Não é você.

— Filha… O dia está lindo lá fora… Você não quer dar uma volta?

Mais um dia e já ia para quarta semana que eu escutava aquilo da minha mãe, estava triste por ela, mas eu não conseguia sair da cama para socializar com qualquer ser humano… Os meus dias estava sendo o mesmo deis do último ocorrido… Eu acordava, tomava banho, tomava café e voltava para o quarto,mas só depois que minha mãe saísse para trabalhar, porque só assim eu consegui sair do quarto e fazer qualquer outra coisa… Eu sabia que aquilo estava matando ela, assim como estava me matando por dentro, mas eu não tinha coragem de olhar no rosto dela.

— Filha… Me perdoa, não faça eu me sentir um lixo… Por favor… Eu te imploro.

Eu sabia que ela estava chorando com desespero, mas eu não conseguia fazer nada, mesmo sabendo que era preciso apenas abrir a porta.

— Vai trabalhar… Por favor.

Eu não vi, mas eu escutei, escutei ela saindo chorando.

......................

— Oi, tem alguém em casa? Tia! Kiara? Eu sei que você está ai Kiara então abra a porta…

— O quê você quer Benjamin?

— Deixa eu entrar.

— Não, fale daí mesmo.

— Pelo mesmo, abre a porta, não fica olhando pela brecha.

— Você vai falar com a boca.

— Esse tempo isolado está lhe deixando bem mal humorada, não acha…

— Eu não tô com saco para aturar piadinha, então se me dar licença.

— NÃO, espera… Eu trouxe isso para você… por isso estou pedindo para você abrir a porta.

— O quê é isso?

— Abra a porta primeiro.

—… Ok, entre.

— Obrigado.

— Agora fala, o que é isso?

— Eu me encontrei com uma pessoa e ela mandou lhe entregar isso, eu não sei se eu virei carteiro, mas fiquei contente em saber que essa pessoa estava, em uma situação pior que a minha.

— O quê você tá falando, eu hein.

— Kiara, antes de lhe entregar, preciso falar uma coisa.

— O quê?

— … Bem, esse tempo que nós ficamos separados um do outro, serviu para me pensar bem nisso…

— Do que está falando?

— Kiara… Eu gosto de você, eu gosto muito de você.

— O quê?

— eu gosto de você desde quando nós nos conhecemos, você também foi a primeira amiga que eu tive… eu gostava de estar com você, sua companhia era o que me trazia alegria, você não se importava de está igual as outras meninas, e isso fazia você se destacar… Quando os meus pais me contaram que nós iríamos embora, eu fiquei muito triste, depois com o passa do tempo eu fiquei sabendo que você havia começado a namorar o Max… Eu ainda gostava de você, e aquilo havia me destruído, mas quando eu fiquei sabendo que vocês haviam terminado, eu não perdi tempo e larguei tudo e vim o mais rápido possível… Eu não queria perder tempo mais… Kiara eu preciso saber de você… Você senti alguma coisa por mim?

— Benjamin… Eu não fazia a mínima ideia disso… Eu.

— Kiara, fica comigo… Vamos passar esse processo juntos… Namorar comigo.

— … Você me pegou de surpresa.

— Você não precisa responder agora, pensar… Depois nós marcamos e você me responde… Agora eu já vou… Fica bem, e toma, foi o Isaac aquele seu amigo que deixou isso para você.

… O quê aconteceu aqui… Eu acabei de ouvir o meu amigo se declarando para mim, e agora tenho em minhas mãos uma carta de Isaac.

Eu fui para o meu quarto, meus pensamentos haviam voltado a ficar a mil, e o arrependimento de ter permitido Benjamin entrar dentro de casa havia batido… Pelo simples fato de eu saber qual era os meus sentimentos por ele, e tinha medo porque sabia que não o correspondia. Mas o que tinha na carta enviada por Isaac? Era exatamente isso que estava me fazendo sentido curiosidade.

Carta.

Kiara, sou eu, Isaac, eu estou escrevendo essa carta porque não está respondendo minha mensagem, estou preocupado com você, não tenho mais visto você, eu já fui atrás de sua mãe, os nossos horários são raramente estar compatível, então acaba se tornando impossível de vê-la… Eu quero saber como você está, não tenho conseguido dormir direito a noite porque estou pensando se alguma coisa aconteceu com você, então se não quiser responder não precisa eu vou lhe respeitar, mas pelo menos visualizar, para que assim eu fique mais tranquilo.

O amor chega de várias formas até agente, às vezes vem com um sorriso no rosto, às vezes com a demostração de estresse, às vezes com um pedaço de bolo, às vezes choro de preocupação, às vezes com uma carta escrita a mão, mas nem sempre reconhecemos isso, até porque, não ligamos para os simples detalhes.

......................

— Oi.

— Filha.

— Oi mãe.

— Filha, me desculpe, por favor, me desculpe, eu, eu.

— Mãe, calma, senta aqui… Me escuta, tá tudo bem… Eu não estava brava com a senhora, eu estava apenas com vergonha… Sou eu que peço desculpas.

— Ah minha filha, eu te amo demais para deixar qualquer coisa, me entristece com você, então entenda, nós duas não erramos.

— Eu te amo mãe.

— Eu te amo muito mais.

Eu tinha criado coragem para sair do quarto e falar com ela, e esse era o meu passa mais importante, porém o mais fácil… Agora, eu preciso falar com Benjamin e visualizar as mensagens de Isaac.

......................

Eu tinha passado muito no que eu sentia por Benjamin, mas não sabia como falar isso, havíamos de nos encontrar, mas a coragem estava desaparecendo mais rápido do que o "normal" , mas tinha que ser agora, porque se não eu sabia que nunca mais seria.

......................

— Olha, aqui está você… Achei que não vinha.

— Ah é!? E porque pensou isso?

— Não sei, acho que é só nervosismo.

— Aaah

Se ele soubesse como eu estou, com certeza ele diria que está tranquilo.

— Então o que que pedi?

— Hum, bem eu vou querer…

— Eu vou querer um macarrão ao molho pesto.

— O que é isso?

— Você vai ver.

— Tá, eu vou ficar com o macarrão ao molho branco.

— Olha, optou pelo mais tradicional.

— Sim.

Quando os pratos chegou pude matar minha curiosidade para ver o que era aquele macarrão ao molho perto, nossa era muito, estranho.

— Você gosta mesmo né dessa cor… Pedi tudo relacionando a ela.

— Um pouquinho, o que importa mesmo é o sabor.

— Ah é!

— Quer provar?

— NÃO! Quero dizer, não, eu estou com o meu.

— Então tá.

......................

Depois que jantemos, o nervosismo começou a bater novamente… Fiquei triste, eu não consegui ver Benjamin com o meu primeiro amigo, e isso era frustrante, eu não conseguia.

— Benjamin… Agente sabe o porque estamos aqui… Benjamin… Eu te amo, mas não como você espera… Eu sei que não era isso que você desejou ouvir, mas é isso que tenho para te falar.

— Kiara espera, olha, agente não tentou ainda… Talvez se agente tentar.

— Não dará certo do mesmo jeito… Nós não somos um para o outro… Eu não estou conseguindo te ver como amigo mais.

— E isso não é bom?

— O quê? Claro que não… Eu não te vejo mais como o meu amigo porque eu te vejo como um estranho… E eu não quero que seja assim, então por favor, seja meu amigo, e goste de mim como amiga, por favor.

— Eu te amo… Mas tá tudo bem, nunca houve espaço de verdade do seu coração para mim, né… Isso dói muito, AH nossa… Mas eu vou aguentar, eu vou aguentar por amor a te… Só não me coloca para fora da sua vida.

… As lágrimas que desciam pelo rosto de Benjamin pisoteava minha alma…

Eu não sei o que fazer de agora em diante, mas sei que ainda tenho história para contar, chorando ou sabendo que alguém chorou por mim.

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