Eu não consegui dormir, as palavras de Benjamin ficaram na minha mente, martelando, não foi nada tão sério assim, mas mesmo assim isso ficou na minha mente. Benjamin me sugeriu fazer uma viagem, para que eu conheça lugares novos e pessoas novas também… Só que sair de Blumenau nunca passou pela minha cabeça, só que agora essa ideia não quer sair da minha mente.
Naquela manhã me levantei mais cedo e fui dar uma volta, a brisa daquela manhã era agradável, um moço passou do meu lado e o seu perfume era fresco como a brisa daquela manhã, as árvores parecia mais verde do que o normal, o silêncio não era agoniante, mas sim admirável, mas parece que as coisas que alivia a minha mente, não dura por muito tempo, porque naquela mesma manhã, eu infelizmente presenciei um homem discutindo com um senhor, me aproximei para ver se eu conhecia algum deles, e quando vi era o senhor que eu conheci na lanchonete, o cliente mais antigo.
— Com licença, o que está acontecendo aqui?
— Ah, oi, esse moço não respeita as leis de trânsito e pedestres.
— Com licença senhor, mas o senhor está realmente quebrado as leis de trânsito, e o senhor não se envergonha disso? E além disso o senhor aparenta ser mais jovem, para está brigando com uma pessoa mais velha.
— Aí que saco… Olha aqui pirralha.
— Espera eu o conheço… O senhor era aquele homem que estava na minha casa um tempo atrás, o que acha que está fazendo, e qual o motivo do senhor estar na minha casa naquele dia?
— Eu não tenho tempo para perder, e eu tenho que ir, com licença.
— EI, ESPERA AI, SEU COVARDE!
Que covarde.
— Senhor, não se preocupe, e não der ousadia para esse tipo de pessoa, essas não merecem a nossa atenção.
— Não se preocupe, eu já ganhei o meu dia, só de ver o seu lindo rostinho.
— O senhor é um galanteador né.
......................
Enquanto pelo visto eu fiz alguém ganha o dia, eu perdi o meu, me estressei e ainda por sinal, a ideia de Benjamin voltou a passa pela minha cabeça, o ar não estava mais fresco, as folhas secas das árvores começaram a cair, o silêncio não existia mais… E no meio daquele turbilhão de coisas eu encontrei Benjamin, estava parado no meio da rua e acenando para mim.
— Oi.
— Oi, o que está fazendo aqui?
— Eu estava indo na confeitaria, que ir comigo?
— Hum rum.
Quando chegamos na confeitaria, Benjamin e eu, sentamos em uma mesa, ele pediu um pedaço de bolo de limão e um café, ficamos em silêncio até a moça trazer o pedido, ele olhava para o celular, provavelmente resolvia algo, e eu só queria fugir dali.
— Os pedidos de vocês.
— Ah, obrigada, eu espero que você goste Kiara, bolo de limão é o meu favorito, e já que eu não sabia o que você gostava, pedi dois pedaços, não tem problema né?
— Nessa ocasião, um pedaço de bolo de limão não é nada ruim.
Enquanto eu comia e olhava aquele café, que provavelmente estava esfriando mais rápido que o normal… Benjamin olhava o celular, e aquilo estava me incomodando, mas não era sua presença ou a falta de atenção, mas eu também não sabia o que era.
— Kiara?
— Isaac? O quê faz aqui?
— Eu vim comprar um bolo para a minha tia.
— De cenoura com cobertura de chocolate!
— Exatamente… Isso é bolo de limão?
— É…
— Você não parece estar muito contente com isso.
— Muito pelo contrário, ela gostou do pedido.
— Com licença, você quem é?
— Ah, desculpe, deixa eu apresentar vocês dois, bem, Isaac esse é Benjamin, Benjamin esse é Isaac.
— Eu não quero atrapalhar vocês dois.
— Que isso Isaac, você não estar atrapalhando, fique com agente.
— Que isso Kiara? Viemos para ficar só nós dois.
— Eu não vou ficar, não se preocupe, e Kiara, desculpe, mas eu tenho que ir.
— Então tá.
Isaac parece que não havia gostado de Benjamin, até porque eu nunca havia visto ele com aquela expressão facial.
— Por quê chamou ele para se sentar com a gente?
— E qual é o problema?
— Como assim, qual é o problema?
— Olha, Isaac é um amigo meu, e eu não vejo nenhum problema dele se sentar à mesa com a gente já que nós também somos amigos.
Isaac era um amigo, era isso. Mas quem era aquela menina que estava com ele.
— Será mesmo que ele é só um amigo para você?
— O quê? Do que está falando?
— Seu olhar de pessoa ciumenta está estampado no seu rosto nesse exato momento… Kiara, eu não aconselho você ter um relacionamento com uma pessoa que você conhece a menos de 4 meses.
— Benjamin, eu gosto muito de você, mas eu não vou deixar você da palpite na minha vida sem eu pedir, agora se você me dá licença eu já vou indo.
O que foi isso, porque eu falei desse jeito com o Benjamin, será que eu devo me desculpar? Mas pensando, por outro lado, eu estou certa.
— KIARA… KIARA, espera por favor.
— O quê você quer?
— Eu sei que eu errei, mas você também não precisava falar daquela forma.
— E como você acha que eu deveria ter falado? Deveria ter pedido pra você para e continuar lá com você, mesmo eu não querendo estar?
— Eu não sabia que você não estava gostando da minha presença.
— Você nem estava presente, seu corpo estava, sua atenção estava voltada para a tela do celular.
— Desculpa, tá… vamos voltar.
— Eu não vou, eu não estou afim de "socializar" hoje, eu vou voltar para casa.
— Então podemos nos encontrar amanhã.
— Para que?
— Eu lhe digo amanhã.
Eu não respondi, apenas sai e deixei ele sozinho, eu sei que foi grosseria da minha parte, mas naquele momento uma sensação de que eu estava sendo controlada tomou conta de mim, então aquela foi a última forma que eu achei de reagir, sendo grossa e antipática.
......................
Depois de ter andado até anoitecer, eu cheguei em casa, na verdade eu voltei para casa, pensei em um milhão de coisas… E nenhum deles me trouxe paz.
— Mãe, cheguei!
— Oi filha.
Quando cheguei em casa, com a esperança de apenas tomar um banho gelado e deitar na minha cama, eu dei de cara com o mesmo homem que eu tinha encontrado mais cedo, e que já tinha vindo na minha casa antes.
— Você? O que esse cara está fazendo aqui? Quem é você?
— Filha, eu quero que você se acalme, e se sente.
— Me sentar? Da última vez não foi preciso porque ele já estava indo embora, mas agora quer que eu me senti e me acalme…
— Obedeça a sua mãe… Por favor.
— Quem o senhor acha que é?
Eu não esperava que depois de um dia ruim, eu chegaria em casa e teria que passar por aquele episódio, eu não imaginava que aquela pergunta teria uma resposta…
— Eu sou Tiago, o seu pai.
Inesperada.
Pai?…
— Filha… Filha, você está bem?
— … Porque escondeu isso de mim?
— Eu ia te contar… Mas eu não pude.
— E porque não? POR ACASO ELE COLOCOU UMA FACA NA SUA GARGANTA NAQUELE DIA.
— NÃO… Não grita com a sua mãe.
— … E quem você acha que é para querem me dar ordens… Acha mesmo que pelo fato de ter voltado, eu vou ficar feliz.
— Filha, eu lhe peso para não ter mágoa do seu pai pelo que ele fez no passado.
— Não se preocupe, eu não estou vivendo no passado e nem me refiro, eu estou me referindo ao que ele fez no presente… Se quer saber, eu tomei nojo da sua cara, você obrigou a minha mãe não me contar de mediato que você havia voltado, tomei nojo por ser alguém que não respeita outras pessoas, porque se acha melhor do que os outros.
— Eu não sou esse tipo de pessoa.
— Mas você é, no meu ponto de vista, agora eu quero que saia de dentro dessa casa.
— Se é isso que deseja, eu vou respeitar.
— … Ah! aliás… Qual é a sensação de ver a filha que você abandonou a 12 anos atrás… Já criada…
Eu não acredito que voltou depois de 12 anos…
— Filha.
— Mãe… Eu não quero conversar… Então não fica pensando muito no que aconteceu aqui, deita e tenta descansar… amanhã é outro dia…
Eu havia dito para ela descansar e não pensar naquele episódio, e eu deveria ter feito o mesmo, eu seu que ela não conseguiu… até porque eu também não consegui.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 13
Comments