Capítulo quatro

             Três dias passaram e Jonathan vem sempre tomar o café aqui na pastelaria do senhor Stocks, mas depois me acompanha até casa. Falta apenas algumas horas para o nosso segundo encontro e eu estou contando os segundos. Quem diria que eu me apaixonaria por esse idiota lindo?

            Coloco omeletes na mesa de Jonathan e ele sorri para mim. Eu também não posso evitar sorrir. Seu sorriso além de ser lindo, é contagiante.

                — Obrigado. — Ele diz e eu me afasto.

                Susan e Jeremy fazem aqueles olhares que eu odeio. Eles conseguem me tirar do sério. Eu me aproximo e faço uma carranca para eles.

               — Você notou que ele é o seu cliente VIP? — Jeremy pergunta. — Ele só aceita ser atendido por você. E você gosta disso!

               Olho para Jonathan saboreando sua comida. — Talvez tenha alguma coisa entre a gente. — Confesso.

               — A gente sempre soube! Era impossível você resistir. Ele vem aqui por sua causa. — Susan cruza os braços.

               — Eu sei. — Olho para Susan.

               — Pede ele em namoro garota! O que você está esperando?

               — Ele já fez isso, e eu estou pensando. Nós vamos sair hoje novamente. — Vou para a cozinha e eles me seguem.

                   — Diga que sim! — Susan sorri como se estivesse apaixonada. — Se você negar, eu arranco seus dentes e corto todo seu cabelo. Depois quebro seus ossos.

             — Jonathan está mesmo apaixonado por você, Emma. — Acrescenta Jeremy. — Não deixe essa oportunidade passar.

                — Não sei porquê eu abri a minha boca. Vocês são insuportáveis! — Eu falo alto.

               — Você ama a gente! — Susan aperta as minhas bochechas e eu me afasto, mas Jeremy me apanha com um abraço bastante apertado.

                 — Emma está apaixonada pelo Johnny! Emma está apaixonada pelo Johnny! — Susan se junta ao abraço e canta ao mesmo tempo que Jeremy. — Emma está apaixonada pelo Johnny! Emma está apaixonada pelo Johnny!

               Eu rio. — Parem! Vocês são loucos! Estamos trabalhando!

               Eles me largam e voltam ao trabalho. Eu vou ver se Jonathan precisa de alguma coisa, mas sou quem precisa. Preciso dele.

             — Você precisa de mais alguma coisa Jonathan? — Pergunto.

                — Eu estou bem.

                Vou atender outros clientes. Jonathan continua olhando para mim e eu tento me concentrar no trabalho para não ouvir senhor Stocks gritando comigo, mas é quase impossível.

                     ****

              Desta vez não é como no meu primeiro encontro com Jonathan. Eu me arrumo com vontade porque quero impressionar ele. Visto um vestido vermelho e faço um coque. Como não tenho muitos sapatos, uso o mesmo que usei no nosso primeiro encontro.

              Não preciso de opinião para saber que estou deslumbrante. Jonathan vai ficar babando.

                Desço os degraus enquanto verifico mentalmente se não estou esquecendo de nada. Pela primeira vez, minha mãe está em casa fazendo o jantar. Ela olha para mim quando desço e deixar cair uma colher.

                — Por favor, me diga que vai sair com um milionário! — Ela diz cruzando os dedos.

                — Não! Eu vou sair com o garçom do restaurante Bona Petit! — Digo com um sorriso.

               — E onde você pensa que isso vai te levar? — Ela põe a mão na cintura.

             — Depois eu descubro. Qual é o problema? Ele é incrível! — Digo.

               — Você não está cansada dessa vida? O que se passa com você? Emma, você devia pensar melhor sobre isso.

               — A senhora pode, por favor, me deixar viver a minha vida? Sou eu quem decide sobre a minha vida!

              — Eu sei que você não vai namorar esse menino. Você quer aqueles ricaços dos filmes e quando ele aparecer, vamos poder sair desse fim de mundo.

                Não discordo que esse lugar seja um fim do mundo, mas eu estou gostando do Jonathan de verdade. Não sei o que está acontecendo comigo. Eu devia procurar um milionário, mas estou saindo com Jonathan.

              — Estou indo, mãe!

              Eu caminho até a porta e abro. Encontro Jonathan com o dedo pronto para tocar a campainha e sorrio para ele. Ele mostra um buquê de rosas vermelhas para mim.

              — Eu paguei isso. Minha mãe não foi indulgente no preço. — Ele diz e eu fecho a porta atrás de mim.

              — Eu aprecio o seu gesto. — Recebo as rosas e beijo o seu rosto.

              — Obrigado. Vamos?

              Ele abre a porta do carro para eu entrar e entra depois. Ponho as flores no banco traseiro e viro para olhar a figura masculina mais linda que eu já vi pessoalmente.

             Se dissesse que é o homem mais lindo que eu já vi, não seria verdade. Os atores e modelos que aparecem na TV e nas revistas são lindos!

              — Você está linda! — Ele fala olhando para a estrada.

              — Eu sabia que ia conseguir impressionar você.

              — Conseguiu mesmo.

              — Então aonde a gente vai?

              — Você tem uma ideia melhor que o último restaurante? — Ele pergunta.

               — Não me importo. — Olho para a estrada.

               Hoje eu só quero saber da gente. Estou muito animada por sair de novo com ele que nem me importo onde. Amar alguém nos torna melhores pessoas. Até parece mentira que conheço ele em tão pouco tempo.

                — Onde seus pais vivem? — Pergunto.

                — Há dois quarteirões. Eles são pasteleiros e também são alfaiates.

               — Oh.

               — Sua mãe e sua tia? — Ele pergunta.

               — Gastam meu dinheiro. Elas saem à noite todos os dias. Dizem que trabalham. Eu não sei onde.

               — Você faz tudo sozinha. — Isso não é uma pergunta.

              — Você terminou o médio?

              — Sim. Parei para seguir meu sonho. Sempre quis ser um grande cozinheiro, mas isso foi tudo o que consegui. O chefe não quer saber se minha comida é deliciosa. Só quer que eu limpe as mesas.

                 — Uau!

                 — Eu sei. É um pouco doloroso.

                 — Eu não terminei. Você sabe! Falta de meios financeiros.

                 — O que você sempre quis ser?

                — Sinceramente, eu não sei.

                Ele agarra uma das minhas mãos. — Você acha que desistir é a melhor opção?

                — Quando é preciso. — Aperto a sua mão e ele continua até o caminho do restaurante.

                      ****

               Conversamos mais sobre a nossa vida durante o jantar. Jonathan fala sobre a sua infância e sua adolescência, os melhores momentos de sua vida e guardo cada informação preciosa dele.

                 No caminho para casa, nós falamos sobre mim, mas depois ficamos em silêncio. Mesmo que tivéssemos dito tanta coisa ainda havia muito para dizer.

                  — Vamos para a sua casa ou a minha? — Ele pergunta.

                 — Visto que minha mãe está em casa, é melhor ir para a sua. — Digo.

               — Claro!  

                Nós chegamos na sua casa em pouco tempo. Desçemos do carro e faço o impossível para não deixar ele abrir a porta para mim. Ele tira as chaves do bolso para abrir a porta de madeira escura e entramos.

                Analiso todos os cantos do interior da sua casa. É uma casa pequena e também é velha, porém muito melhor que a nossa. Eu viro para olhar para Jonathan. Seus olhos verdes me avaliam por toda a parte.

               — Essa é a minha casa. Quer uma visita guiada? — Pergunta.

              Dou um passo a sua frente. — Mais tarde.

             Ele dá mais um passo e se abaixa. — Você está pronta para me dizer?

              Eu encontro a sua boca com a minha e tiro a sua jaqueta fora dos seus ombros largos. Ele me levanta, me leva para o seu quarto e me deita na sua cama.

                Jonathan tira o meu vestido e depois a sua roupa e volta a me beijar apaixonadamente. Em tão pouco tempo, estou hipnotizada com seus beijos e quero continuar assim. É um sentimento incrível.

           Ele passa a mão pelo meu rosto, passa a mão pelo meu cabelo e beija cada parte do meu corpo.

Sinto arrepios e fecho os olhos para aproveitar cada sensação que ele proporciona. Ele é muito bom nisso. Só de pensar que se eu rejeitar ele, uma vadia qualquer pode estar nos seus braços é um pouco doloroso para mim.

             Seus beijos me enlouquecem, seu toque dá cabo do meu sistema e o jeito que ele faz amor comigo: tão quente e apaixonado, romântico e sensual, carinhoso e astuto, me deixa ainda mais apaixonada.

                        ****

             Abro os olhos e sinto calor. Meu corpo está todo coberto por um lençol branco e sinto os pêlos de Jonathan nas minhas costas. Eu viro e olho para ele.

                 Ele passa a mão pelo meu braço e beija minha testa. Seus olhos estão escuros e tenho a visão do seu corpo sem roupa. Mordo o lábio para não sorrir.

                — O que tem tanta graça? — Ele também sorri.

                — Eu posso chamar você de Johnny?

                — Me chama do que quiser. Eu posso chamar você de amor? — Ele arqueia uma sobrancelha.

               — Para isso você tem de me pedir em namoro de novo. — Sorrio.

               — Tudo bem. — Ele segura a minha mão. — Emma, você quer namorar comigo?

               — Eu aceito Johnny!

                Ele sorri e me beija tão profundamente que eu acho que vou sufocar. Eu rio quando ele me solta. Estou muito feliz!

             — Minha mãe deve estar preocupada!

               — Fica mais um pouco! Só um pouquinho! — Ele beija o meu rosto.

          — Eu fico.

          — Eu sei que você fica.

            Ele fica por cima de mim e me beija novamente. Ele é tão carinhoso e cuidadoso comigo, que faz o meu coração bater apaixonadamente.

                     ****

            Tiro o segundo tabuleiro de biscoitos de amêndoas do forno e coloco o outro. Fecho o forno e vejo a minha tia tirando um biscoito para comer.

            — Você não existe, Agatha! — Reviro os olhos.

            — Você também não. Passou a noite com um garçom. Você sabe que está cavando um buraco no fundo do poço?

             — Porquê você não procura o seu ex milionário? Ah! Espera aí! Ele prefere novinhas! — Provoco.

               — Você me paga sua bastarda! — Ela fica muito irritada.

              A campainha toca.

              Eu vou abrir mesmo que minha mãe esteja sentada no sofá com as pernas cruzadas. Não pode ser Jonathan porque ele me disse que vai visitar seus pais. Então quem é?

               Ao abrir a porta, Paul aparece. Pulôver azul pálido e calças jeans é o que ele está vestindo. Tão lindo e... tão rico! Como ele me encontrou?

               — Paul? Como você me encontrou? — Pergunto.

               Ele entra e fecho a porta. Minha mãe sorri e seu sorriso ocupa todo o seu rosto. Ela gostou do belo milionário.

                — Quem é o seu amigo Emma? — Ela pergunta se aproximando dele.

             — Esse é o Paul. Paul, essa é a minha mão. Linda Olson.

              — Muito prazer! — Ele sorri com todos os dentes brancos.

                — Você quer alguma coisa? — Minha mãe pergunta. — Sinta-se em casa, por favor!

                — Eu não vou demorar. Só queria dar isso para a Emma. — Ele me entrega uma pequena sacola da Cartier. — Eu vi e achei que você ia gostar.

                — Não sei o que dizer! Muito obrigada! — Sorrio. Cartier? Meus Deus!

                — Não precisa agradecer. — Ele beija a minha mão e depois da minha mãe. — Até mais, encantadoras senhoras! — Ele diz e se retira, mas o cheiro do seu perfume prevalece.

                — Cartier! — Eu grito e abro para ver o que é. Um relógio preto lindo. — Não acredito!

                — Eu sabia que você estava atrás de um milionário. É assim mesmo, filhinha! — Ela me abraça.

               O que eu vou fazer com esse presente? Jonathan não vai gostar nada disso.

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