— Ava, por que você está solteira?
Estávamos na cerveja número quatro da noite. Ele estava
nesta rodada um pouco depois de uma da manhã. Fechamos às
duas, mas se Zeke precisasse de mais tempo, eu não o expulsaria.
Ele poderia ficar enquanto eu fechava. Eu não tive problema com
aquilo.
Eu resmunguei, deslizando sua cerveja para ele. Estávamos
nos destaques dos esportes noturnos e o lugar estava indo bem.
Isso não me incomodou. Eu era a única atrás do bar, mas tinha
um sistema para baixo.
Eu sorri. — Por quê? Você está se voluntariando?
Ele sorriu de volta, uma risada antes de levantar sua cerveja.
— Apenas parece estranho. Você ficou com aquele tal de Roy por
um tempo, e então... — Seus olhos ficaram distantes, e sua cabeça
tombou para o lado. Ele estava pensando, tentando se lembrar da
minha vida amorosa, mas não se lembrava porque enquanto ele
estudava na escola D1, eu ficava em casa e frequentava a
faculdade comunitária local. Havia planos para mais, para
terminar e fazer pós-graduação, mas a vida atrapalhou.
Eu bati meus dedos no balcão na frente dele. — Não pense
muito, Allen. Estou solteira porque quero estar. — Desci o balcão.
Três mulheres ficaram de olho nele a noite toda e estavam na
quarta rodada de shots. A que estava pagando a noite toda acenou
com mais dinheiro para mim, então comecei a pegar mais três
copos.
— Não. Espere. — Ela se inclinou e eu senti um bom cheiro de
seu perfume misturado com bebida enquanto ela respirava em
mim. — Queremos uma chance com ele também. Quatro shots.
Não me mexi, mas olhei para Zeke com o canto do olho.
Isso já havia acontecido antes. Muitas vezes, e Zeke sempre foi
um bom esportista, mas por algum motivo, eu estava hesitante.
Isso não era bom para os negócios ou para o meu trabalho, então
peguei o Patron. — Você quer que eles sejam servidos aqui ou por
ele?
Ela também hesitou, e eu vi um pouco de autoconsciência se
instalando. Suas duas outras amigas estavam nos ignorando,
quase olhando boquiabertas para Zeke. Ela mordeu o lábio e se
inclinou novamente. — Você o conhece?
Eu balancei a cabeça.
— O que você acha?
Abri a boca, mas hesitei no que ia dizer, porque a verdade é
que Zeke já teria agarrado uma delas se estivesse interessado. As
garotas não estavam sendo sutis e ele conhecia o jogo. Ele era um
mestre em jogá-lo.
— Que tal eu servir o seu aqui e levar o dele para ele? Ele pode
acenar para você para agradecer?
Seu sorriso era largo e rápido. — Isso parece ótimo!
Eu fiz o que eu disse e ignorei os resmungos das outras duas
garotas quando dei a tacada para Zeke. Coloquei-o um pouco longe
dele e me abaixei, fingindo que precisava pegar algo embaixo do
balcão. — Te dando um aviso. Esse shot é para você, paga por
aquelas três garotas. Vestidos amarelos. (Todas estavam vestindo
amarelo.) — E elas esperam que você acene para agradecê-las.
Ele mal reagiu, mostrando-lhes um sorriso em agradecimento,
e inclinou a cabeça para trás para beber, depois continuou com a
água e, quando colocou o copo na mesa, vi que cresceu um pouco
mais de água do que estava lá.
Eu olhei para cima, peguei ele me olhando, e ele me deu uma
piscadela.
Meu pulso disparou e quase deixei cair minha toalha porque,
porra, meu estômago ficou com um formigamento.
Eu olhei para baixo, surpresa. Eu não tinha essa reação a
alguém há muito tempo.
— Você é Zeke Allen, certo? — Uma das meninas se
aproximou.
Seu olhar ficou em mim por um momento antes de se virar
para ela. — Eu sou. — Ele deu uma olhada nela antes de sorrir. —
Por favor, me diga que não comi sua irmã mais velha ou sua mãe.
Ela engasgou.
Lá estava o velho Zeke de quem me lembrava. Eu tinha perdido
o idiota.
Ele deslizou do banquinho e jogou um monte de notas no
balcão. Ignorando a garota, ele ergueu o queixo em minha direção.
— Você é muito gostosa para estar solteira, Ava. Isso é o que eu
acho. — Ele bateu os nós dos dedos no balcão antes de sair.
— Que pau! — A única garota estava carrancuda em sua
direção. Suas duas amigas se juntaram, e a segunda (não aquela
que pagou todas as bebidas; ela ficou para trás o tempo todo)
bufou para mim, sua mão encontrando seu quadril. — Você não
tem que rir de Laughlin. Eu pensei que estávamos em toda a era
das mulheres empoderamento e levantando umas às outras?
Lutei contra revirar os olhos. — Querida, eu não estava rindo
da sua garota. Eu estava rindo de Allen porque, para ele, isso era
inofensivo. — Comecei a me mover para trás, descendo pela barra.
— Além disso, Laughlin é um nome legal.
A garota relaxou, endireitando a cabeça. — Obrigada.
Um cara havia se mudado para trás da garota que pagava tudo
e, enquanto eu atendia seu pedido, não pude evitar. Eu perguntei
baixinho para ela: — Elas vão te pagar de volta por esta noite?
Ela se endireitou, enrijecendo. — Não sei do que você está
falando.
Dei um passo para trás, olhando para ela. — Certo. — Eu dei
a ela um sorriso suave, mas triste. — Aqui estão alguns centavos
de empoderamento feminino: se você tem que pagar por elas, elas
são amigas do seu dinheiro, não de você.
Ela ergueu os olhos, assim que as outras chamaram seu
nome. — Qualquer que seja. — Ela se afastou.
Observei-a partir, mas não sabia por quê.
Talvez eu tenha visto um pouco de mim nela. Infelizmente, não
era a parte que tinha amigos. Era a parte que parecia uma idiota.
Isso era eu naquela época, e ainda era.
Eu menti para Zeke. Eu não estava solteira porque queria
estar.
Eu estava solteira porque ninguém que eu queria me queria
de volta.
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