Mundos Iguais , Épocas Diferentes Entre Ciúmes e Provocações

Dias após o sucesso da sua estratégia militar, Mei Lin começou a notar mudanças sutis em seu cotidiano no palácio. Antes vigiada de perto por guardas e tratada como uma ameaça, agora era saudada com mais respeito, embora muitos ainda a olhassem com desconfiança. Yan Cheng, porém, continuava um mistério. Ele raramente conversava com ela diretamente, mas sempre parecia estar por perto, como uma sombra observadora. Uma tarde, enquanto explorava os jardins do palácio, Mei Lin foi interrompida por uma mulher que irradiava graça e autoridade. Ela era alta, com um sorriso calculado e olhar afiado.

Princesa Jing (Do rei Qin)

— “Você deve ser Mei Lin,” disse ela, sua voz doce, mas carregada de condescendência.- “Eu sou a Princesa Jing do reino Qin. Tem causado... agitação por aqui.”

Mei Lin

Mei Lin curvou-se levemente, tentando esconder o nervosismo. - “Eu não pretendia causar problemas.”

Princesa Jing (Do rei Qin)

— “Problemas?” Princesa Jing riu, mas havia algo frio naquele som. “O Imperador não costuma manter pessoas tão... incomuns por perto. Você é especial, ao que parece. Mas tome cuidado. Aqui não é um lugar seguro para corações ingénuos.”

Mei Lin sentiu um arrepio. Não era apenas um aviso; era uma ameaça velada. Mas antes que pudesse responder, Yan Cheng apareceu, o seu olhar cortante focado na Princesa Jing.

Yan Cheng ( Imperador e general)

- "Jing Jing" Ele disse, com um tom de autoridade. - “Eu espero que esteja tratando minha hóspede com respeito.”

Princesa Jing (Do rei Qin)

Jing fez uma reverência perfeita, seu sorriso permanecendo intacto. -"Claro, Majestade. Apenas oferecendo conselhos amigáveis.”

Yan Cheng ( Imperador e general)

Yan Cheng não respondeu, mas seu olhar a dispensou. Quando ela saiu, ele se voltou para Mei Lin. - “Ela é astuta. Não confie nela.”

Mei Lin

Mei Lin cruzou os braços, encarando-o. - “E devo confiar em você? Você mesmo disse que este mundo não é seguro para mim.”

Yan Cheng ( Imperador e general)

Ele deu um passo à frente, a intensidade dos seus olhos fazendo-a recuar. — “Eu disse para ter cuidado.Mas enquanto estiver sob o meu olhar, nada te aconlhecerá.”

Mei Lin

- “Por quê?” Ela não conseguiu segurar a pergunta. - “Por que você se importa? Sou só... uma garota perdida.”

Yan Cheng ( Imperador e general)

Yan Cheng hesitou por um momento, o seu rosto sempre controlado revelando uma fração de emoção. — “Porque você é a coisa mais imprevisível que já entrou no meu mundo. E isso intriga-me.”

Nos dias que se seguiram, Yan Cheng começou a incluir Mei Lin em mais discussões sobre o reino. Embora muitos conselheiros desaprovassem, ninguém ousava questioná-lo diretamente. Mei Lin usava o seu conhecimento moderno para sugerir melhorias na infraestrutura e na comunicação entre as cidades do império, ganhando, gradualmente, o respeito de alguns. Porém, entre os momentos de trabalho, havia algo mais acontecendo. Mei Lin começou a notar os olhares furtivos de Yan Cheng. Olhares que duravam um pouco mais do que o necessário. E, para seu espanto, percebeu que também estava a começar a observá-lo de maneira diferente. Havia uma noite específica que ela nunca esqueceria.

Depois do sucesso da emboscada, Yan Cheng não perdeu tempo. Ele ordenou que Mei Lin fosse enviada ao palácio imperial, um lugar muito mais seguro e controlado do que o acampamento militar. A justificativa oficial era que ela deveria ajudar com questões estratégicas e de infraestrutura, mas, no fundo, Mei Lin sentia que Yan Cheng tinha outros motivos. A viagem até o palácio foi longa, e Mei Lin mal teve tempo de absorver o que estava a acontecer quando chegou ao seu novo lar. O palácio imperial era ainda mais grandioso do que ela imaginava — corredores intermináveis, jardins perfumados e salões decorados com ouro e jade. Mas, apesar da beleza, Mei Lin sentia-se como um peixe fora d'água, ainda mais deslocada do que no acampamento. Yan Cheng, por outro lado, parecia perfeitamente à vontade, andando pelo palácio como o soberano que era. Ele pouco falava com Mei Lin nos dias que se seguiram, ocupado com reuniões e preparativos. Ela percebeu que ele era um homem cercado por responsabilidades e, em simultâneo, profundamente isolado. Uma semana depois da sua chegada, Yan Cheng anunciou que organizaria um banquete no palácio para celebrar a vitória contra os rebeldes e apresentar Mei Lin formalmente à corte.

Mei Lin

- “Apresentar-me?” Mei Lin perguntou, perplexa.

Yan Cheng ( Imperador e general)

- “Você está sob minha proteção agora,” ele respondeu com simplicidade. - “As pessoas precisam entender isso.”

O comentário a deixou desconfortável. Ser protegida pelo Imperador era uma coisa, mas ser colocada sob os holofotes daquele mundo estranho era outra. No dia do banquete, Mei Lin foi vestida com um traje elegante de seda azul, os seus cabelos arrumados por atendentes que cochichavam entre si sobre como ela era uma “escolha incomum” para estar ao lado do Imperador. Quando entrou no salão principal, ficou ainda mais nervosa. A sala estava cheia de nobres, generais e figuras importantes, todos elegantemente vestidos. Mas o que realmente a incomodou foi ver a Princesa Jing sentada perto do trono de Yan Cheng, vestindo um traje vermelho escarlate que parecia feito para chamar atenção.

A princesa era graciosa e confiante, e sua proximidade com Yan Cheng parecia natural demais para o gosto de Mei Lin. Durante o banquete, princesa Jing frequentemente inclinava-se para falar com ele, sorrindo de maneira que fazia Mei Lin ranger os dentes. Mei Lin tentou não demonstrar, mas o ciúme era difícil de esconder.

Enquanto os convidados brindavam e conversavam, Jing se levantou, caminhando até onde Mei Lin estava sentada. Com um sorriso doce, ela inclinou-se ligeiramente, mas suas palavras eram como facas.

Princesa Jing (Do rei Qin)

— “Então, você é a famosa Mei Lin,” disse a princesa, com uma voz carregada de doçura falsa. — “Deve ser... interessante sair de um acampamento militar e vir direto para o palácio. Deve se sentir tão perdida.”

Mei Lin

Mei Lin respirou fundo, forçando um sorriso. - “É desafiador, mas eu aprendo rápido.”

Princesa Jing (Do rei Qin)

A princesa riu baixinho, como se tivesse acabado de ouvir uma piada. -“Imagino que sim. Mas sabe, para estar perto do Imperador, não basta ser inteligente. É preciso entender seu lugar.”

Mei Lin sentiu a raiva subir, mas antes que pudesse responder, uma voz grave e autoritária interrompeu.

Yan Cheng ( Imperador e general)

— “Princesa,” disse Yan Cheng, levantando-se do seu assento e caminhando até elas. — “Espero que esteja entretendo minha convidada e não a incomodando.”

Princesa Jing (Do rei Qin)

A princesa virou-se para ele, a sua expressão tão impecável quanto o seu vestido. —“Claro, Majestade. Apenas conversando. Mei Lin é realmente... fascinante.”

Yan Cheng olhou para Mei Lin, os seus olhos brilhando com algo que ela não conseguiu decifrar. Então, ele inclinou-se ligeiramente, aproximando-se dela de maneira inesperada.

Yan Cheng ( Imperador e general)

- “Fascinante, de fato,” disse ele, com um tom provocador. — “Mas eu diria que Mei Lin tem algo que a torna única, não acha Princesa? Algo que nem mesmo a mais experiente princesa imperial pode igualar.”

Princesa Jing (Do rei Qin)

A princesa congelou por um instante, mas rapidamente recuperou o sorriso. —“Certamente, Majestade. É sempre bom ter... diversidade no palácio.”

Mei Lin sentiu o rosto queimar, mas não de vergonha. Havia algo no tom de Yan Cheng que parecia uma mistura de provocação e... proteção? Ela não sabia dizer, mas o fato de ele tê-la defendido, ainda que de maneira ambígua, acendeu algo dentro dela. Quando a princesa Jing se afastou, Yan Cheng permaneceu perto de Mei Lin. Ele inclinou-se um pouco mais, falando baixo para que apenas ela ouvisse.

Yan Cheng ( Imperador e general)

- “Você parece irritada, Mei Lin,” ele murmurou, com um tom que parecia quase divertido. - “Por acaso, estaria com ciúmes?”

Mei Lin

Ela o encarou, chocada. - “Eu? Ciúmes? Não seja ridículo.”

Yan Cheng ( Imperador e general)

Ele sorriu de lado, um sorriso pequeno, mas suficiente para fazer seu coração disparar. -“Então, por que está cerrando os punhos? Relaxe. Jing adora provocar. Não lhe dê essa satisfação.”

Mei Lin

Mei Lin respirou fundo, tentando se acalmar. — “Você parece se divertir com isso,” rebateu, olhando-lhe com irritação.

Yan Cheng ( Imperador e general)

Yan Cheng deu de ombros, os olhos ainda fixos nela. — “Talvez eu me divirta mais do que deveria. Você é muito fácil de ler, Mei Lin. Um livro aberto.”

Mei Lin

Ela cruzou os braços, franzindo o cenho. - “E você é impossível.”

Yan Cheng ( Imperador e general)

Ele riu baixinho, algo raro e inesperado. -“Impossível, talvez. Mas lembre-se, Mei Lin: neste jogo, ninguém toca em você sem minha permissão. Nem mesmo com palavras.”

As palavras dele a deixaram desconcertada. Não sabia o que era mais confuso e o fato de ele sempre protegê-la ou o fato de ela começar a desejar que ele fizesse mais do que isso.