Capítulo 4 - Ressaca?

Silvio não entende como Clara conseguirá tanto dinheiro em tão pouco tempo, mais não pergunta. Ele vai ajudar conseguindo com amigos e conhecidos as passagens, o lugar para ficarem e o máximo de desconto que puder, se oferece para ir como acompanhante médico de Sol.

Clara agradece ao doutor Silvio, dá um beijo na testa de Sol e vai para casa, precisa descansar para o dia seguinte.

Em casa Clara toma um banho, se deita, mais os seus pensamentos não a deixam dormir. Sempre sonhou em encontrar alguém, um príncipe encantado que salvaria-lhe e a irmã. Mais o tempo foi a passar e nada dele aparecer, e vendo como era a relação do seu tio com a sua tia, esse sonho morreu, ou pelo menos ficou para segundo plano. “Se apaixonar e só então se entregar”, agora, terá que esquecer os seus sonhos e se entregar a um velho qualquer que tem fetiche por virgens.

Se vira na cama e nada do sono aparecer, se levanta e liga a televisão, um filme passando, um pó colocado em uma taça de vinho...sono profundo... uma ideia passa por sua mente, “ talvez não precise entregar-me a um desconhecido..” se veste novamente, pega sua bolsa e vai até um velho amigo de seus pais que por muitas vezes lhe ofereceu ajuda, o que ela não aceitou por ele ter uma esposa cadeirante que lhe ocupa o tempo todo além de seu salário. Clara lhe explica o que quer é rapidamente ele lhe arruma sem fazer perguntas.

E assim com um plano traçado na sua mente, Clara planeja como conseguir o dinheiro que precisa, sem ter que vender o seu corpo.

Na hora marcada está pronta junto a outras garotas esperando que um homem qualquer tenha dinheiro suficiente para lhe pagar o que precisa e se interesse por seu corpo mesmo não sendo tão bonito como os das outras garotas, mais se for preciso, por sua irmã ela o fará.

Em um certo momento elas são levadas a um palco com luzes coloridas e fortes direcionadas a elas. Clara sente um frio no estômago, não há outra solução, agora é torcer para que tudo dê certo. Uma, duas, três garotas saem dali, Clara se sente constrangida, não consegue se soltar como as outras.

Quando ouve que levantam a placa com o seu número, sente em simultâneo, medo e alívio. Não consegue ver quem é devido às luzes muito fortes do palco onde estavam. O senhor que a recebeu antes a leva até um quarto e a manda esperar, a recorda do acordo que assinou, sai e tranca a porta a deixando sozinha ali.

Clara nervosa, arruma estrategicamente as taças colocando o sonífero em uma, se senta na cama e espera…

Assim Clara e Maicon tem seus destinos entrelaçados naquele quarto, o encontro deles regido por escolhas, decisões tomadas por necessidades ou por ego ferido, não importa, os levaram a se conhecer e se pensam que tudo acabou ali estão muito enganados.

Com o cheque em mãos, e com tudo preparado Clara, Solange e doutor Silvio embarcam para os Estados Unidos, a cirurgia será na manhã seguinte. Clara está com o coração nas mãos, não saberia o que fazer se algo acontecer a Solange.

Maicon acorda no dia seguinte bem tarde, com uma dor de cabeça tremenda, não se lembra onde está nem o que faz ali. Se levanta ainda meio zonzo, percebe sua nudez, vê a lingerie da morena linda sobre a cama e sangue no lençol.

Maicon: - Porr@!! O que foi que eu fiz? - põe as mãos na cabeça que parece que vai explodir, está de ressaca e das bravas.

Se senta na beira da cama, pega a lingerie e sente o perfume delicioso do corpo da morena com o bumbum mais lindo que já viu. Balança a cabeça por várias vezes e não consegue se lembrar de consumar o ato. “ Será que bebeu tanto assim?” “ Será que foi bruto com a garota?”. Vai para o banheiro e toma um banho demorado, toma algumas aspirinas, recorda o sabor do beijo da morena e seu garoto desperta, há muito tempo não fica assim por uma mulher com apenas um beijo, ainda mais por uma garota que nem conhece, que não sabe nem o seu nome. Pega suas coisas, coloca a lingerie em seu bolso e vai embora, gostaria muito de saber se a garota está bem mais acordo é acordo e prometeu sigilo absoluto, sem perguntas.

Chegando em casa, sua mãe Anne, o abraça preocupada, ela sempre soube do que acontecia entre ele, Henry e Luiza.

Anne: - Filho, fiquei preocupada com você. Do jeito que saiu daqui depois que viu seu irmão e Luíza. Como você está?

Maicon: - Não se preocupe mãe, estou bem. Preciso me conformar com as escolhas de meu irmão e Luíza.

Anne: - É o melhor que faz meu filho. Você é jovem, lindo, vai encontrar a mulher certa que lhe faça feliz. – beija sua bochecha.

Maicon se lembra do que houve: - Talvez eu tenha encontrado mãe. Para evitar constrangimentos vou ficar em meu apartamento por uns tempos. Não se preocupe comigo. Curta seu filho, sei que ele não pode ficar por muito tempo.

Anne: - É a vida que ele escolheu. Eu amo vocês do mesmo modo e respeito as escolhas de cada um. Seu irmão te ama.

Maicon: - Eu sei. Eu o amo também, mais preciso de um tempo, por meus pensamentos no lugar. Eu volto para vê-lo antes que ele vá embora.

Maicon abraça sua mãe, pega algumas coisas e sai, diz a ela que vai passar na empresa e conversar com seu pai a deixando mais calma.

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