Batalha Aquática

Temporada 1 – Ato 1 – Capítulo 4;

Horas se passaram desde a pequena guerra matinal pela mansão. O sol já estava alto, refletindo nas superfícies de vidro e mármore como se a mansão Reed fosse uma joia arquitetônica cravada no paraíso.

Lá fora, na piscina imensa de borda infinita, Jaxon Reed boiava preguiçosamente sobre uma bóia em formato de flamingo dourado. Estava só o luxo do deboche.

Usava um bermudão de grife, estampado com desenhos tropicais estilizados e marcas que custavam mais que um carro popular. No rosto, óculos escuros espelhados que escondiam os olhos dourados herdados do pai, e nas mãos, um drink absurdamente forte, servido num copo decorado com uma mini sombrinha e pedaços de frutas que ele nem sabia o nome. O abdômen trincado e bronzeado brilhava sob o sol, os cabelos negros estavam molhados, caindo levemente na testa, e o sorriso despreocupado completava o visual de alguém que claramente não se preocupa com nada — e nem precisa.

Do nada...

— O que você tá fazendo aqui?! — veio a voz carregada de drama e frustração.

Veronica surgia à beira da piscina, de biquíni rosa cintilante, joias discretas e com o celular na mão. Cabelos presos num coque elegante, pronta para brilhar — mesmo que só em uma chamada de vídeo.

Jaxon ergueu apenas uma sobrancelha por trás dos óculos, deu um gole no drink e respondeu com a tranquilidade de quem está no paraíso:

— Eu que te pergunto... o que você tá fazendo aqui?

— Quero relaxar. Na piscina. Com um pouco de paz. — ela respondeu, já se aproximando da água com seus passinhos milimetricamente ensaiados.

— Idem. Tamo juntos então. O clima tá ótimo. Piscina gigante. Cê pega um lado, eu fico no outro. Democracia líquida.

— Por que você não vai pra outra piscina? — disse ela, revirando os olhos.

— Por que você não vai? — ele rebateu com um sorriso maroto.

— Porque eu quero fazer uma ligação de vídeo com as minhas amigas.

— Perfeito. Fique à vontade. Eu vou ficar aqui, quietinho. Zen total. Nem vou respirar alto.

— Não adianta, Jaxon... — ela suspirou. — Se elas te virem... já era. Elas vão querer falar com você, ou ficar perguntando de você. É sempre assim.

Jaxon riu, balançando os pés na água como uma criança inocente.

— Veronica, é só ligar e ficar na sua. Eu não tô nem aí. Tô aqui de boas, boiando. Relaxa. Elas nem vão me notar.

Com um olhar cético, ela entrou na piscina e se acomodou em uma bóia rosé, ativou a chamada de vídeo e logo o rosto de três amigas apareceu na tela, todas igualmente arrumadas como se já estivessem numa passarela digital.

Tudo parecia tranquilo, até que...

— Pera... aquele ali no fundo é o... JAXON?!

— AAAAH, MEU DEUS, OLHA ESSE ABSURDO!

— MIGA, VIRA O CELULAR! DEIXA EU VER MELHOR!

Veronica cerrou os olhos. Lá estava ele, flutuando no fundo do vídeo, com os braços atrás da cabeça, drink na mão e um leve sorriso de canto. Como se o mundo inteiro girasse ao redor da sua bóia dourada.

Ela o encarou. Ele tirou os óculos de sol devagar, olhou pra ela com total inocência, deu de ombros num gesto teatralmente fofo e soltou, sem mover os lábios:

— Ué. Eu tô quietinho.

Veronica soltou um suspiro longo, resignado, olhando para o céu como quem implorava por paciência divina. Enquanto isso, as amigas do outro lado da tela continuavam em modo fangirl, querendo saber tudo sobre o tal príncipe do internato.

E Jaxon? Já tinha voltado a boiar, com o sorrisinho cínico de quem sabia que existia gente que nascia com sorte... e gente que era ele.

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