CAPÍTULO DOIS

Isadora

DEZ ANOS DEPOIS

Eugênia me levou para outro orfanato. Orfanato Aura, já perguntei tantas vezes.

O ‘Que aconteceu com aquele garoto? O ‘Que aconteceu naquele dia? Antes da polícia chegar no local ela me levou para outro lugar. Outro orfanato,

No Aura tinha algumas crianças boas, mas Eugênia não me deixava viver com elas, Eugênia me isolou, mais pra ela não foi suficiente ela me trancou em um porão. Perde minha liberdade, eu já estava presa mas agora não encontro saída.

Passaram-se os anos. Fiquei com uma grande cicatriz em minha costas. Nesse meio tempo eu só recebia permissão para sair do porão quando as outras adolescentes não estavam e mesmo assim era pra fazer faxina no orfanato, eu só comia oque sobrava das outras adolescentes. Aquele lugar era tão abafado.

No momento estou muito suja, meu rosto e meus braços estão com um pouco de carvão e meu vestido já está desgastado.

Semana passada completei 19 anos, eu deveria estar feliz.

Passei meus últimos anos tentando fugir desse lugar, mas as oportunidades eram quase que impossíveis.

Ouvi muitos gritos dos adolescentes que estavam no andar de cima, talvez essa seja a minha chance de fugir sem alguém me ver. Empurrei a pequena porta que tem no porão, quando surpreendentemente ela se escancara. Fico surpresa e assustada, pois sei que essa porta é legalmente cheia de correntes e cadeados, Eugênia nunca facilitaria para me fugir. Dou um passo à frente ainda evitando o medo, observo um sapato preto, está tão limpo que chegar brilhar, ergo minha cabeça já com meu corpo trêmulo olho para cima e vejo um homem visivelmente forte, de terno, alto, sua pele é parda como a minha, seus olhos são castanhos claros estranhamente igual aos meus. Realmente queria acreditar que ele estava apenas passando, mas meus olhos analisam sua mão esquerda que segura uma arma, seu perfil entrega que ele faz parte da máfia. Eu tento conter meu medo e indago.

– Quem é o Sr? – Minha voz falha – Maldita voz trêmula, preciso demonstrar confiança.

– Você….Hm… – Ele me olha profundamente como se estivesse tentando lembrar de algo.

– Eu te conheço? – Ele analisa cada traço do meu rosto, como se tivesse plena convicção da sua pergunta.

– Não me recordo do Sr – Ele inspira e pisca várias vezes como se estivesse em um sonho recompondo sua posição, o que me causa pânico. Fiz errado em falar que não o conheço? Ele olhar por cima do meu ombro parecendo analisar cada detalhe do porão, ainda sem olhar para mim, ele pergunta;

– Está tentando fugir?

– Não sei do que está falando – Aproveito a oportunidade enquanto ele está focado no porão, dou de ombros com apenas esse movimento consigo a oportunidade de correr, meu plano agora é correr muito, a cada suspiro minha mente gritava – Isadora corri, mais não durou muito tempo, minha tentativa falha. Sou obrigada a parar.

– Você quer morrer aqui? – A voz dele está tão perto e soa tão ameaçadora, ainda estou de costas quando ouço o som da arma destravando.

– Não atira, por favor – Imploro.

Ele segura firmemente em meu braço e me leva para o único lugar que eu não queria voltar. Para o orfanato, especificamente para diretoria, ele vai me entregar para Eugênia? Ele trabalha para ela?

Pietro

ALGUNS MINUTOS ANTES

Mãos pra cima – Ordeno atirando para cima, entro com um batalhão dos meus capangas armados. Os órfãos se assustam e corri para o canto da sala de estar.

– Cadê Eugênia? – Pergunto.

– Está no escritório – Responde um dos Órfãos

– Melhor ainda – Sorriu de lado e saio – Agora me encontro em pause sem barulho algum. Me vejo voltando no tempo, não estou no mesmo orfanato, mas estou prestes a rever a mulher que vai responder meus questionamentos.

– Onde está a minha heroína?

– O que aconteceu com ela?

– Quem é realmente aquela doce criança? Que hoje deve ser uma grande mulher. Ela está bem? Ou morta? – Retiro o medo de dentro de mim, esse sentimento não me impede mais de fazer justiça, meu pai te escondeu de mim há muito tempo, chegou a hora de me vingar, Eugênia – Inspiro.

– Ai está você , assassina – Eu entrei – Falei com firmeza – Olhei em seus olhos sem temer – É ela – A mulher que matou o meu tio.

– Como conseguiu entrar aqui? – Pergunta ela levantando-se bruscamente.

– Eu sou dono disto tudo, cedo ou tarde eu iria te encontrar, mesmo com a ajuda do meu pai você não iria escapar.

– Do que está falando? Quem é você?

– Nossa, depois de fazer um inferno na minha vida, você não me reconhece mais?

– Eu te conheço?

– Sou eu Pietro, o garotinho que estava acompanhando meu tio Alexandre no momento que você o matou. O garoto que você tentou matar, lembra agora? – Ela me olha espantada, posso sentir o seu medo, é como se eu pudesse ouvir seu coração acelerar de tão satisfatório que é.

– Se afasta ou eu…

– Não dessa vez – Eu aponto minha trinta e oito em sua cabeça, meus capangas apontam calibres em sua direção, eles fecharam a porta. _ Você não tem saída, Eugênia – Zombo – Minha voz, minhas ações me deixam orgulhoso de mim mesmo.

– O ‘Que você quer? Por que estava me procurando há tanto tempo? Pensei que tinha desistido.

– O que eu quero? – Eu tenho muitas perguntas, mais para começar. Os diamantes que roubou do meu tio, onde estão? Tenho certeza que não vendeu.

– Eu não tenho diamantes. – Nega ela na maior cara dura.

– Ah não? – Sorriu –Abram o cofre – Ordeno para meus capangas.

– Não podem fazer isso – Ela se levanta bruscamente da cadeira

– Senta aí – Grito ordenando, vou para cima dela com minha arma pressionando contra sua cabeça – Ela recua sentando-se na cadeira. – Não seja tão hipócrita, todos esses anos o meu pai tem te protegido, sinto pena dele por achar que você seja inocente.

– Penso – Chegou a hora de perguntar. De receber a resposta que eu tanto queria, mas agora, nesse exato momento sinto medo da resposta. Sinto medo do que aconteceu com ela.

– O que você fez com a garota que me salvou? – Pergunto.

– Que garota? – Sua voz treme contra a minha arma.

– Não precisa fingir, Eugênia. Eu sei que você fez algo com ela, você decide – Falar – Ou morrer.

– Você quer saber a verdade? A garota morreu. Sua voz. Sua expressão foi tão firme que não tive dúvidas da sua resposta. Era tudo o que eu mais temia.

– Ela morreu? Pela primeira vez vacilo deixando minha voz falha.

– Sim, ela perdeu muito sangue naquela época, por sua culpa.

– Quem esfaqueou ela foi você – Me altero, sinto raiva. Sinto minhas veias pulsarem dentro de mim. Eu quero apertar o gatinho agora mesmo.

– Não atira, por favor. Eu posso te dar uma das órfãs, para substituí-la.

_ Tá de brincadeira, não é? Eu não quero nenhuma dessas garotas que você tem aqui _ Abaixo minha cabeça, sinto meus cabelos caírem sobre meus rosto – Inspiro – Todas elas nunca chegariam perto da garota que me salvou – Permito meu corpo lamenta por um mero momento. Me sinto tão culpado, ela foi tão gentil quando me salvou. Ela foi o meu primeiro amor. Ela deveria aproveitar mais da vida.

– Ela era uma mera órfã sem importância alguma. – Informa Eugênia.

– E eu quero que você morra da pior forma – Eu aperto – E aperto – Eu a sufoco – Eu tento a estrangular – Morra – É a única palavra que ecoou na minha cabeça – Ouço o som da maçaneta, ouço o som da porta se abrir, minhas mãos à solta. Meus pés afasta-se dela. Levanto minha cabeça levando meus cabelo para trás com minhas mãos. Minha atenção é voltada para o meu capanga de confiança, Davi meu irmão de consideração, o mesmo que eu pensei que nunca seria meu amigo quando criança

– Ele segura uma jovem, meus olhos analisam ela. Seus olhos amedrontados, seu corpo frágil, seus cabelos pretos tão fortes

– Ela me viu tentando matar a Eugênia. Ela está apavorada com a minha presença solto a minha voz que ainda encontra-se alterada – Quem é ela?

– Essa órfã estava tentando fugir – Ele a leva para o canto da sala.

– Com meus nervos alterado sem ao menos perceber dou longos passos em sua direção.

– Me solta, não me toca – Ela se move com tanta força que chego a duvida que seja ela mesma se movendo. – A voz da Eugênia surge atrás de me.

– O que essa pestinha está fazendo aqui?

E você é uma bruxa má, sua veia enrugado – Diz a garota com a voz semelhante à daquela garotinha, é mais madura. O jeito que ela falou. As palavras são tão semelhantes, estou ficando louco, ela se debate contra Davi a vejo aprofundar seus dentes contra o braço dele, tão rápida e feroz, ela passa por me, mais minhas mãos agarram automaticamente sua cintura, eu a puxo contra o meu corpo, encontro meus lábios tão perto do seu ouvido _ Onde pensa que vai? – Questiono. – Consigo ouvir sua respiração ofegante, seu coração acelerado

– Me solta – Sua voz falha, sua voz está tão trêmula.

– Afasto meu rosto – Sorriu – Inspiro – Ah, você é uma garota difícil de lidar – Minha arma começa a passear sobre seu rosto, seus cabelos. Quando encontra sua pele ela se encolhe sobre meu corpo. Sem saída – Ouço a respirar com dificuldades, elevo meu rosto ao seu encontro, sussurro baixinho – Eu não vou atirar em você, deu muita sorte por me fazer lembrar tanto dela.

– Eugênia – Mate ela, Já está na hora dessa órfã morrer.

– Me afasto da garota, mais ainda segurando seu braço – Cala a boca sua hipócrita – É ela ? – É ela a garota?

– Óbvio que não, ela já morreu, está tão obcecado que chega está alucinando.

_ Sim, ela estava sangrando tanto, é impossível ela ter sobrevivido aquele corte, eu devo estar louco, mas não vai me impedir de levá-la – Vou levar essa garota. Afirmo.

– O ‘Que? Quem é o Sr? – Os olhos da garota se arregalaram, sua voz saiu com um pânico.

– Não a leve, mate ela agora. _ Ordena Eugênia gritando.

– Me solta – Por um instante a garota se soltou dos meus braços só consegui ver seu vulto passando pela porta. Eu acompanho a vejo subir as escadas em um pique, ela conhece bem esse lugar. – Não atirem nela, – Grito para meus capangas que já tinham destravado suas armas.

– Ela entrou em um quarto, era o dormitório – Coloco o meu pé na porta a impedindo de fechar vejo que ela dá o melhor de si, mas eu sou mais forte – Então, você correu o bastante? – Indago – Empurro a porta com tudo – Ela se afasta recuando, com os olhos em pânico, mais ainda em mim.

– Por favor, eu não fiz nada de errado, eu não quero ir.

– Respiro tentando recuperar o meu fôlego – Ah – Agora você não tem saída – Sorriu – A pego pelo braço seguro seu corpo tão firmemente contra o meu consigo sente o seu cheiro, sente sua respiração amedrontada

– Por favor não faça isso – Implora ela encolhendo seus ombros e fechando seus olhos, esperando o pior de me. E pela primeira vez vejo suas lágrimas que há tanto tempo queria rolar.

– Você está chorando? – Pergunto.

– Por favor eu estou com muito medo, não me mate – Súplica ela.

– Eu realmente não quero fazer isso. Definitivamente não vou matá-la. Venha comigo.

– Não, Sr – Ela se debate tão rápido que quase, por um triz deixei fugir. – Não tenho outra escolha. Bato a minha arma sobre sua cabeça, ela desmaia.

– Sr, Pietro – Vamos continuar com o plano? – É Davi – Ele está batendo na porta.

– Não – coloco a garota sobre meus ombros e abro a porta – Vou apenas levar essa garota comigo. – Ele me olhar espantado. – Passe lá no escritório pegue todas as informações desta garota.

– Mas Sr, e a diretora? Ela traiu o Sr Antônio da forma mas miserável. E a sua vingança?

– Ah! Eugênia – Exclamo – Apenas faça ela ter a morte mais dolorosa, ou seja a morte mais lenta. Arranque seus olhos, seus dedos rasgue sua boca e por fim a mate.

– E os outros órfãos?

– Deixe alguns dos meus administradores cuidando de tudo.

– Farei como o Sr mandar. O motorista está aguardando.

Isadora

Ah! Minha cabeça dói, o ‘que aconteceu comigo? Que quarto é esse? É tão grande, mas é escuro. O ‘Que aquele homem fez comigo? – Verifico meu corpo, estou intacta. Vou até a janela e vejo que esse quarto está no terceiro andar, Isso é uma mansão, de certeza que é a mansão daquele homem. Estão cheias de grades, não é possível que voltei à estaca zero. Presa de novo – Ando até a porta, e está trancada, dessa vez é pior, estou nas mãos de um marginal eu acabei de vê-lo tentando mata Eugênia com as próprias mãos ele vai fazer o mesmo comigo. Eu vou ser mais uma das suas vítimas – Penso com os meus olhos lacrimejando.

Mas e se eu gritar por ajuda? Alguém pode me ouvir – Não Penso duas vezes e assim faço. Grito o mais alto que consigo, eu posso ficar rouca, mas eu preciso de ajuda _ Socorro – Socorro_ Alguém me ajuda.

Quando grito a última frase ouço a maçaneta da porta destrava – Meu corpo trava não consigo me virar para ver quem realmente é, só ouço passos em minha direção, junto forças da onde eu realmente não tenho. E me viro – Ele falar e a sua voz é tão diferente agora, ele não está exaltado. Está diferente, as suas veias que antes pulsavam em seus braços, agora não está mais tão amostra sua altura me dar medo, suas tatuagens em seus braços amostra me intimidam, são tão aterrorizadoras, não chego nem na metade do seu peito seus cabelos são completamente melhores que os meus tão bem cuidado me sinto até injustiçada por isso, sinto inveja dos fios loiros que está sobre suas sobrancelhas

– Você acordou ? Está se sentindo bem? – Pergunta ele casualmente com passos lentos em minha direção – Foi aí que meu coração acelerou e entrei em pânico quando o vi tão perto de mim – Por favor não chegue mais perto. – Imploro.

– Está com medo de me?

– O Sr me dá calafrios, eu já falei que eu não fiz mal a ninguém. Porque quer me mata? – Minha voz está tão embargada que minhas palavras saem um pouco emboladas.

– Eu não falei que eu quero te matar.

– Então, o ‘que quer de me?

– Não quero nada com você agora. Eu só quero que você continue bem.

– O ‘Que? O Sr não explicou nada.

– Você me parece com uma garota que conheci no passado.

– E o Sr pretende me colocar no lugar dela?

– Não, você jamais vai substituí-la – Seu tom de voz se altera como se estivesse com raiva das minhas palavras.

– Então… – Fiquei com medo de falar oque estou pensando, na verdade nada nesse momento faz sentido.

– Esqueça as suas perguntas inúteis. Por que não começamos com uma apresentação?

– Fico quieta com sua pergunta, não sei o porquê alguém iria querer saber sobre mim, devo mesmo fazer isso? O ouço Inspira como se estivesse cansado de me esperar falar, então ouço a sua voz sair com um tom calmo novamente.

– Eu sou Pietro Sanches, tenho 23 anos e eu sei que você deve pensar muito mal de mim depois do que viu, mas eu tenho as minhas razões. Assim como sei que você ouviu coisas muito ruins sobre mim.

Quando ele chegar nessa parte eu esqueço que ele é um homem mau e marginal por um breve momento esqueço que ele quase matou alguém na minha frente eu o Interrompo sem pensar e sem medo.

– Sim, aquela velha enrugada. Não quero dizer – limpo a garganta e volto a falar – A Eugênia falou que o Sr não é só um marginal mais também um mafioso que mata pessoas.

– Ah – Foi isso que ela falou? – A sua reação ao ouvir minhas palavras me surpreendeu, ele deveria está com raiva. Nesse momento o vejo sorri de lado. Fico confusa mas então ele abaixa um pouco a cabeça e sussurra. – Como pode ser tão inocente?

– Por que está rindo? O Sr é algum tipo de psicopata?

– E se eu for? Você me parece ser muito curiosa. – Ele levanta a cabeça tão rapidamente e se recompõe tão rápido. Seu sorriso se desfez tão rápido. Ele faz tudo tão rápido que não consigo ler sua linguagem corporal – Fico trêmula quando ouço as suas palavras, mas sinto medo ao ver que ele dá três passos na minha direção – Eu tirei a sua paciência? Eu falei algo de errado? _ Penso

– Eu já falei – Minha voz trava – Por favor não chegue perto.

– Não me chame assim de novo – Ele pausa seus passos, sua voz saiu firme assim como está a sua expressão – Agora se apresente para mim. – Ordena ele.

– Eu sou Isadora, tenho 19 anos e sou órfão é tudo o que sei sobre mim. – Ele me olhou curioso e quando ouviu o meu nome seus os brilham e ele indaga.

– Uau – O seu nome é muito lindo. Posso te chamar de Isa?

– Faço uma careta. – Não, é tão curto.

– Ele bufa. – Então Isa, eu estou curioso sobre algo. – Ele pausa – O ‘Que me deixa ansiosa então solto minha voz bem curiosa.

– O ‘Que?

– O meu pai vai naquele orfanato há anos, apesar de ter me escondido o endereço ele me passou a lista de cada órfão de lá. Mas nunca colocou seu nome, eu me pergunto o por quê?

– Eugênia não me considera como membro de lá, sou uma órfã sem direitos.

– Sem direitos? – Ele arquear as duas sobrancelhas

– De viver lá, de comer, dormir ou qualquer outra coisa.

– Então, você não morar naquele orfanato?

– Moro, eu quero dizer que a Eugênia só me permitiu viver dentro de um porão, ela me trancou no porão desde quando eu cheguei lá.

– Agora eu estou ainda mas curioso, por que aquela idiota fez isso? – Ele me olha seriamente. Esses olhos azuis me intimidam de uma forma penetrante, sinto minhas bochechas ficarem quentes. Ele passar mais de 15 segundos me olhando de uma forma como se estivesse tentando me desvendar. – Vejo seus lábios se abrirem para falar algo. – Inspiro – Me sinto ansiosa de novo.

– Vou ter que sair agora. Já é tarde é melhor você tomar uma ducha enquanto isso. Ele vira-se e anda até a porta, ouço a maçaneta se abrir então reúno forças com esperança dele me soltar.

– Se o Sr me deixar ir eu vou saber me cuidar muito bem sozinha. Ele vira-se seriamente e fala;

_ Eu acho melhor você não pensar na possibilidade de fugir, esse é seu novo lar, aqui tem alguns dos meus moletons. Amanhã eu compro novas roupas, daqui a duas horas vou trazer comida.

_ E quando eu vou poder sair daqui?

_ Você só vai sair desse quarto quando eu colocar grades em todas as portas.

Ele bate a porta, eu tento abri-la mais ele a trancou por fora, deslizo até o chão e me vejo sozinha de novo, no meu passado. Presa de novo, o que eu fiz para merecer isso, já não basta ser órfã? – Inspiro deixando algumas lágrimas rolarem.

Sempre que choro me sinto uma mulher fraca – Passo as mãos pelos meus olhos enxugando minhas lágrimas me levanto e vou tomar uma ducha depois de trinta minutos, me deparo tocando nas roupas de um homem totalmente desconhecido. Seguro seu moletom elevo até o meu nariz e sinto um cheiro leve diferente dos que já sente, mais esse cheiro trás uma lembrança da essência das flores quaresmeira ele usa perfume de flores quaresmeira? Foi oque me perguntei. Porque um homem mau teria cheiro de flores roxas?

Me sentei na cama e esperei o jantar, se passou tanto tempo que apenas queria dormir Só não fiz porque realmente a fome não deixava – Estou com tanta fome – Murmuro baixinho. Escuto o barulho de um molho de chaves na porta – É ele –

– Aqui está o jantar.

– Estava quase desmaiando, Sr.

– Primeiro pare de me chamar de Sr – Ordena ele, colocando a bandeja sobre a bancada perto da cama e eu fico em silêncio sobre o que disse agora. – Ele olha para mim – É aquele olhar de antes tão misterioso – Então ele limpa a garganta e solta uma voz sonolenta.

– O meu moletom ficou muito sexy em você um pouco grande, mas combinou.

– Pare de olhar pra mim – Soa como uma ordem – Mais então lembro-me da cena de hoje pela manhã – Por favor – Sussurro.

Ele desfaz o sorriso e abaixa as vista de me, agora ele está olhando para a janela do quarto.

– Eu vou te dar dez minutos para comer, eu quero te fazer algumas perguntas.

– Ah? – Respiro ofegante – Perguntas? Que tipo perguntas? E se eu não souber responder, o Sr vai me mata?

– Eu já falei para não me chamar de Sr – Ele levanta a voz, mais logo fecha os olhos por um instante – inspira – Me chame apenas de Pietro, a palavra " Senhor " Sair como um insulto da sua boca.

Oque ele quis dizer com isso? Apesar de ser um marginal. Não o impede de ser atraente. – Abaixo a cabeça e minhas palavras saem como um sussurro mas ainda sim chegam em seus ouvidos.

– Desculpe não falarei mais, Pietro. – Ele se vira sem falar uma palavra não consigo ler a sua expressão facial. Por que não olhei para seu rosto ao sair, só escuto a porta bater. Mas ele bateu de leve, então ele não está com raiva.

Pietro

Davi me informou que houve uma tentativa de invasão a minha floresta das sombras, fico preocupado por ter deixado essa garota sozinha, ela pode ter arranjando qualquer forma de fugir. Mas não importa quantas vezes fuja sempre vou a captura, ela se parece tanto com a minha heroína do passado, seus gestos, sua voz. Mas estou ciente que ela já está morta, talvez essa garota seja irmã gêmea dela. Em todas as coincidência que acontece nesse mundo, será que não pode acontecer comigo? Mas seria melhor ter a minha verdadeira garota ao meu lado.

Abro a porta rapidamente, já decorei qual chave é, jogo a chave no meu bolso, empurro a porta – Tive um imprevisto – interrompo minha fala quando a vejo dormindo profundamente – Dava pra ver de longe como você estava cansada. – Penso enquanto me sento na cama.

Agora sim, dá pra ver sua pele claramente tão linda. Os traços da sua face, os seus lábios são muito semelhantes aos dela.

Como me arrependo de ter deixado ela ir sem ao menos ter tentado salvá-la.

– Com licença. – O Sr recebeu uma carta novamente.

– Shhh, falar baixo – Murmuro baixinho saindo do quarto. – Quem mandou uma carta? – Pergunto trancando a porta.

– O Sr não recebe cartas, entretanto o Sr Antônio sempre está mandando seus capangas para lembrá-lo de se casar e ter herdeiros. Esses últimos dias ele está cobrando muito – Ele faz um gesto com o rosto de está preocupado – O ‘Que me preocupa também

– Inspiro chateado – Ah – Porque ele me cobrando tanto, Davi?

– Ele quer que o Sr tenha uma família.

– Família? Ele é o único que se salva dentro da minha família. – Pego a carta – Faço um gesto chamando o novo capanga,

– Patrick – Fique de guarda não saia daqui, se ela precisar de qualquer coisa me acorde imediatamente

– Sim, Sr.

– Ah! Davi, onde está a identidade de Isadora?

– Aqui está, Ela se chama Isadora Barreto – Diz ele me entregando.

– Muito bem, você está dispensado por hoje.

Na manhã seguinte, acordei pensando em como desvendar esse mistério sem ao menos ter a ajuda do meu pai. Como posso mostrar para ele que eu estava certo esse tempo todo? Ah Eugênia – Exclamo – Porque você me escondeu Isadora? Eu já descartei a possibilidade dela ser a garota que me salvou, sendo que ela já está morta – Penso enquanto tomo uma ducha.

Encontrei um dos novatos na cozinha, Percebo que o mesmo leva um susto ao me ver.

– O que estava fazendo, Patrick?

– Nada, Sr – Ele fala com um semblante assustado.

– Isa já acordou?

– Desculpe Sr, mas quem é Isa?

– Isadora.

– Ah sim! – Ele abrir um sorriso por ter lembrado de quem é – Aquela órfã suja de ontem? Eu ouvi um barulho de choro no quarto, era de madrugada.

– Sinto a raiva tomar meu corpo, por vê-lo falar de Isa como se fosse um lixo – Vou até o mesmo e o empurro contra a parede – Não a chame de órfã suja novamente, entendeu?

– Sim, Sr. Pode me soltar agora? Suas mãos agora imploram que eu o solte avisto suas veias pulsarem em seu rosto sua voz sair com muita dificuldade. Eu o solto, ele torce colocando as duas mãos sobre o pescoço.

– Inspiro tentando controlar a minha raiva – Eu mandei você fica de guarda. Porque não me avisou que ela estava chorando?

– Desculpe Sr, eu só pensei que ela seria mais uma das suas vítimas.

– Eu nunca machuquei uma mulher ou homem que seja inocente, eu apenas faço meu trabalho.

– Então, por que pegou ela? Para cuida, que não foi – Ele sorri descaradamente – Vai estuprá-la? Por que se for, dívida ela comigo é isso que os amigos fazem.

– Eu o olho com tanta raiva, eu sabia que esse marginal não prestava, vou até o armário sem dizer uma palavra, pego minha arma e aponto na sua testa.

– Antes de morrer, quero que saiba que Isa vai ser minha futura esposa, e a única coisa que vou dividir é o seus miolos para as aves – Atiro.

Subo para o quarto e antes mesmo de abrir a porta a ouço chorar.

– Porque está chorando?

– Você ainda tem coragem de perguntar?

– Você só precisa se acostumar.

– Me acostumar? A viver trancada ? Passei minha vida inteira dentro de um porão abafado lutando para viver comendo o resto dos outros órfãos. – Ela pausa tentando recuperar sua voz embargada, suas lágrimas faz meu coração doer. – Olho para ela querendo a consolar quando ela completa ainda soluçando.

– Eu sou tão inútil que eu não sirvo para nada, apenas me mate logo.

– É claro que não, eu sei que sua vida foi muito difícil. Mas espere eu conseguir colocar as grades

– Não entende? – Ela Inspira – Eu quero ser livre, ter uma vida normal – Ela corre quando percebe que deixei a porta aberta, eu a alcanço a agarro pela cintura e a prendo contra o meu corpo. Ela se debate contra meu corpo, como uma última tentativa ela dar socos em mim, o ‘que não me machucar.

– Eu poderia muito bem a segura para que não se movesse mais não quero a machucar ela precisa desabafar, eu mereço seu socos.

– Preciso de você, Isa. – Sussurro abaixando minha cabeça.

– Ah _ Grita ela

– O ‘Que pensa que está fazendo? – Vejo Isa cair no chão, tão longe de me olho para a pessoa que está à minha frente.

– Você ficou louco, Otávio? – Como pode tocar na minha mulher? Me vejo socando o Otávio sem dar oportunidade do mesmo revida – Só o vejo sangra e grita.

– Para – Minha atenção é voltada complementarmente para Isa, ela está encolhida com as mãos sobre os ouvidos, seus olhos estão fechando. Eu só consigo voltar no passado. É ela. A minha heroína. Está com medo, mas é de me – Eu me afasto de Otávio, vou rastejando para vê-la de perto.

– Isa, você está bem? – Suas mãos abandonaram seus ouvidos e seus olhos já não se encontram mais fechados, seus olhos estão molhados e vermelhos – Ela soluça tentando dizer algo.

– Me fala logo… oque você quer saber de mim? E deixe-me ir embora. – Eu respiro fundo tentando me recompor. Olho para trás – Sair daqui seu imprestável – Ordena

– Volto meus olhos para ela, suas sobrancelhas estão franzida – Ela soluça novamente na tentativa de dizer algo. Sinto medo que me odeie para sempre.

– Pietro – Meu nome sair como um Sussurro dos seus lábios. É a primeira vez que sinto meu nome ser bonito.

– Pode perguntar oque quiser sobre mim eu responderei tudo.

– Eu já falei que você é minha, eu não vou deixa você ir a lugar nenhum.

– Eu não sou sua e nem de ninguém.

– Não me subestime, se eu não sentisse empatia por você, eu já teria roubado a sua vida. – Eu me levantei e sair batendo a porta com força, está claro que ela me deixou com raiva por ter falado isso.

Já é noite, hoje o dia foi tão exaustivo. – Penso entrando em meu quarto.

Depois de um banho me troco e visto apenas um moletom me sento na cama e olho para inúmeras sacolas que estão à minha frente. Eu nunca me permiti gostar de ninguém.

Trouxe essa garota pra cá apenas para tentar não me sentir mais culpado pela morte da minha heroína? Mas porque Eugênia escondeu Isa?

Eu nunca sinto vontade de machucá-la, mesmo não sabendo se ela é uma pessoa má. Segundo minha intuição ela é apenas uma garota simples e ingênua. – Acordo da minha mente perturbadora com alguém batendo a porta. – Pode entrar.

– Sr, todas as janelas e portas estão com grades.

– Tem certeza que está tudo seguro?

– Sim, Sr.

– Demita Otávio, ele é um incompetente.

– Sim, Sr.

– Era só isso?

– Na verdade, a Sra. Isadora não comeu nenhuma das refeições o dia todo.

– Ela passou o dia sem se alimentar? – Me levanto rapidamente da cama preocupado.

– Sim. _ Afirma ele

– O que ela pensa que está fazendo? Eu preciso dela saudável. – Saio do meu quarto passando por Davi.

– Você está fazendo isso de propósito? – Entro no quarto. – especializo o quarto olho para o Davi – Cadê ela?

– Ela estava aqui.

– Bagunço meus cabelos em sinal de preocupação – Bato na porta do banheiro – Isa? – Isadora? – Vou arrombar a porta se não abrir – Me afasto e chuto bruscamente a porta que se escancarar.

Dou apenas um passo para dentro do banheiro quando a visto no chão perto do boxes, uma das suas mãos está sobre barriga, seus olhos fechados, oque me fazem entrar em pânico – Me ajoelho do seu lado, a balanço – Isa? – Acorda.

– Ela está desmaiada, Sr

– Rápido chame um médico – A levo para cama – Isa, consegui me escutar? – passado 30 minutos finalmente Davi chegar.

– Davi – Aqui está o doutor, Sr.

– Pietro – Por que ela não acorda, doutor?

– Doutor – Me deixe examiná-la primeiro.

O doutor pede licença, espero na sala o que parece uma eternidade. Escuto alguém descendo as escadas.

– Como ela está, doutor?

– Ela está muito fraca, por isso precisa comer no horário certo.

– Eu mesmo cuidarei disso.

– Não é nada grave, bem. – Ele limpa a voz – Ela está com um hematoma na perna, está um pouco roxo.

– Hematoma? Como eu não vi isso antes.

– O Sr só precisa molhar uma toalha em água morna e passar no lugar, daqui há vinte e quatro horas o hematoma sumirá.

– Farei como o doutor manda. – Obrigado – Agradeço com um aperto de mão. – O vejo sair da mansão, quando me viro para subir as escadas, Otávio chega na sala.

– O que está fazendo aqui ainda?

– Eu só vim pegar essa caixa minha, Sr.

– Sabe o ‘que o médico falou sobre Isa?

– Não, Sr

– Você fez um hematoma na perna dela. – Digo alterado.

– Eu devo ter a empurrado muito forte. – Diz ele ironicamente

– Eu dou um sorriso sarcástico pelas suas palavras – Antes de você ir o Davi vai te dar uma lição por ter tocado na minha mulher. – Olho para Davi acenando para o levar.

– Sim, Sr.

– Espera.

– Só o tire ele daqui

Vou até o quarto, avisto Isa debilitada dormindo profundamente, tem uma agulha em seu braço. Seu rosto está pálido, desço novamente para a sala, na espera de Davi. Algumas horas depois o vejo entrar, sua roupa está com um pouco de sangue, eu me levanto – Quantos capangas tem lá fora?

– Tem três em cada porta da mansão.

– Acho que é o bastante, dois dos novos capangas me traíram, espero que da próxima contrate pessoas da sua confiança.

– Foi minha culpa, Sr

– Tudo bem, só tenha cuidado da próxima vez. Tome um banho e vá visitar o meu pai. Diga que irei visitá-lo semana que vem.

– Sim, Sr.

No dia seguinte pela manhã estava fazendo o café, quando o Davi chegou com um grande sorriso no rosto. Ele parece estar feliz hoje.

– Bom dia, Sr.

– Bom dia, parece está de bom humor hoje. – Movo as minhas mãos com a xícara na mão para esfriar um pouco.

– Consegui ter uma boa noite de sono. Aliás – Ele pausa e move um polegar no centímetro dos lábios como se estivesse lembrando de algo. – os quadros e tintas já chegaram.

– Até que enfim essa entrega foi rápida. Primeiro limpe o quarto vazio e coloque tudo lá.

– Sr, desculpe a pergunta, mas desde quando gosta de pintar?

– Eu não falei que era pra me. Isso não é para Isa, só para ela se distrair um pouco.

– Entendi – Diz ele sorrindo novamente.

– Bom, eu vou levar o café da manhã para Isa. – O deixo na cozinha.

Isa? Aqui está o seu café da manhã. Dou um pequeno empurrão com o pé na porta. Ela está acordada, mas fica em silêncio.

– Me deixe ver a sua perna. – coloco a comida sobre a bancada. Tiro o cobertor sobre o corpo dela. Ela me passa um olhar confuso

– O que está fazendo? Seu pervertido. – Murmura ela

– Pervertido? – Eu nem estava pensando nisso. – Bufo

– Pego a toalha – Uau – Inspiro – Olha só para sua coxa, eu pensei que era um pequeno hematoma. – Coloco uma toalha morna sobre sua pele.

– Ah – Ela faz uma careta – está doendo.

– Eu olho em seus olhos – Mais eu nem pressionei minha mão.

– Já é o suficiente.

– Sim, à noite eu volto para passar novamente. – Eu me levanto mais no meio do caminho até a porta me viro – Eu comprei algumas roupas, você pode ver depois e eu só chegarei a noite – Informo me retirando.

Mais populares

Comments

Malu

Malu

N mano, Orfanato Efraim é tão sombrio

2023-04-14

3

Malu

Malu

Essa história está surreal

2023-04-14

0

Malu

Malu

Mds, Pietro cresceu com tudo

2023-04-14

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!