Capítulo 2- As vozes.

Capítulo 2- As vozes.

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Após um ano sendo humilhada pela minha família, finalmente chegou meu aniversário (01/01/07). Hoje, ao acordar, segui minha rotina habitual de realizar os afazeres domésticos. Preparar café, almoço, jantar, tudo sob ameaça de minha mãe, era parte do meu dia a dia. Após organizar o café da manhã, me arrumei para a escola. Quando estava pronta para sair, minha mãe gritou:

"Você não vai arrumar a mesa antes de ir para a escola?!"

Voltei, arrumei a mesa, lavei tudo e finalmente saí de casa em direção ao ponto de ônibus. Peguei o ônibus e cheguei à escola. Ao chegar, fiquei observando pela janela da sala até que o professor chamou meu nome na chamada:

(Professor) "Erza!"

Levantei-me e respondi:

"Presente!"

Respondi antes que alguém mais pudesse falar "faltou". Após os três primeiros períodos, finalmente chegou o recreio:

~finalmente~ (pensei comigo mesma).

Saí da sala e fui para o pátio, onde minhas irmãs começaram a fazer bullying comigo:

"Oi esquisita! Pronta para brincar?"

Revirei os olhos e respondi entediada:

"Não enche, por favor!"

Elas chamaram outras meninas para jogar trigo e ovo em mim. Depois que saíram, fui até o banheiro, tomei um banho e voltei para a sala antes do sinal tocar. Quando a aula recomeçou, durante uma das aulas, fiquei distraída:

(Professor) "Erza!"

(Professor) "Erza!"

(Professor) "ERZA!"

Pulei da cadeira, caindo no chão, e todos começaram a rir:

"Desculpe, professor, estava distraída..."

O professor seguiu com a aula como se nada tivesse acontecido. Após mais dois períodos, a aula acabou e voltei para casa. Ao chegar, troquei de roupa e desci para a sala. A campainha tocou e fui atender:

"Parabéns, Erza!"

Era meu padrasto.

"Tio, você voltou! Obrigada!"

Ele entrou e, ao perceber que só eu estava em casa, perguntou:

"Cadê sua mãe e as meninas?"

Respondi sorrindo:

"Elas saíram para o shopping."

Ele me olhou e disse:

"Trouxe presentes!"

"Obrigada, tio, mas não era necessário."

Ele me entregou o presente e ficamos algumas horas conversando até que minha mãe e as meninas chegaram:

(Laila e Laís) "Papai!"

"Meu amor, você chegou e não me avisou!"

Meu padrasto virou-se e respondeu:

"Quando cheguei, vocês não estavam aqui. Pensei que estariam com a Erza."

"Me perdoa, mas as meninas chegaram da escola e queriam sair. Ah, Erza, você tem uma consulta marcada com o psicólogo amanhã!"

Fiquei irritada e respondi:

"Eu não vou para essa consulta idiota!"

Meu padrasto viu meus olhos se enchendo de lágrimas e me abraçou, falando para minha mãe:

"Por que você quer que a Erza vá ao psicólogo?"

Minha mãe fingiu preocupação:

"Querido, ela precisa. Estou preocupada com o comportamento dela..."

Comecei a chorar e fui direto para o meu quarto. Lá, bati a porta com força e decidi abrir uma velha mala que guardava. Encontrei várias coisas agressivas dentro (facas, correntes, etc.) e algumas fotos antigas, algumas das pessoas que eu queria me vingar e outras dos meus "amigos". Guardei as malas e logo em seguida meu padrasto bateu na porta:

"Você está bem?"

Sorri forçadamente e respondi:

"Estou ótima! Vou descer e preparar o jantar."

Ele percebeu que havia algo errado:

"Você está mentindo para mim, eu sei."

Olhei para ele assustada e respondi:

"Nossa, olha a hora! Tenho que tomar meu remédio e fazer o jantar! Licença."

Ele riu de mim e eu o encarei com reprovação:

"Tudo bem, vou para o escritório."

Respondi com a mesma expressão:

"Ok, tchau."

Desci para preparar o jantar. Enquanto estava na cozinha, minha mãe colocou um remédio na mesa:

"Este é seu novo remédio. Você vai tomar, não é?"

Com raiva, respondi:

"Não preciso dessas drogas para ficar igual a você!"

Ela me deu um tapa no rosto:

"Você não deveria me responder assim! Na próxima, arranco sua língua. E tome esse remédio na minha frente."

Peguei o remédio e tomei, sentindo repulsa pelo cheiro estranho:

"Está satisfeita?"

Ela respondeu com frieza:

"Estou muito satisfeita."

Terminei de fazer o jantar e fui para o meu quarto. Lá, comecei a ouvir vozes estranhas:

(Vozes estranhas) "Psicopata!"

(Vozes estranhas) "Psicopata!"

(Vozes estranhas) "Paranoica!"

Não aguentei mais e sentei no chão, tampando os ouvidos e gritando:

"Pare!"

As pessoas da casa correram para o meu quarto. Meu padrasto veio me acudir enquanto minhas irmãs fingiam preocupação:

"Calma, Erza, está tudo bem, shh..."

Ele me levou para a sala e me colocou no sofá. Eu tremia. Ele olhou para minha mãe e perguntou:

"Que remédio a Erza está tomando, Carla?"

Minha mãe tentou esconder o remédio no bolso, mas acabou deixando cair:

 "É o remédio que o médico recomendou, querido."

Meu padrasto pegou o remédio e examinou:

"Quem pode ter indicado isso para ela, Carla? Isso é uma droga!"

Ele saiu da sala com raiva e foi para a cozinha. Minha mãe foi atrás e minhas irmãs voltaram para o quarto. Quando o efeito do remédio passou, eu já estava dormindo na sala.

Na manhã seguinte, acordei com dor de cabeça e me arrumei para a escola, mas decidi fugir de casa. Arrumei minhas coisas cuidadosamente e fui até o centro para pegar um ônibus e viajar para uma cidade vizinha...

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Comments

Sabrina 👾

Sabrina 👾

Família linda, simplesmente deixaram a coitada jogada

2024-07-29

0

Sabrina 👾

Sabrina 👾

Não passo pano para o padrasto de Erza, por mais que ele ainda seja cauteloso

2024-07-29

0

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