Esta era a sensação de estar bêbada. Huh.
Eu estava sentada na cozinha de Zeke, em uma cadeira, perto
da mesa, no canto, na cozinha dele – eu já disse isso – e uau. Uau.
Virei minha cabeça de cabeça para baixo, ou o máximo que pude,
e a cozinha ficou incrível assim também. Todos nós devemos olhar
para o mundo dessa maneira.
Espere.
Eu me virei, deitando minha cabeça com os pés para cima, e
oh sim. Isso foi muito melhor.
Nós poderíamos andar no teto. As prateleiras podem ser
bancos. Fazia muito sentido agora.
— Que porra você está fazendo?
— Huh? — Eu balancei minha cabeça ao redor e WHOA! Zeke
era como um deus. De pé. Desafiando a gravidade. Olhando para
mim.
Isso foi incrível.
Eu estava tendo um evento espiritual.
— Você vai ficar doente se não se sentar direito.
Comecei a dizer a ele que isso acabaria com todo o argumento,
mas senti uma onda de náusea chegando e ele era um deus. Ele
sabia totalmente o que ia acontecer antes que acontecesse.
Então eu soltei e caí. Eu desabei no chão, e oomph. Isso dói.
Mãos tocaram sob meu braço e eu estava sendo levantada. Eu
me movi, sem pensar, apenas reagindo, e quando pisquei, estava
agarrada a Zeke como um macaco. Pernas ao redor de sua cintura.
Braços em volta de seus ombros e ele estava me segurando no
lugar com uma mão debaixo da minha bunda.
Eu quase me mexi porque me senti bem.
Fazia tanto tempo que eu não fazia nada com um cara. Foi
embaraçoso. Às vezes me fazia sentir patética, mas então me
lembrei do porquê, e oh sim. Isso foi uma merda do mundo real.
Eu não queria lidar com merda do mundo real.
— Ei. — A voz de Zeke era toda suave. Ele estava me
observando, sua cabeça inclinada para trás para que ele pudesse
me ver melhor, e a preocupação em seu olhar estava me
destruindo. Ele franziu a testa um pouco. — Por que você estava
bebendo hoje, Ava?
Eu não queria mais olhar naqueles olhos.
Eu me virei, minha garganta fechando. Pisquei para afastar
algumas lágrimas, mas caramba. Uma se soltou, deslizando pelo
meu rosto.
Zeke nos levou até um balcão. Ele se mexeu, me colocando lá,
mas não se moveu para trás. Estendendo a mão, ele segurou o lado
do meu rosto com tanta ternura.
Ainda desfazendo. Uma segunda lágrima saiu.
Ele limpou os dois com o polegar, mas ainda estava segurando
meu rosto. — Fale comigo. Eu te conheço há muito tempo, mas
nunca te vi assim.
Ele estava certo. Eu trabalhei. Eu era forte.
Eu nunca quebrei, nunca.
Não quando meu avô finalmente foi preso e estávamos
seguros.
Não quando meu pai nos deixou.
Não quando minha mãe perdeu as pernas.
Mas hoje... eu estava perdendo tudo.
— Minha avó está indo para um hospício.
Senti Zeke tenso e fechei os olhos, esperando que ele se
afastasse.
Eu realmente não conhecia Zeke. Foi uma amizade estranha
que começou conosco porque ele era tão solitário quanto eu. Ele,
que tinha o mundo a seus pés. Ele poderia ir a qualquer lugar em
Fallen Crest e as pessoas queriam falar com ele, ser visto com ele,
mas ele começou a mudar.
Eu sabia que ele era feroz com alguns de seus amigos, um de
seus melhores amigos, mas esse melhor amigo estava na Europa.
Foi isso? Ele estava sentindo falta daquele amigo?
— Você mudou quando seu melhor amigo veio para a cidade.
Ele endureceu novamente, mas uma risada surpresa o deixou.
— O que? Mudança de tópico aí.
Eu relaxei um pouco. Parecia mais seguro falar sobre isso. —
Vocês dois eram deuses na escola. Eu assisti. Eu vi tudo. Você era
um idiota, mas então Blaise veio para a cidade e um lado diferente
de você apareceu. —Voltei a sussurrar, confessando: — Gostei de
ver isso, embora você tenha me assustado.
— Eu fiz?
Ele não parecia surpreso.
Eu balancei a cabeça. — Você era um valentão, Zeke.
Ele franziu a testa, seu corpo ainda tenso, mas agora ficando
rígido. — Eu sei. — Seu tom era pesaroso. — Isso mudou, mas eu
nunca deveria ter sido o que era.
— Foi seu melhor amigo quem mudou você? O que aconteceu?
Suas sobrancelhas se ergueram e ele estava quase falando
sozinho. — Cara. Eu… Sim. A volta de Blaise ajudou porque ele
me enfrentou, me colocou no meu lugar e eu fui um idiota. Eu
precisava disso, mas eram outras coisas também. — Ele riu um
pouco. — Meu pai me pegou tomando algo que eu não deveria, e
bem, ele me chutou. Não fisicamente, mas ele tirou tudo. Como
empregados da casa, meu carro, dinheiro. Tudo. Eu tinha que
cuidar da casa. Foi normal o que ele fez, me deu estrutura. Eu
precisava disso. Ele me humilhou muito, mas percebi que ele
realmente me amava. Como o amor verdadeiro, onde ele dava à
mínima se eu estava crescendo para ser um futuro criminoso de
colarinho branco ou não.
— Sério?
Ele assentiu. — Nada super traumatizante ou algo assim.
Acabei de receber um pouco de amor que estava faltando. Meu pai
deu um passo à frente. Blaise estava de volta na minha vida. E fiz
uma escolha consciente de procurar mocinhos para me parecer.
Eu não queria ser preguiçoso. Eu queria ser uma pessoa melhor e
sim. Avance alguns anos e acho que aqui estou. — Ele ficou mais
focado. — E você?
Eu fiquei tensa. — O que você quer dizer?
— O que aconteceu com você? Você sempre foi quieta,
trabalhadora, mas não estava cansada. Eu também vi você.
Vibrações se moveram pela minha barriga. Ele tinha?
Pensei em todos os momentos difíceis e balancei a cabeça. Não
havia começo e fim... Eu não poderia ir até lá. — Vida. Isso é tudo.
— Vida?
Eu balancei a cabeça. A dor me cortou e senti uma faca sendo
enfiada em minha garganta. — Minha mãe me disse hoje que
quando vovó for internada, ela irá com ela. Ela está indo para uma
instalação, disse que era hora.
— E a vovó?
— Está na hora, Aves. Conversamos e ela quer fazer uma cama
de asilo na casa de repouso. Há um quarto lá que eles podem usar
para ela.
— Quando você decidiu tudo isso?
— Tive uma reunião com eles hoje.
— Não. Não, mãe. Podemos cuidar dela aqui. Eu vou ter uma
folga...
— Ave. — Ela empurrou a cadeira para mais perto e parou,
cruzando as mãos no colo. — Você cuidou de nós a maior parte de
sua vida, e querida, você é muito jovem para isso. Vou me mudar
para minha própria casa.
— O quê?!
— Não é tão ruim assim. É um novo programa. Está montado
onde terei minha própria casa, e já tenho alguns amigos lá.
— Você não é velha. O que você está pensando?
— Estou pensando que precisamos vender a casa para pagar
algumas contas extras, e estou pensando que quero que você viva
uma vida onde não esteja mais cuidando de mim. Você pode ajudar,
mas não é como se eu fosse morrer tão cedo. Não é o que parece. É
meu próprio lugar, mas tenho pessoas próximas para ajudar se eu
precisar. Não quero que se preocupe comigo.
— Você é minha mãe. Esse é o meu trabalho. Isso não vai parar
se você se mudar para outro lugar.
— Veja, Ave. É por isso que preciso fazer esse movimento. Você
sabe que tenho outros problemas de saúde. Eles não vão embora.
Vovó estava morrendo. Minha mãe estava se mudando.
Precisávamos vender a casa.
Eu estava perdendo tudo o que sabia.
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