Sam
Tem dias em que o vento parece me seguir. Não de um jeito gostoso, daqueles que bagunçam o cabelo e te fazem sorrir... mas de um jeito estranho, como se tivesse olhos. Como se alguma coisa estivesse me observando.
Eu tento não dar muita atenção a isso. Sempre fui meio paranoica. Minha mãe diz que é por causa dos filmes que assisto. Suspense, investigação, serial killers — gosto de tudo isso. Talvez demais. Mas o que ninguém entende é que esses filmes me fazem sentir segura. Como se, ao entender o perigo, eu pudesse me proteger dele.
Hoje, enquanto voltava da faculdade, senti de novo aquela coisa. Uma pressão no ar, sabe? Como se meus passos não fossem só meus. Olhei para trás, mas a rua estava vazia. Sempre está. Moro numa vizinhança tranquila, onde os cachorros latem mais do que os vizinhos falam entre si.
Ainda estou me acostumando a viver aqui. Dois anos... parece pouco tempo, mas às vezes sinto que já vivi uma vida inteira nessa rua. É tudo meio cinza. As casas são parecidas, o silêncio parece fazer parte do concreto. Mas o bosque... o bosque é meu refúgio.
É pra lá que eu vou sempre que o mundo pesa demais. As árvores me acolhem, o cheiro de terra molhada me acalma. É engraçado, mas é o único lugar onde eu posso respirar fundo sem sentir medo.
Só que hoje foi diferente.
Enquanto caminhava por entre os troncos retorcidos, sentia como se algo — ou alguém — estivesse perto demais. Não ouvi passos, não vi vultos. Nada. Mas meu corpo... meu corpo sabia. O coração batia rápido, os pelos dos braços se arrepiavam. Eu não sou dessas que acreditam em coisas sobrenaturais, mas juro que havia uma presença ali comigo.
Mesmo assim, não fui embora. Não sei por quê. Talvez porque me recuso a ser aquela garota que corre de tudo. Ou talvez... talvez porque, lá no fundo, algo em mim queria entender.
A sensação desapareceu tão rápido quanto chegou. Quando cheguei em casa, tirei os tênis, coloquei uma blusa velha e fui direto pro espelho. Passei um pouco de gloss nos lábios, arrumei a tiara no cabelo e me olhei como faço sempre. Vaidade boba, talvez. Ou apenas a forma como tento me manter no controle.
Eu sou Sam. Tenho 17 anos. Acabei de me formar e ainda não decidi o que quero fazer da vida. Meus pais dizem que tenho tempo. Mas às vezes, eu sinto que o tempo está correndo. E não sei por quê.
Tem algo no ar ultimamente. Algo que se move ao meu redor, invisível. Como um sussurro no escuro. Como um olhar que nunca me toca, mas nunca se afasta.
Pode ser só coisa da minha cabeça.
Mas... e se não for?
...----------------...
This shit always happen to me (Yeah)
Why can't we just play for keeps? (MM-mm)
Practically on my knees (Yeah, yeah)
But I know I shouldn't think about it
You know what you're doin' to me
You're singin' my songs in the streets, yeah, yeah
Actin' all innocent, please
When I know you're out here thinkin' 'bout it
Then you realize she's right there (Yeah)
And you're at home like, "Damn, she can't compare" (Break up with your girlfriend: Ariana Grande)
Sam Vibies
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 57
Comments