Respondo ainda focada no ambiente:
— Ok, por quem começo?
— Vamos seguir primeiro para a sala do Kyle Greenvell, vamos ver se tem provas ou pistas. Respondeu tranquilo.
Acenei em concordância e entramos no elevador. Fiquei a pensar naquela correntinha, aperto para irmos pro último andar:
— Como sabe que é no último andar a sala da presidência?
— Já estive aqui antes, na época vim investigar um vazamento de dados dessa empresa. Um funcionário demitido, resolveu se vingar vazando os dados na Internet.
Ele franze o cenho:
-- Sério, então conhecia Kyle Greenvell?
— Não muito, falei mais com o vice-presidente Charlie Greenvell. Mas, uma vez falei com Kyle.
— Hum, interessante. Isso não vai complicar nada né?
— Não mesmo, o caso aqui é outro.
— Então, você vai falar com Charlie Greenvell.
— Beleza.
— Estou estranhando você concordando comigo, modelo.
— Em nome da investigação apenas isso, por que me chama de modelo?
— Porque você é bonita e tem uma estatura de modelo, já namorei uma modelo por isso sei bem.
Solto uma risada e respondo:
— Eu nunca nem pisei num desfile, nem pra assistir, quem dirá desfilar.
— Preferiu ser policial, mas será que vai aguentar o tranco?
— Isso mesmo, e quanto a isso você verá que não vou desistir. Sou bem determinada, Rooveryng. Chegamos no último andar.
O elevador se abre e sigo rumo a sala de Kyle, mas antes decido olhar a mesa da secretária. E vejo uma bagunça na mesa da mesma, descobri o nome da funcionária, Daisy Milane. Anoto e David diz:
— Você ainda usa caderno de bordo?
— Claro, idaí?
Ele rir e acabou me deixando desconcertada, o filho da mãe é muito bonito. Ele diz:
— Eu uso um ‘tablet’ para fazer anotações, apresento a tecnologia, Mendes.
Respondo a rir:
— Ria mesmo, quando invadirem essa m3rd4 vou rir de volta.
— Vai nada, é confiável.
— Eu não diria isso, sei invadir um negócio desse e os criminosos então nem se fale.
-- Qualquer coisa, você me ajuda.
— Eu hein, prefiro o meu caderno e caneta.
Sigo para a sala da vítima e constato uma bagunça, sinal que houve uma briga aqui. O que chama a minha atenção são os papeis de divórcio, e um aviso da justiça sobre a decisão da separação entre Jasmine Venus Dwith e Kyle Joshua Greenvell. E mais papeis sobre a guarda de Marvin Sun Greenvell, então a guarda do filho ficou com Kyle. Anoto isso, Rooveryng diz:
— Aqui teve uma briga feia viu, quebraram muita coisa.
— Aqui na mesa dele tem uns papéis sobre divórcio e guarda do filho da vítima, olha. Indiquei.
Ele se aproxima e fala:
— Verdade, vou anotar aqui. Muito suspeito, né?
— Sim, a perícia vai ter que vir aqui também. E na sala da vice-presidência, e a mesa da secretária.
— Isso mesmo.
David caminha um pouco e encontra um celular:
— Um celular de quem será?
— Deve ser de um deles.
Saímos e fomos para a sala de Charlie, bem organizada e uns papéis sobre a empresa. O celular dele também ficou aqui, nada suspeito. Descemos e a perícia havia chegado, o delegado Gunter também:
— E aí pessoal, como estão indo?
— Bem, vamos conversar com umas testemunhas. Disse David.
— Temos que avisar a perícia pra ir pra sala do Kyle Greenvell, ela tem várias provas e evidências. Incluindo um celular de um dos envolvidos na briga dos dois homens.
Smith responde:
— Eu faço isso, enquanto isso vão falar com as testemunhas.
— Certo. Respondemos juntos e que estranho essa sincronia.
Fui falar com Charlie e percebo o mesmo fitando o chão, como se estivesse em choque. Será que ele estar em condições de conversar hoje? Vou ver agora:
— Olá, sou a detetive Rina Mendes. O senhor pode conversar agora?
Ele me observa, e noto desejo nos seus olhos. Charlie diz:
— Sim, senhorita. Acho que já a vi em algum lugar, o seu lindo rosto é inconfundível.
— Eu investiguei um vazamento de dados há um ano e meio, lembra?
— Claro, lembrei agora.
Como que ele tem coragem de flertar com alguém, após ter supostamente visto o seu irmão ser morto? Tinha que ser macho pra fazer uma patifaria dessa, ou ele é um suspeito:
— O que aconteceu hoje aqui?
Ele respira fundo e noto o seu rosto se entristecendo:
— Estava conversando com meu irmão na sala dele, quando Jasmine entrou exigindo ver o filho. Eles já estão separados, mas a guarda completa ficou com meu irmão devido ao vício em drogas e jogos de azar que ela tem. Ela veio acompanhada do namorado Jimmy O’Rell; e Kyle e essa mulher começaram a brigar ali mesmo na minha frente. O namorado dela se meteu até que ambos partiram pra vias de fato, Jasmine gritava para eles pararem de se baterem. Eu tentei separar a briga e não consegui também, chamei os seguranças que apartaram finalmente essa briga. Porém, Kyle é um pouco reativo e vingativo, decidiu que ia humilhar eles os expulsando da empresa pessoalmente. Ele fez isso, alguns funcionários da empresa viram na recepção quando o meu irmão estava a expulsar eles. Começaram …os ...os...disparos me joguei no chão para salvar uma das funcionárias e a mim. Os tiros atingiram quem estava na porta da empresa, quando...quando...quando eu levantei vi, Kyle, Jimmy e Jasmine caídos no chão na entrada. No entanto, ela estava em choque em posição fetal deve ter se abaixado pra não ser atingida. Mas, os outros estavam caídos...
Lágrimas começam a inundar seus olhos e vejo dor ali, estou anotando tudo:
— Se não puder continuar, vou entender ok?
Charlie respira um pouco e diz:
— Quero continuar sim, posso te chamar de Rina?
— Pode sim. Falei tranquilamente.
Ele continua:
— Me aproximei e vi a pior cena da minha vida, Kyle estava morto com dois tiros na cabeça… Meu… meu irmão havia morrido ali mesmo, ao lado dele estava Jimmy ferido com três tiros sangrando muito. Ele estava ofegante e gemendo de dor, Jasmine estava em completo choque, até que começa a gritar não. Eu… eu fiquei sem chão ali, tudo que consegui fazer foi ligar pra polícia e para emergência pra vir salvar o Jimmy.
— E depois como foi? Perguntei.
— Depois vocês chegaram, a ambulância chegou e levou Jimmy, e Jasmine que levou um tiro de raspão. Eles constataram a morte do meu irmão...meu irmão.
Ele chora bastante após isso e fala:
— Peço que pegue o desgraçado ou desgraçada que fez isso com meu irmão, eles destruíram a minha família e deixaram...deixaram um menino de quatro anos órfão de pai.
— Vamos descobrir quem fez isso e prender, vão sentir o peso da mão da Justiça. Respondi.
— Eu espero mesmo, Rina. Disse Charlie.
— Antes lembra se seu irmão comentou com você se estava sofrendo ameaças? Indaguei.
— Que eu me lembre não, ele estava bem feliz. Estava namorando novamente, mas acabaram com isso de vez...me dói...dói demais. Eu...eu...eu não pude fazer nada pra salvar ele.
— Você não tem culpa de nada, o culpado será pego em breve. Lembra se Kyle tinha inimigos?
— Apenas nos negócios, mas estava mais pra uma concorrência saudável. Peter Elfmann, da Sunrise Sunset. Uma empresa no mesmo ramo que o nosso.
— Ok, nome da namorada dedo seurmão.
— Daisy Milane, a secretária dele, mas ela não estava aqui hoje. O que o meu irmão me disse foi que ela foi pra uma consulta médica, ela pode ser suspeita?
— Não necessariamente, mas precisamos descartar as pessoas próximas. Faz parte da investigação, mas não fique com medo ou intimidado.
— Tudo bem, Rina. Eu confio em você, resolveu o caso dos vazamentos com seu colega, Heitor Larry.
— Agradeço a sua confiança, e vou fazer o possível pra pegar quem fez isso.
Ele me surpreende com um abraço e fala:
— Eu sei disso, agradeço por ter você nessa investigação.
O mesmo chora no meu ombro, e tento acalmar ele rapidamente:
— Eu sinto muito, nem imaginar a sua dor. Podemos continuar?
— Sim, podemos.
Ele sai do abraço e questiono:
— Lembra de mais alguma coisa relevante?
— Não, apenas isso. Eu nem sei como vou contar pro meus pais que...que...que Kyle morreu.
— Nessas horas descobrimos uma força que nem sabíamos que existia. Vamos parar por aqui, amanhã haverá o depoimento formal, ok?
— Estarei lá, Rina. Até breve, então?
— Até.
Ele sai dali e segue rumo a saída, Rooveryng surge e diz:
— A conversa tava boa que ele até te abraçou, por isso que modelos na polícia.
— Vai se catar, p0rr4. Já vai começar?
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Atualizado até capítulo 24
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