Capítulo 8 - Ela nunca superou

Ligo para minha mãe que atende no sétimo toque:

- Alô, mãe. Como ele tá?

- Oi, Milena. Ele foi fazer exames, buscou o seu irmão?

- A vovó perguntou se ele e eu podemos dormir na casa dela.

- É melhor ir, não é bom ficar sozinha em casa. Não tenho hora pra voltar, ok?

- Tudo bem, vou avisar pra ela. Tomara que Antônio fique bem, e não seja nada grave.

- O médico me disse que ele teve sorte que o socorro foi imediato. Posso te pedir uma coisa?

- Sim, pode falar.

- Avise a ingrata, quer dizer a Marina, sobre o ocorrido e o estado do pai dela.

- Vou tentar.

- Só isso mesmo, se cuide e cuide do seu irmão. Qualquer coisa ligue.

A chamada é finalizada, e mando uma mensagem para minha avó. Que sabe muito bem usar o celular, e ainda ajuda as amigas dela e o meu avô Edgar nisso. Mando mensagem para Alicia, Juliano e Talita, avisando que vou pra casa da minha avó.

Depois de duas horas, arrumei minha mochila, e uma mala pequena com as coisas do Alan. A campainha toca, e corro para atender, mas antes olho no olho mágico, e é um estranho decido fingir que não tem ninguém em casa. Após alguns minutos, ele desiste e vai embora.

A campainha toca novamente, e vejo que é meu avô. Abro e ele diz:

- Oi, vô. Bença?

Sr. Edgar:

- Oi, Milena. Deus abençoe, minha neta. Vamos?

Eu:

- Claro, vamos. Vou pegar as coisas, vô.

Busco a mochila e a pequena mala, fecho as persianas, tranco a porta dos fundos, e a porta de entrada da casa. Entramos no carro, e meu avô questiona:

- O que aconteceu mesmo lá na casa de Cecília?

Eu:

- Barraco entre Antônio e Marina, a filha dele.

Edgar:

- Por quê?

Eu:

- Marina estar namorando um cara trinta anos mais velho que ela. O pai dela descobriu, e armou um barraco daqueles, com gritaria, ofensas pesadas e palavrões. E depois, ele a expulsou, e a mesma foi embora numa Land Rover. Antônio não aguentou e passou mal, desmaiou e tive que chamar a ambulância.

Edgar:

- Meu Deus, o mundo tá acabando. E sua mãe, minha filha deve estar desesperada.

Eu:

- Ficou perplexa, e muito triste. Ela foi com ele pro hospital.

Edgar:

- Que situação, mas foi sua mãe que escolheu ficar com aquele homem.

Eu:

- O senhor não gosta dele?

Edgar:

- Não, ele é pior que o seu pai. Não soube criar a filha dele, e agora sofre as consequências. Acho ele uma pessoa sem personalidade, vazio demais.

Eu:

- Também acho isso dele, mas ele é assim mesmo.

Desembarcamos na porta da casa deles, a casa continua a mesma, só mudou a cor da entrada para um amarelo. Entro, e minha tia Camila, tem 22 anos, ela me cumprimenta:

- Oi, Milena. Como vai?

- Muito bem, e você?

- Bem também, vai ficar muito tempo?

- Não, só até meu padastro e minha mãe voltarem pra casa.

- Aquele chato aprontou o quê agora?

- Não foi ele, foi a filha dele.

Conto a história para ela, que fica boquiaberta:

- E ela tem dezenove anos. Totalmente equivocada, já namorei um cara mais velho e foi a pior escolha que fiz. Tóxico pra caralh0, boa sorte pra ela. E o chato, deu um piripaque, tomara que ele fique bem e a minha maninha também.

- Pois é, vou arrumar as minhas coisas, e o Alan e a vovó?

- Dona Maria Amora, foi levar o Alan no parquinho. Vai estragar o menino, Ceci vai cortar um barato.

- Vai mesmo.

O meu quarto é no andar de baixo do sobrado, meus avós tiveram três filhos, dona Cecília é a mais velha, o meu tio Saulo que é quatro anos mais novo que a minha mãe, e a caçula Camila.

Fiquei no quarto que era da minha mãe, troquei de roupa, olho no relógio e já são oito e meia. Escuto a voz de Alan, e saio do quarto:

- Mano, você chegou.

- Milena, veio me buscar?

- Não, vim ficar uns dias aqui com você. A mamãe e o seu pai foram viajar, mas logo eles voltam, tá bom?

- Tá bom, Milena.

- Vamos, vou te dar um banho.

- Sim, maninha.

Levo o pequeno para o banheiro, dou um banho nele rápido. Em seguida, visto nele um pijama, após isso, o coloco pra dormir, conto uma história pra ele. Alan estava bem cansado, brincou bastante no parquinho, e logo adormeceu.

O meu celular toca é minha mãe:

- Alô, filha. Como estão, aí?

- Tudo bem, mãe. Acabei de colocar o Alan pra dormir. E aí, como estar o seu marido?

- Vai precisar fazer uma cirurgia para desentupir uma artéria importante, liguei pra Ana, irmã dele que virá dormir aqui agora. Vou para casa, mas fiquem aí na vó de vocês. Porque de manhã, retorno para acompanha - lo.

- Vai dá tudo certo, melhoras para ele. Ok.

- Boa noite pra vocês, amo muito o Alan.

- Boa noite, mãe.

Ela desliga, e saber que ela não me ama ainda é doloroso. Por que tem que ser assim? Sou inocente, não tenho culpa se o cretino do meu pai nos abandonou.

Tomo banho, visto uma camisola e pego no sono rapidamente. Hoje o dia foi longo, e amanhã tenho que ir pra aula ainda. O sono flui bem, até que um pesadelo insiste em ocorrer, nele agora, eu corro de um homem que me persegue, corro bastante, mas ele me pega pelo meu pescoço e enfia um punhal no meu braço esquerdo, e na minha barriga.

Tento gritar, mas a minha voz não sai, a dor é dilacerante e horrível; ele sorrir ao ver as minhas expressões. Sinto o sangue escorrer pelo meu corpo, o meu algoz me dar um soco no meu rosto, o gosto metálico do meu sangue se faz presente na minha boca. Me sinto muito fraca e tonta, quando estou quase perdendo os sentidos, acordo muito ofegante e me deparo com meus avós no meu quarto. Eles questionam:

- O que houve, querida? Ouvimos um grito seu viemos na hora.

Edgar:

- Ela estar bem suada, e suando frio. Tudo bem, Milena? Estamos assustados.

Eu:

- Tive um pesadelo horrível, e isso deve ser o motivo dos meus gritos. Me perdoem, não ando com uma saúde mental muito boa. Acho que preciso ir ao um psicólogo, fazer muita terapia.

Amora:

- Vou marcar uma consulta pra você amanhã mesmo, Milena. Estar tudo bem, foi apenas um pesadelo, tente dormir.

Edgar:

- Quer uma água?

Eu:

- Quero sim.

O meu avô sai para buscar um copo de água, Amora me pergunta:

- O que a sua mãe estar fazendo com você? Pode me dizer, querida, eu amo você e quero te ajudar.

Eu:

- Ela não gosta de mim, e sempre é hostil comigo, me trata muito mal. E diz, que faz isso porque, sou parecida com o meu progenitor. O meu cabelo, os meus olhos se parecem com os dele, infelizmente.

Amora:

- Não criei a sua mãe pra fazer isso com os filhos, no que ela se transformou, a minha Nossa Senhora. Ela era tão doce e gentil, o que houve com minha filha?

Eu:

- Ela nunca superou o fato de ter sido abandonada pelo meu pai.

Amora:

- Mas, isso não justifica os maus tratos que ela estar infligindo em você.

Me emocionou um pouco, e deixou uma lágrima cair:

- Ela chegou até me expulsa de casa… disse… disse que era melhor eu arrumar um emprego, e ir embora de lá.

Choro um pouco, e a minha avó me abraça. Meu avô chega com o copo d'água, e vê a cena, ele se junta e me entrega o copo. Bebo, ele me diz:

- Vai ficar tudo bem, minha neta. Se quiser morar uns tempos com a gente, receberemos você de braços abertos.

Eu:

- Obrigada, vô e vó. Amo vocês.

Capítulos
1 Capítulo 1 - Manhã Normal
2 Capítulo 2 - Não assistem noticiário?
3 Capítulo 3 - Já tive sua idade
4 Capítulo 4 - Ele advinhou
5 Capítulo 5 - Queria um motivo
6 Capítulo 6 - Bateu a cabeça no passeio?
7 Capítulo 7 - Trinta anos mais velho
8 Capítulo 8 - Ela nunca superou
9 Capítulo 9 - Sempre estranha
10 Capítulo 10 - Houve uma complicação
11 Capítulo 11 - O luto é difícil e doloroso
12 Capítulo 12 - Uma taça de vinho
13 Capítulo 13 - E vai ter babá sim.
14 Capítulo 14 - Tô cansada de você
15 Capítulo 15 - Por que eu?
16 Capítulo 16 - Robert Whytten
17 Capítulo 17 - Estou obcecado por essa garota
18 Capítulo 18 - Como assim?
19 Capítulo 19 - Mais uma sumiu
20 Capítulo 20 - Um rosto familiar
21 Capítulo 21 - Oposto de estar bem
22 Capítulo 22 - Preciso sobreviver a isso
23 Capítulo 23 - Perturbador demais
24 Capítulo 24 - O meu pior pesadelo
25 Capítulo 25 - Manchetes dos Jornais
26 Capítulo 26 - Sexto sentido
27 Capítulo 27 - Tirei uma foto
28 Capítulo 28 - Mundo pequeno
29 Capítulo 29 - Estranho demais
30 Capítulo 30 - Não muda nada
31 Capítulo 31 - No canto do vídeo
32 Capítulo 32 - Quero um favor seu
33 Capítulo 33 - Sabotagem
34 Capítulo 34 - Desconfiam de quem?
35 Capítulo 35 - Sempre exagerada
36 Capítulo 36 - Queria denunciar um amigo
37 Capítulo 37 - Tudo estar tão confuso
38 Capítulo 38 - Uma dor dilacerante
39 Capítulo 39 - Ser uma mãe bem melhor
40 Capítulo 40 - Ele não mudou nada
41 Capítulo 41 - Parecia um sonho distante
42 Capítulo 42 - Onde estava esse tempo todo?
43 Capítulo 43 - Tenho um pedido
44 Capítulo 44 - Eles te seguiram
45 Capítulo 45 - Sufocantes e Perturbadores
46 Capítulo 46 - Lembrar sempre
47 Capítulo 47 - Contar tudo
48 Capítulo 48 - Apartamento no centro
49 Capítulo 49 - Quadro de fotos
50 Capítulo 50 - Término
51 Capítulo 51 - Não apaga, mãe
52 Capítulo 52 - Amei esse corte
53 Capítulo 53 - Pedi a sua opinião?
54 Capítulo 54 - Como um tsunami
55 Capítulo 55 - Três anos
56 Capítulo 56 - O que me tornei?
Capítulos

Atualizado até capítulo 56

1
Capítulo 1 - Manhã Normal
2
Capítulo 2 - Não assistem noticiário?
3
Capítulo 3 - Já tive sua idade
4
Capítulo 4 - Ele advinhou
5
Capítulo 5 - Queria um motivo
6
Capítulo 6 - Bateu a cabeça no passeio?
7
Capítulo 7 - Trinta anos mais velho
8
Capítulo 8 - Ela nunca superou
9
Capítulo 9 - Sempre estranha
10
Capítulo 10 - Houve uma complicação
11
Capítulo 11 - O luto é difícil e doloroso
12
Capítulo 12 - Uma taça de vinho
13
Capítulo 13 - E vai ter babá sim.
14
Capítulo 14 - Tô cansada de você
15
Capítulo 15 - Por que eu?
16
Capítulo 16 - Robert Whytten
17
Capítulo 17 - Estou obcecado por essa garota
18
Capítulo 18 - Como assim?
19
Capítulo 19 - Mais uma sumiu
20
Capítulo 20 - Um rosto familiar
21
Capítulo 21 - Oposto de estar bem
22
Capítulo 22 - Preciso sobreviver a isso
23
Capítulo 23 - Perturbador demais
24
Capítulo 24 - O meu pior pesadelo
25
Capítulo 25 - Manchetes dos Jornais
26
Capítulo 26 - Sexto sentido
27
Capítulo 27 - Tirei uma foto
28
Capítulo 28 - Mundo pequeno
29
Capítulo 29 - Estranho demais
30
Capítulo 30 - Não muda nada
31
Capítulo 31 - No canto do vídeo
32
Capítulo 32 - Quero um favor seu
33
Capítulo 33 - Sabotagem
34
Capítulo 34 - Desconfiam de quem?
35
Capítulo 35 - Sempre exagerada
36
Capítulo 36 - Queria denunciar um amigo
37
Capítulo 37 - Tudo estar tão confuso
38
Capítulo 38 - Uma dor dilacerante
39
Capítulo 39 - Ser uma mãe bem melhor
40
Capítulo 40 - Ele não mudou nada
41
Capítulo 41 - Parecia um sonho distante
42
Capítulo 42 - Onde estava esse tempo todo?
43
Capítulo 43 - Tenho um pedido
44
Capítulo 44 - Eles te seguiram
45
Capítulo 45 - Sufocantes e Perturbadores
46
Capítulo 46 - Lembrar sempre
47
Capítulo 47 - Contar tudo
48
Capítulo 48 - Apartamento no centro
49
Capítulo 49 - Quadro de fotos
50
Capítulo 50 - Término
51
Capítulo 51 - Não apaga, mãe
52
Capítulo 52 - Amei esse corte
53
Capítulo 53 - Pedi a sua opinião?
54
Capítulo 54 - Como um tsunami
55
Capítulo 55 - Três anos
56
Capítulo 56 - O que me tornei?

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