Leke

Estávamos no campo de golfe quando, em vez de alinhar sua

tacada, meu amigo caiu na gargalhada.

Eu fiz uma careta. — Cara.

Ele estava quase caindo, mas se virou para mim, levantando

seu nove ferro atrás dele. — Zeke! Isso é hilário pra caralho. Olha!

Brian estava quase caindo de tanto rir.

Jesus. Que porra.

Saí do carrinho de golfe e me movi para poder ver o que quer

que fosse. Quando eu cheguei lá, puta merda. Mas eu não estava

rindo. Ava estava andando pelo gramado, mas não de uma forma

que deixasse óbvio que ela estava em uma missão ou tinha um

destino em mente. Não. Ela estava indo para um lado, depois para

outro, e andando em círculo. Ela estava andando para trás. Ela

estava em todos os lugares e estava bebendo de uma garrafa de

vodca ao mesmo tempo.

Prendi a respiração enquanto Brian continuava rindo. — Sabe

quem é? Essa é aquela garota Ava. Você sabe, aquele que

trabalhava em todos os lugares. — Sua risada subiu um entalhe.

— Nós íamos à pizzaria. Ava. Iríamos ao Manny's. Ava. Íamos para

a casa de Nooma. Ava. Virou uma piada, lembra? Bebíamos se ela

aparecesse em algum lugar. Ela também estava no posto de

gasolina. Droga. A garota deu a volta por cima.

Um dia eu contaria a Brian o quão perto ele estava de levar

um soco no rosto. Ou o quão perto ele estava de acordar em uma

cama de hospital. Eu não confiava em mim agora.

Ele suspirou, sua risada finalmente diminuindo. — Duvido

que ela trabalhe aqui. Ela está tão bêbada quanto eu no meu

vigésimo primeiro aniversário.

— Brian. — Finalmente consegui falar, com os dentes

cerrados.

— Sim? — Ele balançou em minha direção.

— Cale a boca, porra.

— O que... ela não está em nosso círculo social. O que você

está fazendo?

Ignorando-o, comecei a descer a colina, carregando meu

próprio álcool na mão.

— Zeke!

Ergui o dedo do meio no ar e gritei por cima do ombro: — Cuide

da sua merda.

— O que você está fazendo?

Eu levantei meu dedo médio mais alto.

Quando cheguei até ela, ele já tinha ido embora com o

carrinho.

Ava não tinha ideia de que eu estava lá. Sua cabeça estava

baixa, exceto quando ela a inclinava para trás para beber, e ela se

movia de certa forma – eu vi os fones de ouvido. Ela estava

dançando, ouvindo o que quer que fosse quando eu a vi tirar o

telefone do bolso e pular para a próxima música.

Foi animado porque ela começou a pular, com a cabeça indo

na direção oposta. Seus braços estavam fazendo... alguma coisa.

Eu não chamaria isso de dança. Era mais como se debater com

uma linha de base de ritmo.

Eu a observei por duas músicas completas antes de seus olhos

se abrirem. Vendo-me, ela se assustou, ofegando, e um guincho

saiu dela ao mesmo tempo.

Eu sorri e levantei a mão. Eu murmurei, — Oi.

— O que?! Não consigo ouvir você!

Eu balancei a cabeça, apontando para seus fones de ouvido.

A compreensão surgiu e ela começou a rir, tirando os fones de

ouvido. — Oi. Desculpe. Esqueci que estava usando. Sua música

estava saindo deles. Ela não se mexeu para parar ou pausar a

música. Ela estava franzindo a testa para mim, semicerrando os

olhos. — Zeke? O que você está fazendo aqui?

Eu inclinei minha cabeça para o lado. O esmalte era mínimo.

Ela não estava enrolando. Ela estava falando como se estivesse

sóbria, e sem a dança eletrocutada, ela agora parecia sóbria

também.

Fiquei um tanto impressionado.

— Certo. — Fiz um gesto ao nosso redor. — Estamos em um

campo de golfe, onde eu faço a coisa normal de idiota e jogo golfe

algumas vezes por semana, e sua pergunta é como se eu fosse o

único deslocado.

Com minhas palavras, ela virou a cabeça, varrendo todo o

campo de golfe Fallen Crest. Seus olhos estavam quase

esbugalhados quando ela voltou a se concentrar em mim. Ela falou

em um sussurro chocado. — O que estou fazendo aqui?

Eu estava balançando a cabeça, mas me aproximei e estendi

a mão, tirando a vodca de sua mão. Ela não percebeu. Então eu

quase comecei a rir. Ela mal tinha bebido. Talvez dois goles. —

Você está bêbada ou não? Estou tendo dificuldade em dizer.

— Acho que estou bêbada.

— Você mal tocou nisso.

Seu olhar se voltou para a garrafa quando a levantei, e ela

parecia confusa. Suas sobrancelhas se juntaram antes que ela

levantasse as mãos, ambas, e engasgou. — Eu nem senti que você

pegou isso.

Ela estava bêbada.

Ela levantou o olhar de volta para mim, com as mãos ainda no

ar. — Estacionei no Manny's, peguei uma garrafa e comecei a

andar. Eu não estava prestando atenção. Dançando, bebendo. —

Sua voz baixou novamente. — Eu nunca bebi antes.

Uau.

Minha cabeça recuou um centímetro. — Nunca?

Com os olhos ainda arregalados, ela balançou a cabeça ao

mesmo tempo. — Nunca. Eu acidentalmente fui a uma festa uma

vez porque meu namorado era o Uber local. Ele foi buscar alguém

e eu tive que ir ao banheiro. Ele pensou que eu tinha entrado para

ficar e participar da festa.

Eu... eu não tinha palavras. Eu estava bem ciente de que

durante a maior parte da minha vida, se houve uma noite em que

não festejei, essa foi à esquisitice.

— Oh meu Deus. Você está olhando para mim como se eu

fosse uma aberração. — Seu rosto se encheu de cor e ela fechou

os olhos. Ela ainda estava com as mãos para cima.

— Ok. — Eu não sabia o que estava acontecendo aqui, mas

me aproximei, peguei suas duas mãos e as abaixei para ela. Ela

abriu os olhos e não houve reação de saber que eu fiz isso. — Você

comeu hoje?

Ela balançou a cabeça.

— Você quer comer?

— Hum. — Ela começou a mastigar o lábio inferior, as

sobrancelhas ainda juntas. Então ela parou. Seu rosto clareou. Ela

piscou. — Não. Preciso continuar bebendo. — Ela pegou minha

cerveja e deu um longo gole. Eu estava esperando pelo esguicho,

pensando que ela não percebeu que pegou a garrafa errada, mas

nada veio. Ela continuou bebendo.

Fiquei obcecado em como sua garganta estava funcionando,

engolindo isso.

Ela estava dando longos e lentos goles, e ela continuou.

Ela acabou de beber um terço da minha cerveja, antes de

eu agarrá-la de volta. — Pare.

Ela estendeu a mão para ela, empurrando com o meu braço.

Eu me movi, virando e usando meu corpo para verificá-la. —

Não.

— MasEu levantei a cerveja para que ela pudesse ver claramente. —

Isso não era seu.

Sua boca se abriu. Ela ia discutir, mas parou. Um som

ofegante veio em seguida antes que ela caísse, sua testa caindo no

meu braço. Ela gemeu. — Oh não. Eu sinto muito. Eu sou uma

bagunça.

Se duas doses de vodca já a haviam desperdiçado, aquela

cerveja acabaria com ela.

Olhei de volta para o clube de campo, mas ela estava uma

bagunça lá. Eu não achava que Ava iria querer que as pessoas a

vissem assim.

Pegando seu braço, comecei a caminhar até o estacionamento.

— O quê... para onde estamos indo?

— Você precisa de um pouco de comida.

Ela começou a pisar no freio.

Não. Eu não estava tendo isso.

E eu não estava me questionando por que estava fazendo isso

quando a deixei ir, coloquei as duas tampas no álcool e as enfiei

nos bolsos. Eu tinha bolsos grandes. Então eu me virei, me abaixei

e a peguei. Ela estava pendurada sobre meus ombros.

— O que... Zeke! Ponha-me no chão!

Eu continuei. — Você precisa de comida, Ava, ou vai se

arrepender daquela cerveja. Confie em mim.

Estar pendurada no meu ombro provavelmente não foi a

melhor ideia, mas eu não queria perder tempo brigando com ela.

Ela tentou se levantar, então talvez ela estivesse pensando a

mesma coisa. — Como você sabe?

— Huh?

— Como você sabe que eu preciso de comida?

Certo. Ela nunca bebeu antes.

— De nós dois, acho que devemos seguir com meu

conhecimento sobre bebida.

— Oh. — Ela ficou quieta. — Essa é uma boa ideia.

Comida era.

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Comments

Ravenna_g366

Ravenna_g366

Kkkkkkkkkkkkkkk, amei, super engraçado ela bebinha

2024-01-26

1

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