O som do apito ecoava pelo ginásio, o barulho das palmas e gritos da torcida tornando o ambiente ainda mais eletricamente carregado. Stella estava sentada ao lado da quadra, o coração batendo um pouco mais rápido, não só pela agitação do jogo, mas pela presença de Jack ao seu lado. Ela ainda sentia a adrenalina daquilo tudo: o apoio inesperado dele, o desconforto causado pelas garotas e, acima de tudo, a maneira como ele parecia tão à vontade, como se realmente se importasse com ela. Algo que, até aquele momento, Stella não esperava.
O jogo estava intenso, o time da escola rival estava oferecendo resistência, mas Jack e seus colegas estavam decididos a vencer. Stella assistia a tudo com atenção, mas, a cada movimento de Jack na quadra, seus olhos o seguiam automaticamente. Ele era tão ágil, tão determinado, que era impossível não se impressionar. Ela viu quando ele fez uma jogada fantástica, driblando dois adversários e fazendo uma cesta perfeita, que fez a torcida ir ao delírio. O sorriso de confiança no rosto dele foi como um reflexo direto no coração de Stella, fazendo-a sentir uma mistura de admiração e algo mais profundo, talvez algo que ela ainda não compreendia completamente.
E foi então que, por um breve momento, os olhares de Stella e Jack se cruzaram no meio de uma jogada. Ela estava com os olhos fixos nele quando ele, por um instante, desviou a atenção para os bancos, procurando por ela entre a multidão. Quando seus olhares se encontraram, Stella sentiu uma onda de calor subir pelo seu rosto, mas Jack apenas sorriu, com um sorriso ligeiramente discreto, como se soubesse que ela estava ali, acompanhando cada movimento seu. Era como se, naquele olhar, ele dissesse tudo sem palavras, como se fosse um código silencioso entre eles, e Stella se sentiu, por um momento, completamente conectada a ele.
"Será que ele sabe que eu o estou observando tão atentamente?", pensou Stella, sentindo seu rosto corar. Mas logo se corrigiu. "Isso é ridículo, ele é o capitão do time, está acostumado com a atenção das pessoas."
O jogo continuava, e Stella se forçou a focar novamente na partida, mas algo dentro dela estava diferente. Os segundos que se passaram desde aquele olhar pareciam ter mudado algo em sua percepção de tudo. Ela não podia negar que, embora ainda se sentisse um pouco insegura, estar ali, ao lado de Jack, fazendo parte daquele momento, era um tipo de privilégio que ela não sabia que desejava até aquele instante.
Quando o jogo finalmente chegou ao fim, e o time de Jack venceu por uma margem confortável, o ginásio explodiu em aplausos. Jack foi cercado por seus colegas de time e por uma onda de fãs, mas, ao contrário do que Stella imaginaria, ele não parecia se importar com a atenção. Seu sorriso era genuíno, e sua energia, mesmo depois de uma partida tão exigente, parecia inabalável.
Stella ficou um pouco para trás, esperando que a multidão se dispersasse para não ser mais um obstáculo. Quando finalmente conseguiu sair de sua posição, viu Luiza se aproximando, animada.
— Você viu isso? Foi sensacional! Jack foi demais! — Luiza disse, visivelmente empolgada, e logo notou a presença de Jack. — Ei, Jack! Parabéns pela vitória, você mandou muito bem!
Jack sorriu, agradecendo à amiga de Stella com um gesto simples.
— Valeu, Luiza. — Ele virou-se para Stella, que ainda estava um pouco tímida. — Você gostou do jogo?
Stella assentiu, tentando esconder o nervosismo. — Sim, foi... impressionante. Você realmente sabe jogar.
Jack riu de maneira descontraída, aquele tipo de riso que parecia fácil e genuíno. — Fico feliz que tenha gostado. Não é todo dia que alguém diz isso.
A conversa foi interrompida quando Luiza, com um sorriso travesso, disse:
— Sabe o que a gente poderia fazer agora? Vamos tomar um sorvete! Eu e Stella estávamos pensando em ir, e seria ótimo se você fosse com a gente, Jack. Afinal, você merece uma pausa depois dessa vitória.
Jack olhou para Stella, que estava um pouco surpresa com o convite, mas Luiza parecia tão animada que era difícil recusar. Além disso, Stella não se opôs à ideia de passar mais tempo com Jack. De alguma forma, ela sentia que aquela era uma chance rara.
— Claro, por que não? — Jack disse, com um sorriso mais amplo. — Só espero que o lugar tenha algo bom, porque depois de um jogo desses, eu mereço um bom sorvete.
Eles saíram do ginásio juntos e caminharam até o ponto onde o carro dos pais de Luiza estava estacionado. Quando o carro chegou, Luiza entrou primeiro, e Jack fez um sinal para Stella entrar logo atrás. No caminho até a sorveteria, a conversa entre os três foi leve e descontraída, mas, por mais que Stella tentasse se integrar, não podia deixar de se sentir um pouco deslocada. Ela estava ali, mas Jack e Luiza pareciam ter um tipo de conexão que Stella ainda não entendia completamente.
Quando chegaram ao local, um ambiente charmoso e tranquilo, com uma decoração colorida e acolhedora, todos se acomodaram em uma mesa próxima à janela. O ambiente parecia perfeito para relaxar após o jogo. Luiza rapidamente fez seu pedido e puxou Jack para escolher o que ele queria, enquanto Stella se viu observando, mais uma vez, Jack de perto. Era estranho como ele parecia tão à vontade em qualquer lugar, como se fosse o centro de todas as atenções sem nem mesmo tentar.
O tempo passou rápido, e logo o momento de despedida chegou. Os pais de Luiza chegaram para pegá-la, e, com um sorriso, ela se despediu dos dois.
— Até amanhã, pessoal! Jack, foi ótimo ter você com a gente!
Jack sorriu de volta, e depois se virou para Stella. A conversa com Luiza havia sido rápida, mas o momento que ficou entre eles dois parecia mais pessoal.
— E aí, Stella. — Jack disse, hesitando por um segundo, mas logo continuou. — Eu posso te deixar em casa? Eu moro perto daqui, então seria tranquilo para mim.
Stella se sentiu um pouco surpresa com o convite, mas também um pouco aliviada. Não era como se estivesse desconfortável, muito pelo contrário, mas havia algo em estar com Jack que a fazia sentir uma mistura de nervosismo e excitação.
— Claro, isso seria ótimo. — Ela respondeu, tentando não parecer tão ansiosa.
Enquanto caminhavam até o carro de Jack, que estava estacionado ali perto, o silêncio entre os dois foi confortável, mas ao mesmo tempo, carregado de uma tensão sutil que ela não conseguia ignorar. Quando chegaram ao carro e ele ligou o motor, Jack olhou para ela novamente, com um sorriso suave.
— Ah, e antes que eu esqueça... você tem um número de telefone, Stella? Eu pensei que poderia ser legal se a gente se falasse mais, já que, bem, a gente tem se encontrado bastante ultimamente.
Stella olhou para ele, sentindo uma onda de surpresa, mas também de felicidade. Ela pegou seu celular e, com a mão ligeiramente trêmula, digitou seu número para Jack, que o guardou imediatamente.
— Obrigada, Jack. Eu também gostei de estar com você. — Stella disse, antes de relaxar no banco, sentindo que, talvez, algo novo e inesperado estivesse começando a acontecer entre eles.
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Atualizado até capítulo 25
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