Capítulo 3 - Sobre Poder

(Residência Michell)

  Subindo as escadas cansado, eu não via a hora de me jogar no sofá. Tive uma encomenda de uniformes com prazo curto, e estava trabalhando nelas durante a semana toda. Àquele era o último dia, e consegui acordar bem cedinho e terminar tudo as 16:00 horas. Foi um grande recorde, para 300 peças.

Na entrada de casa, notei que as escadas de pedra, estavam muito sujas e quase mudei os meus planos de descansar, para por tudo em ordem, mas, ao ver o sofá, bem na minha frente fui diretamente deitar nele. O cansaço ganhou, e a dor no corpo também. Na noite anterior, eu fui parar na cama com um desconhecido, e como faziam anos que eu não me aventurava intimamente com ninguém, imaginei que era normal sentir tudo meio dolorido, principalmente a minha cintura.

Enquanto uma parte de mim, me culpava por ter me dado tão facilmente para um homem qualquer. A outra estava surpresa, por ter sido tão bom. No final, o pensamento de culpa ganhou, uma vez que traí o meu marido, admitindo que senti muito mais prazer, do tive com ele em todos os nossos anos juntos. Dormi por duas horas ali mesmo, e dormiria muito mais, se não fosse o som da minha campainha soando.

- Céus, quem será? JÁ VAI!

Me apressei a ir a porta. Ao abrir, olhei para um homem vestindo um terno azul claro, com detalhes dourados, que me olhou de volta sorrindo. Percebi que conhecia ele de algum lugar, era o agente de um dos meus clientes.

Agente: Olá senhor Lenar Michell! Tenho a honra de lhe convidar ao jantar de influências desse ano. Aqui está o seu convite.

- Jantar de influências!?

O convite era muito elegante, feito em papel envelhecido, como um pergaminho antigo e escrito com letras douradas.

Agente: Sim senhor. Nesse jantar, as famílias mais importante da cidade se reúnem para anunciar suas conquistas; eventos, casamentos, e até planos de melhoria para a cidade. Coisas assim, sabe?

- "Ah, sim, claro." E onde eu entro nisso meu jovem? Não sou uma pessoa de status, se é que me entende.

Agente: O senhor será a companhia do senhor Sejay Renner.

- Companhia?? Como ele se atreve?

Agente: Não! Não senhor, me perdoe me expressei mal. Queria dizer, "convidado de honra".

- Pode dizer que eu recuso!

Devolvi o convite, o colocando no peito do homem.

Agente: Não por favor! Segure isso! Não posso levar de volta. Posso até ser demitido.

- Tudo bem, nesse caso para não ficar complicado para você. Eu vou ficar com o convite, mas não irei!

Agente: Por favor senhor! O meu chefe ficará muito decepcionado. Ele queria muito entrar com você. O homem responsável pelo sucesso dele, no evento de cantores internacional. Todos falavam sobre as roupas dele.

- Você é bem insistente, mas não vai me convencer. Tchau!

Fechei a porta.

- Bem, agora que estou acordado... Vamos limpar essa casa!

Passei perto da lareira, e parei para olhar o porta retratos.

- Espero que você esteja com saúde e feliz querido.

Para não deixar a tristeza me pegar, me ocupei do serviço da casa. Até finalmente terminar de varrer toda a escada.

- Céus, estou cansado de novo. Também, acho que essa casa é grande demais para uma pessoa... Ah, não! Sem choro. Eu tenho que ficar firme. A casa tem o tamanho ideal, vou ficar bem aqui, até você voltar meu amor.

Após jantar, fui me deitar pois já era tarde. Durante a noite, comecei a sonhar:

°{Eu caminhava pela casa, e na sala, uma criança de cabelos avermelhados sorria para mim. Eu comecei a chorar no mesmo instante. De repente, senti uma mão sobre o meu ombro. A voz perto do meu ouvido arrepiou o meu corpo.

Devon: Ele vai ficar bem. Está indo dormir.

Eu olhei novamente para a criança, que acenou para gente, e subiu as escadas, na direção do quarto.

Devon: Deveríamos fazer o mesmo, não acha? Já é hora de ir para cama.

O corpo quente, daquele homem encostou nas minhas costas.

- Você... O que você está fazendo aqui? Eu não me lembro de ter convidado você.

Ele tirou a camisa sorrindo, e me encostou na parede.

Devon: Você implorou para eu vir. Queria comemorar. Esqueceu?

Eu estava confuso. Não me lembrava de quando o chamei. Quando percebi, estávamos os dois sem roupas, e ele deslizava a língua no meu peito, enquanto acariciava a minha perna. A sensação era muito boa.

Devon: Gosta disso?

- Sim.

Devon: Posso ser mais ousado agora?

- Espera! Vamos para o quarto.

Devon: Nós já estamos no quarto.

Eu olhei ao redor assustado, e estávamos mesmo no meu quarto.

- Ah... Céus!? Eu nem percebi... E...

Senti o corpo dele começar a se movimentar, conectado no meu. Ele se movia mais rápido, e mais firme, e eu não consegui segurar mais os meus gemidos. Os olhos verdes brilhavam no escuro, e se aproximaram do meu rosto, até eu sentir os nossos lábios se envolvendo. Eu não queria que àquela sensação acabasse nunca.}°

...----------------...

Amanheceu, e quando me movimentei senti as minhas calças úmidas. Meus olhos se arregalaram de surpresa, mas, ao mesmo tempo fiquei incomodado.

- Não acredito que tive um sonho indecente desses com aquele garoto! Que raiva! Ele invade os meus sonhos de sempre, só para transar comigo!!? Ah! Como eu deixei isso me afetar tanto? Então é assim que as pessoas ficam, quando estão na seca?

Indignado, fui tomar banho, e me preparar para o trabalho.

Minha loja ficava no centro, quatro quarteirões de distância da minha casa. Eu sempre ia caminhando. Cheguei, e abri as portas, em seguida, fui limpar a vitrine, pelo lado de fora, e depois entrei, para limpar o lado de dentro. Nesse momento, um homem parou em frente a vitrine.

- {Um cliente! Ótimo.}

Saí rápido da vitrine, e fui até a porta.

- Bom dia Senhor, pensando em um traje novo?

Àquele homem vestia um terno bege, e estava na minha opinião, muito apagado. Sua pele era clara, olho azuis bem claros, e cabelo castanho. Nem mesmo a camisa que usava, tinha uma cor diferente para o destacar. Mesmo que ele só estivesse olhando para a vitrine, eu fiquei um tanto incomodado, com vontade de vestir ele de forma melhor.

Homem de terno Bege: Eu estava procurando você.

- Ah, então já me encontrou! O que posso fazer por você?

Homem de terno Bege: Eu quero conversar um pouco.

- Então entra! Vem.

Eu sai da porta abrindo caminho para àquele homem entrar.

- Aceita um chá? Ou uma água?

Homem de terno Bege: Não. Agradeço. Qual é o seu nome, por gentileza?

- Lenar Michell, e o seu?

Homem de terno Bege: Eu me chamo Hebert Sultan.

- Um nome elegante. A gente já se viu em algum lugar?

Herbert Sultan: Sim. Nos vimos na loja de carros finos.

- Ah... Bem, eu me lembro agora. Eu não posso dizer que lamento pelo que fiz, porque não lamento. E se o senhor vai culpar-me por não ter levado o seu carro, a decisão era toda sua. Mesmo que eu desse qualquer opinião.

Herbert Sultan: Imagina, não me arrependo de desistir da compra. Até porque depois das suas acusações, percebi que o comportamento deles, foi estranho. Era óbvio que eles escondiam algo.

- Nesse caso, devo dizer que me sinto confuso. Qual seria então, o motivo que o fez me procurar?

Herbert Sultan: Quero conhecer você melhor.

- Então... Eu não estou interessado em me relacionar com ninguém.

Herbert Sultan: Não me interprete mal. Sou casado, e tenho dois filhos. Eu fiquei curioso. Você disse que foi enganado por eles, entre outras coisas, mas em nenhum momento citou um carro. O que significa que lhe deram um golpe em outra situação.

- Acho que o senhor é muito intrometido. Isso é um assunto particular. O que faz você pensar que eu lhe contaria?

Herbert Sultan: Você tem razão. Deixa eu tentar me explicar. Àquela loja de carros é apenas um dos negócios de uma família importante na cidade. Se eles cometem algum tipo de atividade criminosa, eles fazem isso já faz tempo, e não merecem o prestígio que tem, entende?

- {Claro. Isso deve ser a guerra de poder discutida nessa festa de influências. Se esse homem chegar com uma bomba dessas, ele pode elevar o nível que está. Fala sério!? Mais um que quer me usar. Esses ricos são tão ridículos.}

Fiquei em silêncio um pouco mais, para deixar ele ansioso.

- Entendi. Mas não posso lhe dizer nada. Tudo o que eu tenho contra eles é uma certeza, sem provas. A polícia não me ajuda por esse motivo.

Herbert Sultan: Ok, Mas uma suspeita, já é um motivo de investigação.

- Estou cansado disso. Ninguém me dá ouvidos. Receio que não tem nada que eu possa falar para ajudar.

Herbert Sultan: Se não me contar não vai saber. Tenho muita influência. Sou o bancário dessa cidade. E quando digo isso, não me refiro à só trabalhar no banco. O prédio inteiro é meu.

- Ual! Então o senhor é muito rico... Pode comprar um smoking novo para algum evento... De repente.

O homem sorriu.

Herbert Sultan: Posso.

- Vou tirar as suas medidas.

Sem que eu imaginasse, do outro lado da rua, três homens me observavam pela vitrine da loja, e se aproximaram, ficando a espreita.

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Comments

Onyxdacocada

Onyxdacocada

Ai já tô ficando ansiosa, amo esses mistérios que a Writer deixa no começo!!!! é melhor o Lenar não se machucar ele é bem inteligente, quando o Devon perceber que quem estragou a venda foi o Lenar ele vai surtar /Angry//Angry/

2025-04-26

2

Gege Costa

Gege Costa

que interessante essa história, começou bem espero que tenha continuação.

2025-04-25

2

Onyxdacocada

Onyxdacocada

AI NÃO TANKEI QUE HORROR KAKAKAKAKAKAKSJSJAJKAAKKA

2025-04-26

0

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