Capítulo cinco

              Saio da pastelaria e encontro Jonathan esperando por mim na noite escura. Eu não contei pra ele sobre o relógio que Paul me deu e nem vou contar. É melhor assim, porque não quero que ele fique com ciúmes nem zangado.

             — Meu amor! — Ele me beija contra a parede da pastelaria do senhor Stocks.

            — Como foi com os seus pais? — Pergunto.

             — Eu falei pra eles sobre você, meu amor. — Ele diz e me dá um selinho demorado.

            — O que foi que eles disseram?

            — Que querem conhecer você. — Ele põe a minha mão na sua e caminhamos juntos.

             — Mas a gente só está namorando há uma semana.

             — Meus pais são impossíveis. Não consegui dizer que tinha que pensar.

            — Eles marcaram a data? — Eu pergunto.

           — Não. Quando você estiver pronta, podemos ir pra lá. O que me diz? — Ele pára para olhar para mim.

             — Claro!

             Continuamos a nossa caminhada até chegar à sua casa. Ele fecha a porta e eu deito no sofá. Jonathan olha para mim como se eu fosse um pedaço de carne.

            — Você é muito sensual, sabia?

             — Eu sei. Agora vem aqui! — Eu o chamo com o meu dedo indicador.

             Jonathan fica por cima de mim e seus lábios apanham os meus. Ele me dá um beijo eletrizante e simultaneamente carinhoso. Eu sabia que meu amor por ele estava crescimento cada vez mais.

                      ****

              Mais uma semana se passou. Eu ainda não estava pronta para conhecer os pais de Jonathan e ele não me pressionava. Conhecer os pais é um passo muito importante num relacionamento. Eu não sabia o que fazer.

           Olho para o céu estrelado. As estrelas estão mais brilhantes do que alguma vez vi. Posso ver constelações facilmente e posso escrever o nome do Jonathan com elas também.

          Meu corpo está deitado na relva enquanto observo as estrelas com um sorriso no rosto. Jonathan está ao meu lado do mesmo jeito. Parecemos uns tolos apaixonados.

          — Eu gostaria de ver um céu desses na Torre Eiffel. — Digo. — Também gostaria de andar de barco. Aqueles enormes das novelas.

            — Sério? E eu gostaria de realizar os seus sonhos. — Ele olha para mim.

           — Eu sei que gostaria.

           Ele senta e me ajuda a sentar também. Seus olhos estão brilhantes e seus lábios entreabertos. Ele segura a minha mão e pressiona contra seu peito esquerdo. Onde seu coração bate fortemente.

            — Você sabe como é importante para mim, Emma? — Ele pergunta.

             — Sei. Você também é importante para mim.

              — Eu sei que você gostaria de uma vida mais luxuosa, andar de jato, de barco, mas eu não tenho como fazer isso. Eu lamento.

            Eu abraço ele. — Eu só quero você, Johnny. Você é melhor que tudo isso.

            — Prometo que vou tentar realizar os seus sonhos. — Ele me beija.

             Eu fico tonta com os seus beijos e começo a sentir calor. Tiro a sua camisa e ajudo a tirar a sua calça também. Jonathan não tira os olhos de mim.

              Suas mãos agarram também o meu vestido e eu fico nua num instante. Eu não podia imaginar que poderia me apaixonar desse jeito por ele.

            Eu só queria dinheiro e luxo, mas confesso que ainda quero isso. Ter milhões de jóias, viajar por todos os lugares num jato privado, andar de limosina, aparecer nas revistas e jornais, aparecer em grandes eventos, conhecer famosos e ter uma ilha só para mim, é o que tanto quero, mas também quero Jonathan. O problema é que ele não tem nada disso. Não sei o que fazer.

            Ele continua a me beijar e sinto sua pele quente chocar contra a minha. Sinto seus braços quentes tocarem o meu corpo e seu corpo amando o meu corpo. É como se fossemos um só.

             Na noite fria, eu apenas sinto o desejo e seu corpo quente me mostrando o que é amor. Sinto o sabor dos seus beijos e o prazer enquanto fazemos amor. Meu coração não podia estar mais feliz.

           Em tão pouco tempo, sinto que pertenço a ele, e ele pertence a mim. Ele é meu e de mais ninguém. Seu amor, seu desejo, é tudo para mim.

                       ****

             Visto o vestido e a jaqueta de Jonathan e ele me mantém junto dele. Estamos sentados, mas estou de costas para ele e ele me abraça mesmo assim. Aconchega o seu queixo no topo da minha cabeça.

               — Você já sabe quando vamos para a casa dos meus pais? — Ele sussurra no meu ouvido.

            — Que tal nesse final de semana? Está bem para você? — Pergunto.

              — Perfeito. Depois eu ligo para eles. — Ele beija o meu cabelo.

             Seus braços estavam me aquecendo, por isso não quis ir para casa. Eu queria ficar com ele a noite toda observando as estrelas. Não queria ouvir minha mãe dizendo para me afastar de Jonathan.

               — Você quer ir para casa? — Ele pergunta.

              — Pra sua casa.

              — Você gosta bastante da minha casa, amor. Porquê será?

             Eu me viro e apoio os braços no seu ombro. — Porque eu posso ficar com você.

            — Quer dizer que você vai dormir comigo?

            Ele está sorrindo. Seu sorriso é incomparável. Amo seu sorriso, seus olhos, tudo. Amo ele.

               Eu aceno afirmando e ele me beija novamente, porém intensamente.

                    ****

             Eu não posso evitar os nervos quando Jonathan abre a porta do carro para mim. Estamos na casa dos pais dele e eu tenho medo que não gostem de mim.

               Felizmente uso um vestido azul oceano Atlântico até ao joelho. Seria péssimo usar roupas curtas.

               Saio do carro e seguro a sua mão. — Nervosa? — Jonathan pergunta.

              — Isso vai passar num instante. Eles vão gostar de mim, não vão? — Olho para ele.

              — Tenho a certeza disso, Emma.

              — Então vamos!

              Jonathan pegou nas chaves e abriu a porta. A casa é pequena, mas bastante agradável. Parece um lugar feliz. Nós entramos e ele fecha a porta.

               — Pai! — Ele chama. — Mãe! Nós chegamos!

               Alguém acelerou os passos. Era a mãe dele. Ela também tem cabelos castanhos, mas castanhos cobreados como os meus, tem olhos verdes como Jonathan e um sorriso lindo. Talvez esteja viajando nos 50 anos.

              — Como você está, filho? — Ela abraça Jonathan.

             — Muito bem, mãe. — Eles olham para mim. — Minha namorada, Emma.

             — Vem cá! — Ela me abraça também. — Sou a Suzeth. Você é muito bonita!

             — Obrigada.

             — Onde está o papai? — Jonathan pergunta.

             — Estou aqui! — Ouvimos. O homem de meia idade com cabelos grisalhos se aproxima e abraça primeiro Jonathan, depois eu.

              — Sou o Leonard. Quem é essa beleza?

              — Sou Emma.

              — Muito prazer. Ouvimos que você faz Jonathan muito feliz.

              — Pára, pai! — Jonathan revirou os olhos com um sorriso no rosto.

            — Vamos nos sentar. Venha, Emma! — Suzeth me levou até o sofá.

             — Mãe, a senhora não precisa ficar grudada na minha namorada. — Jonathan senta ao meu lado.

              Suzeth está segurando meu braço e sorrindo para mim. Eu não pensei que fosse gostar tanto assim de mim.

             — Ela é adorável, Johnny.

             — Muito obrigada. — Eu digo.

             — Fizemos um jantar muito especial. Vocês vão gostar.

             Olho para Jonathan. Suzeth não me larga nem por um segundo. Isso é um pouco desconfortável e estranho. Acho que se a família de Jonathan fosse rica, eu seria recebida por um mordomo, a mãe dele desceria das escadas com saltos altos agulha e o pai dele estaria no estrangeiro cuidando de negócios importantes. Eu estaria numa grande sala, numa grande casa, comendo algo requintado.

             — Claro que vamos gostar, mãe. — Jonathan beija o meu rosto.

             Não sei porquê, mas sinto que não me encaixo aqui. Sinto que isso é muito pouco para mim. Eu devia estar comendo caviar, devia estar em Paris, devia ser uma socialite.

            — Fiz macarrão com queijo. — Suzeth fala. Eu não acredito. Isso é demais.

             Eu amo Jonathan, mas isso é inaceitável. Como eu vou conseguir conviver com essas pessoas? Eu sei que também sou pobre, mas não faria um jantar desses numa noite especial. Como isso é possível?

            Eu tinha medo de enfrentar isso. Tinha medo de saber o quão pobres eles eram? Eu não sei, mas eu quero mais. Quero muito mais. Quero ser tratada como uma rainha!

          — Isso parece delicioso! — Eu tento sorrir. Minha noite acabou.

             Jonathan está feliz por eu conhecer seus pais, mas eu não quero estar mais aqui. Não quero que ele perceba isso, por isso finjo estar gostando de tudo. Acho que é a primeira e última vez que venho jantar nessa casa.

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