Capítulo 4 – Tempestade Silenciosa

A semana parecia caminhar devagar, como se cada dia arrastasse os pés pelos corredores da escola. Desde a discussão com Bakugou, Izuku tentava manter o foco, mas sua mente ainda vibrava com a intensidade das palavras trocadas. Ele evitava cruzar com o loiro nos corredores, mas isso era quase impossível. Bakugou parecia sempre estar por perto. Sempre observando.
Enquanto isso, um novo grupo começava a chamar atenção nos intervalos. Eles não eram exatamente novos na escola, mas costumavam manter distância de dramas alheios. Até agora.
Mina Ashido, com seus cabelos rosa e energia contagiante, surgiu como um furacão no pátio principal, chutando uma pedra e encarando Bakugou com as mãos na cintura.
Mina
Mina
— Sério, Katsuki?
Mina
Mina
Tá andando com essa nuvem de raiva na cabeça desde segunda-feira!
Mina
Mina
O que tá pegando com você?
Ao lado dela, Denki Kaminari apenas deu de ombros, mexendo no celular, claramente alheio à tensão no ar.
E atrás deles, Eijiro Kirishima, sempre sorridente, deu um tapinha nas costas de Bakugou.
Kirishima
Kirishima
— Relaxa, mano! Vai ver é só TPM... Tensão Pré-Matéria!
Silêncio.
Mina
Mina
(arqueou uma sobrancelha.) — Kirishima, eu te adoro, mas... essa foi péssima.
Kirishima
Kirishima
— Eu tento, eu tento (respondeu ele, rindo nervoso.)
Bakugou, que estava escorado na parede, com os braços cruzados e a testa franzida, soltou um suspiro impaciente.
Bakugou
Bakugou
— Vocês não têm nada melhor pra fazer?
Mina
Mina
— Não quando você tá aí se comportando como se tivesse sido chutado por um caminhão emocional (retrucou, cruzando os braços.)
Mina
Mina
— Vai me dizer que esse mau humor todo não tem nome e sobrenome?
Bakugou
Bakugou
— Não é da conta de vocês, droga (rosnou, desviando o olhar.)
Denki
Denki
(finalmente levantou os olhos do celular.) — Hm… é por causa do verdinho? O novato? O Izuku?
Bakugou
Bakugou
(apertou os dentes.) — Eu disse que não é da conta.
Mina
Mina
(olhou pro loiro com mais seriedade agora.) — Olha, não vou te forçar a falar.
Mina
Mina
— Mas se continuar tratando todo mundo como lixo só porque alguém te tira do eixo…
Mina
Mina
— Vai acabar sozinho.
Kirishima
Kirishima
(tentou suavizar o clima mais uma vez.) — Vamos fazer o seguinte: hoje à noite, lanche na minha casa.
Kirishima
Kirishima
— Pizza, refri, videogame. Ninguém fala de problemas. Que tal?
Mina suspirou e assentiu. Denki deu um sorriso murcho.
Bakugou ficou em silêncio.
Mas seu olhar, antes duro, agora carregava algo diferente. Não era raiva. Era confusão. Um incômodo silencioso que só ele entendia.
Enquanto isso, do outro lado do pátio, Izuku ria com Uraraka e Shoto ao redor de uma lata de suco dividida entre eles.
Uraraka
Uraraka
— ...e aí ele tentou fazer cócegas no Shoto (disse)
Uraraka
Uraraka
— e foi tipo dar risada num bloco de gelo!
Shoto
Shoto
— Eu avisei que não tenho sensibilidade nos lados (respondeu, sério, arrancando uma gargalhada de Izuku.)
Por um instante, os olhos verdes de Izuku buscaram, sem querer, a figura de Bakugou ao longe.
Ele estava lá. De braços cruzados, cercado por três colegas. Mas mesmo entre eles… parecia sozinho.
Izuku desviou o olhar rapidamente. Mas não conseguiu ignorar o aperto leve que sentiu no peito.
Talvez tivesse mais coisas por trás da raiva daquele loiro do que ele imaginava.
Talvez.
Continua...

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