Chloe subiu para seu quarto em silêncio, com os passos lentos e o coração batendo descompassado. Assim que fechou a porta, encostou-se nela e deslizou até o chão, sentindo as pernas tremerem.
Um casamento por contrato.
Era surreal. Parecia coisa de filme… mas estava acontecendo. Com ela.
O pedido de Ethan ainda ecoava em sua mente: “Você terá liberdade. Eu nunca ultrapassarei seus limites.”
Ele havia sido direto, sério, e estranhamente gentil. Não parecia querer enganá-la ou dominá-la. Mas ainda assim… era um homem mais velho, experiente, e ela era apenas Chloe.
Virgem. Ingênua. Protegida do mundo real pela redoma do pai.
Ela fechou os olhos e lembrou-se do olhar de Ethan — havia dor, mas também sinceridade. Ele parecia cansado, mas determinado. E talvez... solitário.
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Minutos depois, a porta foi aberta bruscamente.
— Você só pode estar brincando comigo! — exclamou Sophia Bennett, sua mãe, entrando no quarto com o rosto tenso de incredulidade.
— Mãe…
— Um contrato de casamento? Com um homem de vinte e cinco anos? Um magnata? Você acha que isso é seguro, Chloe? — a voz dela tremia de raiva e preocupação.
— Eu ainda não aceitei — Chloe respondeu, erguendo-se do chão — mas estou pensando.
— Pensando? Você não sabe nada da vida! Nunca saiu com ninguém! Você é... pura demais para esse mundo, Chloe. E aquele homem... ele não te ama. Ele só quer um nome bonito ao lado dele. Uma esposa de fachada.
Chloe sentou-se na cama e olhou para a mãe com firmeza.
— E se eu quiser ajudá-lo?
— Ajudá-lo? E se ele se aproveitar de você? Você acha que só porque ele falou que vai te respeitar, vai mesmo? Ele pode te tocar quando quiser. Você acha que vai conseguir dizer não?
Chloe ficou em silêncio por um momento. Aquilo doía, mas precisava ser dito.
— Eu não sou burra, mãe. — Sua voz saiu baixa, mas firme. — Só porque nunca beijei ninguém, não significa que sou frágil ou incapaz de me proteger. Eu sei dizer não. E sei reconhecer um homem perigoso. Ethan... ele está quebrado. Mas não é cruel.
Sophia se sentou ao lado da filha, tocando seu rosto com carinho.
— Filha... você merece viver seu primeiro amor com alguém que te escolha por quem você é, e não por uma obrigação. Você sonha com flores, cartas e promessas sinceras... não um contrato de dois anos.
Chloe sorriu, com os olhos marejados.
— Eu ainda sonho com isso. Mas talvez essa seja a minha forma de crescer. Não sei se vou me apaixonar por ele... ou se ele vai por mim. Mas ele foi o primeiro homem que olhou nos meus olhos e não me tratou como uma boneca. E se ele cumprir o que prometeu… talvez eu consiga fazer a diferença na vida dele também.
Sophia enxugou os olhos e suspirou.
— Eu te criei pra ser forte. Mas também queria que você fosse feliz.
— Às vezes, a felicidade vem depois da coragem.
As duas se abraçaram em silêncio.
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Na manhã seguinte, Chloe desceu as escadas com as mãos trêmulas e os olhos decididos. O pai estava no jardim, tomando café com Ethan, que parecia tenso, vestido com um terno escuro impecável. Ao vê-la, ele se levantou imediatamente.
Ela caminhou até eles e parou em frente a Ethan, que aguardava em silêncio.
— Eu aceito — disse com a voz clara. — Dois anos. Um contrato. Mas com uma condição.
— Qual? — ele perguntou, com o coração acelerado.
— Que você não me trate como uma obrigação. E que, se algum dia sentir algo verdadeiro por mim… me diga. Eu não quero viver em silêncio.
Ethan a olhou por longos segundos, como se quisesse gravar aquele momento para sempre. Então, estendeu a mão.
— Fechado.
Chloe apertou a mão dele.
Um toque leve, mas que selava um destino.
Ela estava prestes a começar a aventura mais inesperada e perigosa de sua vida. E mal sabia… que não havia contrato no mundo que pudesse impedir um coração de se apaixonar.
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Atualizado até capítulo 35
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