O covil do lobo

Capítulo 3 – O Covil do Lobo

O vento frio bateu contra o rosto de Isabella quando foi puxada para fora do carro. Seu corpo estava trêmulo, não apenas pelo ar gelado, mas pelo medo que rastejava por sua pele como fogo ardente.

Seus olhos se arregalaram ao ver a imponente mansão de pedra à sua frente. Os holofotes iluminavam a fachada luxuosa, destacando os detalhes sofisticados e ameaçadores da construção. Era um castelo moderno, cercado por altos muros de ferro e seguranças armados em cada canto.

Cada fibra do corpo de Isabella gritava para correr, fugir daquela armadilha. Mas como? Seus pulsos estavam amarrados, e Vicenzo Moretti segurava seu braço com força, guiando-a como se fosse um simples objeto.

— Anda, dolcezza, não temos a noite toda — ele murmurou ao seu ouvido, sua voz baixa e carregada de autoridade.

Ela tentou resistir, fincando os pés no chão de pedra fria, mas ele puxou com ainda mais força, arrancando um pequeno gemido de dor de seus lábios.

— Solta… eu não fiz nada! — Isabella protestou, seu coração disparando contra as costelas.

Vicenzo soltou uma risada baixa, sem humor.

— Ah, bambina, você viu mais do que devia — sua voz era sedosa, mas carregada de perigo. — E testemunhas não têm um destino muito agradável no meu mundo.

Ela engoliu seco, suas pernas vacilando ao ser arrastada para dentro da mansão. As portas duplas se abriram diante deles, revelando um salão enorme, com lustres de cristal brilhando sob o teto alto. Tapetes persas forravam o chão, e móveis luxuosos preenchiam o ambiente. Era uma beleza fria e perigosa, como o próprio homem que a trouxera para ali.

Mas Isabella não teve tempo para admirar nada. Assim que os seguranças fecharam as portas atrás deles, Vicenzo a empurrou contra uma parede de mármore com um movimento ágil e preciso.

Ela arfou, sentindo o impacto em suas costas.

— Você vai me matar? — sussurrou, sua respiração irregular.

Os olhos azuis dele brilharam com algo sombrio.

— Ainda não decidi — ele murmurou, aproximando-se, seu corpo quase tocando o dela.

O cheiro amadeirado dele invadiu seus sentidos, e Isabella sentiu um arrepio involuntário percorrer sua espinha. Ela não queria sentir nada além de medo, mas havia algo na presença dele que fazia seu corpo responder de um jeito inesperado.

— Mas vou deixar uma coisa clara — ele continuou, sua voz carregada de ameaça. — Se tentar fugir, eu mesmo irei atrás de você. E garanto que a punição será muito pior do que a morte.

O coração de Isabella pulsava tão forte que ela achou que explodiria.

— Eu… eu só vendia balas… eu não quero problemas — sua voz saiu fraca, mas sincera.

Vicenzo inclinou a cabeça, seus olhos analisando cada detalhe de seu rosto.

— Balas, huh? — um sorriso torto surgiu em seus lábios. — Irônico, não acha? Agora está cercada por um tipo diferente de bala.

Ela engoliu em seco, sua garganta seca como o deserto.

— O que você quer de mim? — perguntou, tentando manter a voz firme.

Ele passou um dedo pelo seu rosto, descendo pelo contorno de sua mandíbula, e Isabella sentiu sua pele queimar sob o toque.

— Talvez eu apenas goste de quebrar coisas inocentes — ele sussurrou.

O medo misturado a algo desconhecido percorreu o corpo dela como um raio.

Estava presa.

No covil do lobo.

E ele estava se divertindo com isso.

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IRANI FERNANDES ALVES

IRANI FERNANDES ALVES

não tem comentários por quê é novo livro ou não tem ninguém para responder parece que vai ser bom

2025-02-27

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