desejava Lily. E faria dela sua. Quisesse ela ou não.

Mas tinha tempo. E ele era paciente quando o prêmio valia a pena.

E ela valia.

Valia cada maldito segundo.

---

Lily não era de ficar parada. Assim que conseguiu se recuperar o suficiente, saiu do hospital sem avisar ninguém. Voltar pra sua toca, seu refúgio escondido, foi questão de sobrevivência. Lá, com seus computadores, armas e equipamentos, se sentia invencível outra vez.

Resolveu trabalhar no serviço que ele tinha pedido. Queria terminar tudo rápido, sem frescura, e sumir das vistas do diabo que agora sabia que ela existia. Não podia se dar ao luxo de se envolver. Não com alguém como ele.

Mas do outro lado da cidade, quando ele soube que ela havia fugido, a reação foi explosiva.

Quebrou a sala onde estava, jogou o celular contra a parede e rosnou ordens aos seus homens.

— Fechem a cidade. Quero ela encontrada. Agora.

Carros pretos começaram a circular pelas ruas. Homens armados vasculharam bairros inteiros. Portas foram batidas. Câmeras de segurança hackeadas.

Mas encontrar Lily não era fácil.

Ela sabia desaparecer como ninguém.

Cada hora que passava sem notícias dela só alimentava a fúria dele. Nunca em toda a sua vida alguém tinha fugido dele. Nunca.

Só ela.

E isso fazia algo dentro dele queimar. Raiva. Desejo. Obsessão.

Mas ele sabia de uma coisa: cedo ou tarde, ela teria que entrar em contato. Ela precisava terminar o serviço. Ela precisava dele — ou achava que precisava.

E quando ela voltasse...

Dessa vez, ela não iria fugir.

Dessa vez, ela seria dele.

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Comments

Erica Conceição Silva

Erica Conceição Silva

a sua escrita é sentir beijar o céu só é boa.

2025-07-16

0

Erica Conceição Silva

Erica Conceição Silva

as histórias envolvente.

2025-07-16

0

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