Cheguei em casa, tudo revirado, a sala e a cozinha,fui no quarto,um tabuleiro de xadrez sobre o lençol cheios de figuras de pião e as peças do tabuleiro todas em seu devido lugar, menos o peão que havia dado um passo mas caiu em cima do tabuleiro.
-que merda é essa,o que aconteceu aqui?
Quando cheguei a noite, verifiquei se havia sumido os dados a investigação que eu havia feito, sobre todos os suspeitos.
-Vamos ver se alguma coisa sumiu,ufa! Ainda bem que nada sumiu.
Fui tomar banho e encontrei isso: “você sabe “quem sou eu KD, Laura Gomes?”.
-O que isso? Esse jogo nunca mais acaba,quem fez isso é doente,e aliás quem é KD?
-minhas suspeitas de quem eram evaporaram,QUE DROGA!!!
irritada fui pra fora do apartamento,tinha alguém me ligando, era Keila.
-O que você quer,eu não to afim de seus joguinhos mentais.
-eu já sei por que que está tão estressada.
-como é que é?Tá monitorando agora,além de você me fazer de peão em seus joguinhos, afinal porque você está me ligando?
-ja que você está tão estressada nem vou te falar o que eu tenho a dizer.
-Ei espera aí fala…Droga que inferno essa mulherA ligação caiu, e eu fiquei ali, parada na calçada, tentando acalmar a tempestade dentro da minha cabeça. Cada vez mais, parecia que tudo estava conectado de alguma forma: Keila, Dominick, o hotel, e agora essa mensagem perturbadora no meu banheiro. Mas eu não tinha as peças suficientes para entender o jogo que estava sendo jogado.
Voltei para dentro do apartamento e tranquei a porta, conferindo duas vezes para me certificar de que ninguém mais entraria sem o meu conhecimento. Meu coração ainda estava disparado, e eu sabia que precisava manter a cabeça no lugar.
Peguei o celular e decidi tentar ligar de volta para Keila. Ela não atendeu. Claro que não. Provavelmente estava se divertindo com o meu desespero.
— Que inferno... — murmurei, passando a mão pelo rosto.
Olhei novamente para o tabuleiro de xadrez no meu quarto. Ele parecia tão... intencional, como se tivesse sido montado para me passar uma mensagem que eu ainda não conseguia decifrar. Peguei o peão que estava caído e o observei de perto. Era um peão comum, mas algo no fundo da minha mente me dizia que aquilo tinha um significado maior.
"Você sabe quem sou eu, KD."
KD. Essas iniciais não me diziam nada à primeira vista, mas havia algo familiar nelas. Uma memória distante que eu não conseguia acessar por completo.
Respirei fundo e voltei ao meu mural de investigação. As fotos dos suspeitos e os recortes de informações estavam todos lá, intocados. Olhei cada uma das pessoas relacionadas ao caso: amigos, conhecidos, possíveis inimigos de Dominick. Mas ninguém ali tinha essas iniciais.
Foi então que percebi. KD não precisava ser um nome completo. Podia ser um apelido. Um codinome.
Peguei o telefone novamente e disquei para Gael. Ele atendeu no terceiro toque.
— Laura, alguma novidade?
— Gael, você conhece alguém que o Dominick chamava de KD?
Houve uma pausa do outro lado da linha, e eu quase podia ouvir o som da respiração dele se alterando.
— Não... pelo menos, não que eu me lembre. Por quê?
— Porque alguém entrou no meu apartamento, deixou um tabuleiro de xadrez no meu quarto e escreveu essa mensagem no meu banheiro.
— No seu apartamento? Você está bem?
— Estou. Mas isso está indo longe demais. Se você ou sua esposa sabem de algo que possa me ajudar, é hora de falarem.
— Laura, eu juro que não sei nada sobre KD. Mas... Keila pode saber. Ela e Dominick tinham segredos, coisas que ela nunca me contou.
— E você acha que ela vai me contar agora? — perguntei, com um toque de sarcasmo.
— Não sei. Mas talvez isso a deixe desconfortável o suficiente para dizer algo.
Desliguei o telefone e comecei a me arrumar. Se Keila sabia algo sobre KD, eu faria com que ela falasse, nem que isso significasse enfrentar mais um dos seus joguinhos insuportáveis.
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Na mansão de Keila
Keila estava sentada em uma espreguiçadeira ao lado da piscina, um robe de seda azul caindo sobre os ombros. Ela segurava uma taça de vinho e sorriu quando me viu.
— Laura, que surpresa. Achei que estivesse ocupada resolvendo o caso.
— E estou. Por isso estou aqui.
Ela levantou uma sobrancelha, intrigada, mas ainda com aquele ar de superioridade que fazia meu sangue ferver.
— Diga, o que posso fazer por você?
— KD. Quem é?
A reação dela foi sutil, mas perceptível. A taça de vinho parou por um instante antes de chegar aos lábios. Seus olhos brilharam com algo que parecia ser desconforto, mas logo ela recuperou o controle.
— KD... interessante. Por que quer saber?
— Porque essa pessoa invadiu o meu apartamento e deixou uma mensagem. E tenho a sensação de que você sabe exatamente quem é.
Keila colocou a taça de lado e se levantou, caminhando em minha direção com uma expressão que misturava desafio e cautela.
— Laura, eu não sei quem é KD. Mas, se eu soubesse, por que deveria te contar?
— Porque, se você não cooperar, o próximo alvo pode ser você. Ou seu irmão.
Ela parou na minha frente, tão perto que eu podia sentir o calor do seu corpo. Seus olhos encontraram os meus, e, por um momento, pensei que ela fosse se abrir.
— KD é um fantasma — disse ela finalmente. — Um fantasma que assombra quem ousa entrar no jogo.
— E o que isso significa?
— Significa que, se você não souber jogar, Laura, vai acabar como o peão no seu tabuleiro: derrubada antes mesmo de entender as regras.
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Atualizado até capítulo 103
Comments
Maria Andrade
eita a história está cada vez mais interessante 🤪
2025-02-17
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