Capítulo 3- A Fuga.
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Ao descer do ônibus, esbarrei acidentalmente em alguém.
"Não olha por onde anda?" reclamou o estranho.
Respondi com um sorriso e ignorei sua provocação.
"Pelo menos pede desculpas!" insistiu ele.
Gritei um "desculpa!" enquanto seguia meu caminho, meu celular vibrando com bateria fraca. Decidi procurar um hotel próximo.
"Oi, tem um quarto disponível?" perguntei ao atendente do hotel.
Ele apenas me entregou a chave e a colocou no balcão. Dirigi-me ao quarto, carreguei meu celular e fui dormir.
Pá! Alguém me acordou.
"Quem é você?" perguntei, surpresa ao ver um estranho no meu quarto.
"Eu que pergunto o que você faz no meu quarto", respondeu o homem, visivelmente alarmado.
Puxei-o para fora e confrontei o garoto que me dera a chave.
"Você deu minha chave para esse estranho!" acusei.
O atendente respondeu com ironia: "Meu Deus, o mundo vai acabar."
Saltei sobre o balcão, agarrei uma faca e pressionei contra o pescoço do garoto.
"Não use ironia comigo ou vai se arrepender!" ameacei. Ele reagiu, colocando a faca contra o meu pescoço. Aproveitei para dar um chute no amigo dele, recuperar a faca e exigir outra chave para o estranho.
"Este é o quarto 105, o seu é o 107, tudo bem agora?" explicou o garoto.
"Satisfeito! Tchau, tenha uma boa noite", respondi, subindo de volta para o meu quarto, onde o estranho começou a rir.
No dia seguinte, levantei, fiz minhas necessidades e fui até a geladeira.
"Por que mundo cruel? Por que não há mais comida?" lamentei, lembrando que não conhecia o vilarejo. Nisso, o homem de terno do dia anterior apareceu.
"Está ocupado?" perguntei.
Ele riu. "Me chamo Edson. Do que precisa, pequena?"
"Preciso achar um mercado, sou nova aqui", expliquei.
Edson ofereceu ajuda e me levou ao mercado mais próximo. Enquanto eu pegava alguns doces e salgados, ele brincou sobre alimentação saudável.
"Coloquei de volta", ri, trocando os itens por suco natural e comida básica. Quando fomos pagar, Edson sugeriu pagar por mim.
"Não precisa, você já ajudou bastante", agradeci.
Edson sorriu, e depois de pagar, peguei o cartão que meu pai me deu e saí.
"Tio Edson, tem alguma sugestão de escola?" perguntei.
"Meu filho estuda em uma boa escola. É particular?", ele riu. "Posso pagar seus estudos."
"Não precisa, eu me viro. Vou procurar um emprego", respondi decidida.
"Mocinha, não esqueça que precisa de um responsável para se inscrever", lembrou ele.
Eu começo a rir sem graça e respondo:
"Verdade, amigo, eu estava só preocupada com meus estudos."
"Tudo bem, entendo você," disse Edson, olhando para seu relógio. "Está tarde, vamos voltar para nossos quartos."
Eu aceno com a cabeça, sorrindo. Ao retornar ao meu quarto, preparo a comida quando alguém bate à porta.
"Ai meu Deus, preciso me esconder do demônio!" murmuro. O garoto olha para trás e responde:
"Por acaso esse demônio sou eu?"
Começo a rir e pergunto logo em seguida:
"Por que veio ao meu quarto a essa hora?"
Ele tira um cartão do bolso e responde:
"Você foi convidada para a festa de 90 anos deste hotel."
Pego o cartão da mão dele e pergunto:
"Era só isso?"
"Mal educada, né!" reclama ele.
"Adiós!" despeço-me, fechando a porta. Porém, começo a receber várias ligações do meu padrasto e da minha mãe. Desligo o celular e vou assistir TV, mas uma notícia sobre minha suposta ausência me incomoda. Desligo a TV e vou dormir direto.
Na manhã seguinte, acordo, faço minhas necessidades e logo alguém bate à porta do meu quarto.
"Oi, tio..."
"Me chame de tio Edson," interrompe Edson.
"Ah, sim, tio Edson!"
"Vamos fazer a matrícula na sua escola?"
"Claro," sorrio.
Fechei o quarto e fomos até a escola para minha matrícula. O diretor nos cumprimentou:
"Oi, Edson! Você por aqui?"
Edson o cumprimentou enquanto o diretor notava minha presença.
"Quem é essa menininha?" perguntou o diretor.
"Aah, minha filha," brincou Edson.
"Somos parecidos mesmo! Qual é o seu nome, pequena?"
"É Erza, senhor diretor!"
"Entendo. Prazer, Erza. Aqui na escola todos me chamam de tio diretor! Você pode me chamar assim, ok?"
"Ok, tio diretor!"
Passamos o dia conversando e nos conhecendo melhor, até que uma aluna entrou na sala do diretor.
"Senhor diretor, licença," disse a aluna, lançando um olhar de reprovação para mim.
"Olá, senhor Edson!"
"Olá, Clara!" respondeu Edson.
Meu celular começou a apitar, então me levantei e disse:
"Desculpe, tenho que atender essa ligação."
Saí da sala do diretor para verificar a notificação que dizia "Seu dispositivo está sendo rastreado". Voltei correndo para a sala e declarei:
"Desculpe, tios, tenho um assunto urgente para resolver."
"Erza, aconteceu algo?" perguntou Edson, preocupado.
"É que esqueci algo no hotel, então tenho que ir," expliquei rapidamente, dando uma risada sem graça.
"Ok, se precisar de carona, estarei aqui," ofereceu Edson.
"Não, não é preciso, obrigada! Tchau! Gostei de conhecer vocês!" despedi-me antes de sair.
Depois de sair da escola, corri de volta para o meu quarto para pegar meu celular. Arrumei minhas coisas e deixei o hotel. Enquanto corria, esbarrei em uma pessoa alta.
"Nossa, por que tanta pressa?" perguntou a pessoa.
Parei, olhei para ele e perguntei:
"Você sabe de algum lugar onde eu possa morar?"
Ele me olhou e respondeu:
"Por que quer morar em outro lugar se pode ficar aqui?"
"Isso não é da sua conta agora. Se souber, me fale, estou perdendo tempo."
"Espere..." ele me puxou rapidamente.
"Pensando em ajudar ou fazer eu perder tempo?" questionei.
"Calma! Minha casa é um lugar onde passam turistas e várias outras pessoas para morar. Você pode alugar um quarto lá."
"Pode alugar esse quarto para mim hoje, agora?"
"Sim, posso, mas se quiser dar uma olhada na casa primeiro..."
"Sim, por favor!"
"Está bem, mas você terá que conviver com outras pessoas que moram lá também."
"Tudo bem, não tem problema."
Ele fez um gesto para que o seguisse. No começo, estava nervosa, mas ele me levou rapidamente para uma casa grande com cerca de 11 quartos. Ao entrar na casa, uma pessoa disse:
"Trouxe mais uma garota aqui, Marlon..."
As meninas saíram da cozinha para a sala, batendo os pés:
"Qual é o problema de ter mais meninas?"
Os meninos pareciam nervosos, então eu disse:
"Eles estavam só brincando, né, meninos?"
Concordaram com a cabeça, visivelmente intimidados pelas meninas.
"Vou te mostrar seu quarto," ofereceu Marlon.
"Obrigada," respondi.
Os meninos olharam para mim e avisaram:
"O Nam não vai gostar que você trouxe mais uma pessoa para morar aqui."
"Por que?" perguntei.
"Ele vai infernizar sua vida até você sair daqui," alertaram.
"Ele que me ature. Por favor, pode me mostrar o quarto? Estou com algumas coisas aqui," pedi.
"Ah, sim, desculpe," disse Marlon.
Ele me mostrou o quarto e eu gostei do lugar. Estava organizando minhas coisas quando ouvi um grito:
"Você trouxe mais uma pessoa aqui? Está maluco!"
Sorri, pensando: "A fera acordou para brincar com o 'coelhinho inocente'."
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Atualizado até capítulo 41
Comments
Sabrina 👾
vou adquirir essa frase
2024-07-29
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