Eduardo levou Marisa em casa antes de voltar. A movimentação ainda era intensa, mas era do pessoal que retirava algumas coisas da decoração e guardava as coisas do casamento. Assim que estacionou, se deu conta de que o carro de Clara não estava ali.
Ele se perguntou se quando saiu com Marisa ele já não estava mais ali, ou se ela saiu depois. Como achou aquilo estranho, tratou de entrar logo e subiu para o quarto. Ao entrar encontrou a cama vazia, constatando que ela não estava em casa.
Eduardo ficou pensativo, pois a filha havia dito que Clara estava com dor de cabeça, mas se não estava descansando, não sabia onde ela poderia estar. Ele pegou o celular e começou a ligar para Clara, deixou no viva-voz enquanto começava a tirar o paletó.
— Aonde você se meteu? — perguntou irritado quando a ligação caiu na caixa postal.
Eduardo terminou de tirar a gravata e se sentou na cama, pensando no que fazer. A princípio pensou em ligar para a filha, mas era inviável. Ele também pensou em Maxwell, mas poderia estar preocupando o filho de Clara atoa. A cena do corredor também passou por sua mente.
— A Clara já havia saído da festa, não tem como ele ter falado alguma coisa — murmurou sozinho, a preocupação evidente em sua voz.
Eduardo passou a mão pelo cabelo, se sentindo frustrado por não saber onde Clara estava e o que poderia estar acontecendo. Diante da incerteza, preferiu ir para a cama, talvez ela aparecesse e então pediria uma explicação.
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Clara estava recostada na janela do quarto de hotel, olhava para as luzes da cidade, perdida em seus pensamentos. Como imaginou, não conseguiu dormir, havia muita coisa em sua mente e isso a perturbava ao ponto de não deixar o sono chegar.
Diante do que presenciou na festa, Clara começou a se perguntar onde errou, em que momento deixou de ser suficiente para Eduardo, ou se ele sempre teve essa natureza e ela que apenas não conseguiu enxergar. Clara não conseguiu evitar sentir uma certa culpa, por isso tentava repassar em sua mente onde errou.
Diante de uma situação de traição, era natural pensar no havia de errado com ela, se disse ou fez algo para esfriar a relação dos dois. Clara suspirou e voltou para perto da cama, se sentando nela, tentando afastar aqueles pensamentos.
— Não posso e não vou me culpar pela falta de caráter de Eduardo. Ele não me disse nada, não me deu a chance de consertar o que poderia estar errado em nossa relação e preferiu se atirar nos braços de outra. Reage Clara, você não vai se afundar por causa desse lixo.
Clara expressou seus sentimentos de forma audível, assim poderia se convencer de que aquela era a melhor forma de lidar com aquela situação. Mesmo já sendo tarde, ela pegou seu celular, o ligou novamente, vendo algumas notificações chegarem, mas as ignorou e fez o que precisava.
O contato de seu advogado foi colocado na tela e Clara enviou uma mensagem. Primeiro pediu desculpas pelo horário em que estava mandando aquela mensagem e em seguida pediu que ele a encontrasse no hotel pela manhã. A mensagem de Clara não teve muita explicação, preferia tratar daquele assunto pessoalmente.
Os pensamentos de Clara eram claros; queria o divórcio. Ela pensou e repensou algumas vezes, se tivesse descoberto uma traição de Eduardo, poderia até conversar primeiro, dar uma segunda chance ou tentar salvar seu casamento, mas a forma como descobriu e o fato de Eduardo ainda levar aquela mulher para sua casa, foi humilhante demais para que ela apenas esquecesse.
Outro pensamento veio à mente de Clara e em todos aqueles anos, deixou a maior parte das funções da empresa nas mãos de Eduardo e a liberdade que deu a ele, não estava mais disposta a conceder. A empresa foi criada por seu falecido marido e era por direito sua e do seu filho. Ao pensar nas dificuldades que ela passou ao lado do pai da Maxwell para conquistar clientes e se fortalecer na indústria, uma força que Clara havia esquecido que tinha surgiu em seu peito novamente.
Clara se lembrou de como teve que enfrentar julgamentos, preconceito e todo trabalho duro para cuidar do filho e ainda provar que tinha competência para administrar a empresa e não ia deixar que a covardia de seu marido destruísse essa parte dela que estava adormecida.
— Vou te mostrar Eduardo, que você escolheu o caminho errado. A sua ingratidão e traição vão te custar caro — afirmou Clara, apertando um dos punhos.
Mesmo sem sono, Clara se forçou a permanecer deitada. Precisava estar descansada para o que teria de enfrentar no dia seguinte. Não queria parecer abatida quando encontrasse Eduardo. Conseguiu cochilar um pouco ao amanhecer, mas despertou com o toque do telefone, que esquecera de desligar.
Levantou-se e começou a se arrumar. A ligação era de Eduardo, mas Clara recusou atender. Decidira que continuaria ignorando as tentativas de contato dele; sua conversa seria apenas pessoalmente. Após tomar banho e trocar de roupa, aguardou pelo advogado, que já confirmara a visita.
Assim que ele chegou, Clara desceu e o acompanhou até a cafeteria do hotel. Após fazerem os pedidos, ela foi direta, sem rodeios.
— O senhor deve estar se perguntando o motivo de eu tê-lo chamado aqui, então serei breve: quero que inicie meu processo de divórcio — declarou Clara, observando a expressão de surpresa no rosto do advogado. — O senhor trabalha para minha família há muitos anos, confio no seu trabalho e quero que me represente. Meu marido terá que procurar outra pessoa.
— Me desculpe se pareci surpreso — respondeu o advogado, recomposto. — É que a senhora e o senhor Eduardo pareciam bem na última vez que falamos. Como sabe, precisarei de alguns detalhes, como partilha de bens e o motivo. Caso ele decida contestar, preciso estar preparado.
— O motivo é adultério — afirmou Clara, séria e decidida. — Me casei com Eduardo em regime de separação de bens, mas sei que ele tem direito a algumas coisas. Quero, no entanto, que ele saia com o mínimo possível desse divórcio.
Clara não hesitaria em fazer o que fosse necessário para proteger o que construíra. Não permitiria que Eduardo usasse o dinheiro da empresa para sustentar sua amante. O próximo passo seria retomar o controle da empresa e desmascarar o marido.
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Atualizado até capítulo 92
Comments
Cristina Santos
Eu acho que a Clara deveria contratar o detetive primeiro para juntar pro as da traição do Eduardo e depois pedia o divórcio.
2025-04-14
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Marli Da Silva Gouvêa Castro Rosa
Concordo com Roseane, se ele tivesse caráter e se o motivo fosse o esfriamento do casamento, ele teria conversado com ela e terminado a relação.
2025-04-12
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Rosilene Santos
A clara disse certo ele é um lixo de ser humano
É isso aí clara dei a volta por cima não per
doe nenhuma traição
2025-01-27
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