Você acredita que o elevador ainda não tinha voltado? Pois é. Eu já tava me perguntando se Deus tava brincando de Sims e resolveu tirar a escada do mapa. Uma hora e quinze minutos presa com o homem mais bonito do mundo, e eu já tava no terceiro estágio do colapso emocional.
— Se eu morrer aqui, só me promete uma coisa... — falei, olhando pro teto.
— O quê? — ele perguntou, ainda com aquela cara de quem tá meio rindo por dentro e meio “o que que eu tô fazendo aqui?”.
— Que vai avisar minha mãe que eu morri elegante. Mas suada, e com lama na bunda.
Ele soltou uma risada. Uma risada DE VERDADE. Com som. Barulho. Eco. E, minha filha... se a beleza dele já era nível pecado, o sorriso foi tipo o inferno todo abrindo as portas. Eu congelei. Sério, eu tive um micro AVC.
— Você é sempre assim? — ele perguntou, virando um pouco o corpo pra mim.
— Assim como? Linda? Brilhante? O caos em pessoa?
Ele riu de novo. Dessa vez, mais solto. E eu juro, por um segundo, ele não pareceu aquele homem gelado e silencioso de antes. Pareceu… humano. E quase fofo. Quase.
Só que o tempo começou a passar e, meu Deus, que calor era aquele? Parecia que o elevador tinha se transformado numa sauna a vapor com essência de tensão sexual. Eu já sentia a maquiagem derretendo, a nuca suando e o batom virando blush.
— Preciso tirar isso aqui, senão vou derreter — falei, já arrancando o paletó rosa pastel com toda a dignidade que me restava.
— Fica à vontade — ele disse, e eu JURO que teve uma pontinha de malícia ali. Mas a Joyce aqui não recua, minha filha. Fui e tirei.
E foi aí que eu vi.
Os olhos dele foram direto. Direto.
Pro meu decote.
E eu vi MESMO. Não foi tipo “será que ele olhou?” — foi tipo: ele olhou, analisou, mediu, calculou o peso, fez projeção 3D e... sorriu. Aquele sorrisinho de canto, safado, tipo “minha nossa senhora da tentação em pessoa”.
— TÁ QUENTE, NÉ? — soltei do nada, como se isso apagasse o incêndio no ar.
— Tá — ele respondeu, com a voz mais grave do que antes. E mais lenta. E MAIS QUENTE AINDA, PORRA.
O clima ficou denso. Tenso. Parecia que o ar tava pesado, o tempo parado, e a qualquer segundo um dos dois ia pular no outro. E olha... eu quase fui. Quase mesmo. A tensão tava ali, viva, pulsando no meio daquele cubículo.
Eu tava com a respiração desregulada, suando, com o cabelo grudado na testa. Ele, por sua vez, tirou o paletó também, e DEUS, por quê? Que tipo de homem usa camisa branca justa por baixo de um terno e ainda parece um modelo da Calvin Klein no meio do Apocalipse?
Eu olhei. Olhei MESMO. E ele notou. E não falou nada. Só me encarou.
A gente ficou ali, os dois sentados no chão do elevador, trocando olhares quentes o suficiente pra derreter aço. Eu já tava prestes a pedir desculpa pelo que eu ia fazer a seguir, quando...
PLIM.
O elevador fez um barulhinho.
As portas se abriram.
E o inferno congelou.
Ali, bem na nossa frente, estava praticamente TODO O ESCRITÓRIO. Uma multidão de gente de crachá, de salto, de cafezinho na mão, olhando pra gente como se a gente tivesse matado alguém lá dentro.
Ele? Sem paletó, com a camisa meio aberta e amarrotada, parecendo saído de um romance hot.
Eu? Sem paletó, com a blusa grudada de suor, o cabelo bagunçado e o decote gritando “oi”. Sentada no chão, rindo, igual uma doida.
Silêncio.
Morto.
Até que uma voz lá no fundo, de uma estagiária qualquer, saiu:
— ...gente, é a nova funcionária e o CEO.
EU. TRAVEI.
CE. O.
CÊ. TÁ. ZUANDO. QUE. É. ELE?
Meu sorriso congelou. A alma saiu do corpo. E eu só consegui dizer:
— ...bom dia?
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Lili santos
muito bom a história 🤣😂👏🏽
2025-05-16
2
Sarah Vitória Veloso
chocada! ela é totalmente sem filtro
2025-05-02
1
gata
😂😂😂doidinha
2025-05-16
0