Três dias após a decisão de Chloe, o salão de reuniões na cobertura da Bennett Corporation estava impecável. Uma mesa de mármore branco dominava o centro do ambiente, cercada por cadeiras de couro italiano. As janelas panorâmicas revelavam a vista da cidade abaixo, enquanto o céu cinzento parecia prenunciar a tempestade que se aproximava.
Ethan chegou primeiro, vestindo um terno preto sob medida. O cabelo castanho-escuro estava perfeitamente arrumado, e a expressão era de seriedade absoluta. Mas por dentro, ele estava agitado. Desde que Chloe dissera “sim”, ele não conseguia parar de pensar nela.
Ela era inocente, sim. Mas havia algo naquele olhar firme, naquela coragem inesperada, que o deixava intrigado… e cada vez mais atraído.
Logo depois, Chloe entrou, acompanhada de seu pai e da mãe. Usava um vestido branco de alfaiataria que marcava sua cintura e deixava suas pernas delicadas à mostra. Os cabelos estavam presos num coque bagunçado, e ela usava pouca maquiagem — apenas o suficiente para realçar seus traços doces e seus olhos cor de mel.
Ethan levantou-se, como um cavalheiro, ao vê-la entrar. Chloe corou levemente, mas não desviou o olhar. Ele estendeu a mão, e ela a apertou, sentindo o calor firme e confiante dele. Era um toque simples, mas carregado de tensão.
— Pronta? — ele perguntou.
— Nunca estive mais — respondeu ela, com um leve sorriso.
Os advogados de ambas as famílias se sentaram à mesa com uma pilha de documentos. O contrato era objetivo, mas complexo:
Duração: Dois anos.
Propriedades: Nada seria compartilhado legalmente. Ambos manteriam seus patrimônios separados.
Relação física: Apenas se ambos consentissem. Nenhuma obrigação íntima.
Imagem pública: Deveriam viver como um casal aos olhos do mundo — frequentar eventos, morar juntos, usar alianças, e demonstrar afeto em público.
Rescisão: Qualquer violação grave do contrato resultaria em anulação imediata, com penalidades.
Chloe leu cada linha com atenção. Quando chegou na cláusula de intimidade, seu rosto corou. Sophia Bennett soltou um leve pigarro, desconfortável, mas Charles permaneceu impassível.
Ethan, percebendo a tensão, olhou para Chloe e disse em voz baixa:
— Se você quiser, podemos remover essa cláusula.
Ela ergueu os olhos para ele, firme.
— Não precisa. Eu confio em mim mesma. E, por enquanto, também confio em você.
A frase fez algo dentro dele estremecer.
Os documentos foram assinados. Ethan deslizou um anel de diamantes delicado no dedo dela — simples, porém valioso. Chloe olhou para a joia, hipnotizada. Era a primeira vez que usava algo tão simbólico.
— Agora é oficial — disse Charles, com um tom grave.
Mas para Chloe e Ethan, aquilo era apenas o começo.
Naquela noite, houve um jantar formal na mansão Montgomery. Apenas os noivos, os pais de ambos e uma pequena equipe de empregados. A mesa estava iluminada por velas, e o clima era de celebração tensa.
Ethan não conseguia parar de observá-la. Chloe estava deslumbrante em um vestido azul-marinho justo, com os ombros à mostra e um colar de pérolas simples. A pele clara parecia brilhar à luz do ambiente, e seus olhos evitavam os dele de forma tímida, mas encantadora.
Durante o jantar, ele tentou puxar assunto.
— Você parece desconfortável — comentou, ao vê-la brincar com o garfo.
— É porque estou. — Ela riu nervosa. — Nunca jantei com um noivo antes... ainda mais um tão bonito.
Ele arqueou a sobrancelha, surpreso.
— Bonito?
Ela corou até as orelhas e tentou se corrigir, mas ele deu uma risada baixa e encantadora.
— Você também está linda, Chloe.
Aquelas palavras fizeram seu estômago se revirar. Ela não estava acostumada com elogios. Ainda mais vindos de um homem tão charmoso, com a voz grave e olhar tão intenso.
Depois do jantar, Ethan a acompanhou até o jardim da casa. O céu estava estrelado, e o ar era perfumado pelas flores da primavera.
— Você vai mesmo se mudar para minha casa em Nova York? — ele perguntou, com as mãos nos bolsos.
— Esse é o plano, não é?
— É... — ele deu um passo à frente, mais perto dela. — Mas se em algum momento você quiser desistir… pode falar.
Chloe ergueu o rosto para ele. O vento bagunçava algumas mechas soltas de seu cabelo, e Ethan, quase sem pensar, estendeu a mão e ajeitou uma delas atrás da orelha dela.
O toque fez sua pele arrepiar.
— Eu não vou desistir, Ethan. — Sua voz era um sussurro. — Só preciso que você continue sendo verdadeiro comigo.
Eles ficaram ali, em silêncio, por alguns segundos. O mundo parecia ter desaparecido. Os olhares se encontraram, intensos. Ethan quis beijá-la. Por um instante, seus rostos chegaram perigosamente perto…
Mas ele se afastou, respirando fundo.
— Boa noite, Chloe.
Ela sorriu.
— Boa noite… futuro marido.
E foi embora, com o coração acelerado e a alma em chamas.
Ethan ficou ali, sozinho no jardim, com uma certeza cruel: aquela garota de dezenove anos — virgem, pura e cheia de luz — estava começando a despertar algo nele que nenhuma mulher jamais conseguiu.
Desejo. Cuidado. E algo ainda mais perigoso: sentimento.
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Atualizado até capítulo 35
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