Capítulo 2

Rosália, depois do trabalho de voluntária, seguiu o conselho de sua irmã, Lurdes, saiu para passear, mas, não ficou muito tempo, ela retornou a casa, refletiu sobre o ocorrido pela manhã e decidiu contar a verdade para Abel, sobre o pai. A hora passou e nada de Abel chegar, já de noite, Rosália decidiu jantar, depois ligou para irmã e perguntou sobre as crianças:

—Alô!

— Boa noite, Lurdes, sou eu, já estou ligando! Desculpe, só liguei para saber das crianças, eles estão dando trabalho?

— Imagina, estão todos assistindo filme, Kevin fez pipoca para eles, logo mais, irei colocá-los para dormir. Aproveitando, venha almoçar conosco, amanhã, Kevin irá fazer feijoada, que as crianças, adoram.

— Eles amam a feijoada do tio! Quer que vou cedo, ajudá-la?

— Negativo, aproveita e descanse. Você já falou com Abel?

— Decidi contar a verdade, estou muito ansiosa, ele ainda não chegou, ligo no celular dele e só da caixa postal. Isso está deixando-me, aflita.

— Calma, não fique nervosa antes do tempo, não sabemos o estado, que Abel irá chegar. Fique tranquila, vai dar tudo certo!

— Tudo bem, obrigada por tudo, te amo! Dê uma boa noite, nas crianças, por mim.

— Se cuida, também amamos você!

Rosália esperou, Abel na sala e acabou pegando no sono. No dia seguinte, bem cedo, Rosália preparou o café, foi até o quarto de Abel e notou que ele, não dormiu em casa, deu um suspiro de preocupação e indagou:

— Aonde, esse menino está?

Rosália se preparou para sair, Abel chegou embriagado, ela percebeu, que ele não estava em condições de ter uma conversa e desistiu de contar a verdade. Ela respirou fundo, manteve a calma, sentiu pena pelo estado que o filho se encontrava e preparou-lhe um café.

Abel, mal conseguiu andar e deitou no sofá, Rosália, chamou-o:

— Abel, levanta e tome um café, vai te ajudar, aliviar um pouco a dor de cabeça:

— Caramba! Minha cabeça, está girando. — Riu Abel.

— Como você conseguiu, chegar até aqui?

— Paulinho, me trouxe. Aí, minha cabeça!

— Venha, vou te levar até a cama.

— Aonde estão, os monstrinhos?

— Eles estão, na casa da sua tia Lurdes. Estão passando, uns dias, lá. Escuta filho, — Tentou, Rosália, falar com Abel. — hoje é o jogo de futebol, do seu irmão Kael, é muito importante, que você esteja, lá, lembra que você prometeu para ele, que iria, assisti-lo?

— O jogo? Eu tinha me esquecido e que hora será esse jogo?

— Três da tarde. Estou indo agora, ajudar sua tia. Ela, nos chamou para almoçar, se possível, vá para o almoço, se não, pelo menos tente ir, para assistir ao jogo, vai para dar apoio ao seu irmão, ele te admira muito, é o mínimo que você pode fazer por ele.

— Irei agora. — Abel tentou levantar novamente e caiu.

— Nesse estado? Não mesmo! Durma e se recomponha, quando se sentir melhor, você vem.

Abel retornou para cama, sentiu forte dor de cabeça e dormiu. Rosália foi para casa de Lurdes.

Osvaldo e Raul estavam na colônia espiritual, receberam mensagem, da esfera evolutiva, chamado Sete Sopros:

— Queridos irmãos, aqui presente, agradecemos o benefício e a oportunidade, dessa dádiva acolhedora, deste lar! — Cortejou a senhora ministra Elisa. — Osvaldo, Raul, conforme já orientados aos senhores, infelizmente os caminhos ,não obtiveram mudanças de percurso, estejam preparados! Na próxima semana, os senhores devem acolher dois espíritos, que virão por meio da imprudência, causada por eles mesmos, ao desencarne.

Raul, diga-me, o senhor está preparado?

— Sim, senhora ministra. Estou me esforçando, embora, não tenha tido muito progresso!

— O Senhor é um exemplo de resignação, Raul e tem tido progressos, que são para poucos, mas, logo estará pronto, para ser um espírito livre, sem penitências. Lembre-se do motivo que lhe trouxe até aqui, assim, não cairá no desânimo!

— Com certeza, senhora ministra, não quero perder, a oportunidade e a confiança que depositaram em mim. Isso devo, ao querido professor, o senhor Osvaldo, desde que me resgatou do Umbral e acolheu-me aqui na colônia, têm sido um irmão, um amigo do qual compartilho minhas vitórias. Tenho aprendido muito! Graças a Osvaldo, estou aqui, por encorajar-me a tentar ajudar as almas, que um dia os feri, fruto da minha ignorância.

— Pois bem, meu caro amigo, vivenciei muito na esfera umbrosa a ofício e assimilo, que o despertar, está florescendo naquele âmbito, posso sentir com bom ânimo, que brevemente aquele lugar, se tornará um campo de luz, beneficiadora para todos!

Raul, não se apegue ao passado, os erros são lições e aproveite o agora! Terá muitas oportunidades de resgatar débitos, nessa missão. — Encorajou, Osvaldo, mais uma vez a Raul. — Carecemos de unirmos agora e confiaremos na intervenção Divina!

— Osvaldo, provindo da esfera evolutiva, não há o que afligir-se. Oremos e fazemos o nosso melhor! — Orientou a senhora ministra Elisa.

— A senhora dispõe de uma sapiência, notável! Entretanto, expomos auxiliar Abel, de forma constrita? Pressupõe, Raul.

— Raul, Abel converteu-se numa consciência  desastrosa, apesar de que esteja no estágio de processo evolutivo, o senhor compreenderá melhor, em uma observância construtiva, em relação, a conduta moral, o apego materialista , os vícios, o comportamento rebelde, o mau compreendimento a respeito sobre Rosália, que ele mesmo criou! Fez que buscasse coisas mundanas para o alívio, das suas próprias frustrações, todos esses elementos, criaram um vulcão, prestes a explodir. Antes de sentencia-lo, por tal insanidade, temos que colocar na balança, todas as condições da criatura, mas, o peso sobre a consciência, é catastrófica!

Em pensar que a criatura busca uma felicidade falsa, um alívio passageiro, que poderá tornar-se um vício futuro, sem sequer medir as relutância! É um convite sem aviso para o abismo. Depois, ali o espírito desperta, preso no seu subconsciente e sofre! Por não compreender e muitas vezes, por não aceitar as condições, que ali se encontra e vivência o confinamento do orgulho.

O nosso trabalho nesses lugares, é de muita fé, perseverança e paciência, pois, há criaturas, que permanecem nesse estágio de paralisia e não conseguem sair e ficam por anos, décadas, milênios.

Sobre sua questão, devemos deixar Abel encontrar seu próprio caminho. Às vezes é preciso, caminhos difíceis, para que a criatura, possa despertar, reconhecer a si e buscar um auxílio benéfico para sua própria evolução!

— Pobre menino! Embora possamos ter em nossa visão, a compreensão do abandono, está a iludir-se com todas essas coisas, Abel é uma presa fácil e distraído, no calor das emoções, acaba sempre por escolher de forma errada, a resolver seus conflitos e por mais que tentemos ajudá-lo, suas vibrações negativas, falam por si só e não podemos infringir a lei do livre arbítrio. O esforço que Rosália fez em disciplina-lo, não foram o suficiente para apagar no íntimo, o seu errante das encarnações passadas.

Raul, iremos agora trabalhar na esfera umbrosa, para o auxílio de nossos irmãos e voltaremos a Terra, no dia combinado, os sinais foram dados a ele, agora é esperar pelo seu despertar!

Osvaldo e Raul, se despediram da ministra Elisa e partiram para colônia inferior. Na terra, Abel acordou, olhou para o relógio e percebeu que estava atrasado, para assistir ao jogo do seu irmão Kael, vestiu-se rapidamente e foi ao encontro da sua mãe. O jogo já começou:

— Olá! Mãe.

— Filho, que bom que você veio, tarde mais chegou!

— Sim, mas, não pretendo ficar muito, irei sair com meus amigos.

— Abel, ontem você ficou, o dia todo fora! Será que pelo menos, pode ficar conosco, hoje?

A conversa foi interrompida pela animada tia de Abel:

— Não estou acreditando, no que meus olhos estão vendo, acho que vou parar de beber, estou tendo uma miragem!

— Lurdes, por favor! — Disse Rosália sem jeito, com medo de que Abel, tomasse isso como ofensa.

— Ah, qual é? Foi só uma brincadeira, venha cá, deixa eu te dar um abraço.

— Onde está o Kevin? — Perguntou Abel.

— Está pegando refrigerante para as crianças e o que você tem feito? Você não participa mais nada conosco, o que está acontecendo, Abel?

— Lurdes, isso não é hora! — Repreendeu novamente Rosália a sua irmã.

— Aí me desculpe, só estou tentando ter uma conversa, com meu sobrinho ingrato!

— Aconteceu tia, que cresci e tomei rumo na minha própria vida! Você deve também, fazer o mesmo.

— Abel, por favor, respeite a sua tia.

Lurdes ficou paralisada e perplexa com a resposta de Abel, que logo o clima se quebrou, com o gol de kael, que ficou feliz ao ver Abel e correu para abraça-lo.

— Abel! Você viu o gol que fiz? Esse foi para você!

— Esse é meu monstrinho, estou muito orgulhoso!

Carlinhos chegou com Kevin e ficou feliz em ver Abel.

— Babel! Estou com saudades de você! Não gosta mais de mim? Você não brinca mais comigo.

— Claro que gosto! É que estou trabalhando muito, ser um artista não é fácil sabia? Depois do jogo, vamos tomar sorvete!

— Oba! Vou querer de chocolate.

O jogo terminou e Rosália se despediu da irmã, disse a ela que levará as crianças mais tarde na casa dela.

O clima esteve estremecido entre Lurdes e Abel, mas, ela chamou-o para jantar e ele aceitou. Lurdes soube que Abel escondeu algo muito importante de sua mãe e pretende, desmascara-lo no jantar.

Abel levou as crianças para sorveteria:

— Obrigada filho, por ficar conosco e trazer as crianças, para tomarem sorvete! Eles sentem muito a sua falta.

— É, eu já sei! A senhora me lembra, toda vez que me vê! Não pretendo ficar muito tempo, como já havia mencionado, tenho um compromisso com o pessoal, será rápido e depois irei ao jantar.

— Seus amigos, são mais importantes do que sua família, não é? Pelo menos pode me levar na casa da sua tia? Espero que vá ao jantar e seja gentil com sua tia, não foi nada legal, a maneira como que você falou com ela, hoje!

— Ela que começou, a senhora, viu!

— Não seja grosseiro! Ela sempre nos ajudou, está  sempre preocupada e disposta ajudar! O que há com você, para estar tão irritado?

— Não há nada, vocês que me perturbam, caramba! Posso tomar um sorvete em paz com os meus irmãos? Será que até aqui, vai querer brigar?

— Está bem, desculpe, não quero estragar esse momento, irei pegar mais sorvete, para as crianças.

— Então vamos, estou com pressa! Só estou indo nesse jantar, para depois, você não ficar me perturbando, só por isso!

As crianças terminaram os seus sorvetes, depois Abel, os deixou com sua mãe, na casa de Lurdes e foi ao encontro dos seus amigos. Lurdes chamou, Rosália para conversar:

— Rosália, sente aqui minha irmã. Estou farta de ver como Abel, te trata, como não fosse nada, na vida dele.

— Eu não tenho mais controle sobre ele, não posso intervir na vida dele.

— Ah! O quê? Pare aí, estamos falando do seu filho e você tem o direito, de que pelo menos, ele te respeite, não posso deixar, que ele faça isso com você.

— Fazer, isso o quê?

— É, imaginei que ele não tivesse contado, para você.

— Contado sobre o quê? Você está me assustando.

— Sobre isso.

Rosália pegou o jornal e viu a matéria sobre seu filho Abel.

“Grande sucesso, Abel Fernandes é a promessa no mundo da música, seu primeiro álbum, será lançado na próxima semana, sexta-feira, dia quinze, às vinte uma hora, artistas famosos estarão presente, para prestigiar o evento, com uma magnífica festa, no Royalty Palace”.

— Mas, ele nunca me mencionou sobre isso, quando foi que publicaram? Vou perguntar a ele, é um absurdo!

— Não! Você, não irá perguntar nada.

— Como assim, não perguntar? Lurdes, ele não me falou e nem convidou a mim e seus irmãos, que somos sua família, como ele pôde fazer uma coisa dessas? É inadmissível!

— Exatamente, por isso que o convidei para esse jantar, quero ver até onde vai à cara deslavada dele, você ira, com ou sem convite.

— Eu não sei! Ele ficará furioso.

— Com quem? Você que é a mãe dele? Se ele tiver um pouco de vergonha na cara… eu, não sei como você tolera isso minha irmã, de verdade! Bom, vamos fazer o jantar e espero que ele venha mesmo!

O jantar já foi servido, Abel atrasou-se e Rosália o repreendeu,  por ter chego tarde:

— Não estou acreditando, que você está chegando a essa hora?

— Mãe, não começa, já estou aqui!

— Não levanta a voz para mim, sente-se e comprimente seu tio e tia.

— Boa noite Kevin.

— Boa noite, Abel! Estou aqui também! O jantar acabou, mas, vou servir um prato de comida para você, seu tio vai colocar um filme para as crianças assistirem.

Então, Abel, como anda seu projeto de ser músico? — Olhares entre Lurdes e Rosália aguardaram a resposta de Abel.

— Vai bem! Tenho tido, muito trabalho, com a gravadora.

— E você por acaso, já gravou algum álbum?

— Ainda não, estão definindo datas. — Explicou meio sem graça e Abel tentou desconversar, mas, sua tia insistiu:

— É uma pena, mas, nos conte, se tiver novidades, quem sabe um “show”, iremos adorar ir, para dar aquele apoio, não é mesmo, Rosália?

— Sim, somo uma família e pode contar conosco, filho!

Kevin sentou-se, novamente para conversa e Lurdes tentou mais uma vez, não se conformou, com o cinismo de Abel:

— Abel, estou olhando em teus olhos, você não está escondendo nada, não?

— O que eu poderia, esconder?

— Sei lá, você ultimamente está sempre saindo, mau passa o tempo conosco, com sua família, sua mãe tem carregado tudo sozinha e penso que você poderia ajudá-la mais vezes, não acha?

Nervoso, Abel largou o garfo e se levantou e disse a sua tia:

— Sobre o que faço, não é da sua conta e de ninguém! Você precisa para de cuidar da minha vida, não acha? Talvez você precise, deita-se mais na cama com o Kevin, assim quem sabe, você dá um filho que tanto o tio Kevin espera e deixe de cuidar da minha vida! — Riu, Abel, irônico.

Kevin levantou irado e deu um tapa na cara de Abel e segurou-o pela blusa, nervoso:

— Respeite sua tia, seu moleque! Eu deveria te dar uma surra, que lhe faltou, quando você era criança, quem sabe, não se tornaria esse idiota que é agora! — Os dois começaram abrigar.

— Acalmasse rapazes, por favor. — Rosália tentou separar a briga. — Abel, por Deus! Está fora de si!

Abel saiu, furioso e Rosália foi atrás, tentando acalmá-lo;

— Abel, espere, aonde você vai?

— Me deixe mãe, parece que virei um saco de pancada. Vou aonde às pessoas realmente gostam de mim!

— Não fale assim meu filho, nós, amamos você e nos preocupamos, por favor, volte lá e peça desculpa a sua tia. Sabe que ela sofre, por não conseguir, engravidar!

— Quero que vocês se danem! Estou de saco cheio, de quererem mandar na minha vida! Que droga! Não me peça para ficar, estou caindo fora!

Abel foi embora e deixou sua mãe preocupada. No retorno, Rosália encontrou Lurdes chorando, Kevin amparou-a:

— Te devo desculpa, Rosália, fiquei cego, quando Abel falou daquela maneira, não deveria ter ido tão longe, com isso! Vou procurá-lo, falar com ele e trago-o de volta!

— Tudo bem! Fique em paz, eu que devo desculpa! Sinto-me envergonhada! Minha irmã, perdão! Vai ficar tudo bem, não chore!

Abel acabou bebendo e chamou Amanda, uma garota que ele estava saindo, já algum tempo, levou-a para o hotel Palace, querendo impressiona-la, ele ofereceu champanhe e a levou para o quarto, os dois se beijaram, Amanda sentiu Abel agressivo e o questionou-o:

— Nossa amor, que houve? Aconteceu algo, para você está assim?

— Não é nada!

O celular de Abel tocou, era sua mãe, ele se recusou, atende-la e desligou.

Amanda questionou, sobre o relacionamento entre eles:

— Abel, há dias que tento falar com você e não atende as minhas ligações, nem retorna as minhas mensagens, o que está havendo?

— Nada! — Risos de Abel, deixou Amanda sem entender. — Só ando com problemas familiares e logo, farei minha primeira apresentação!

— Sim, vi sua foto nos jornais e revistas e então você vai me levar nessa festa? Terá muita gente famosa! Eu preciso de um vestido novo, já que serei sua companhia e devo estar à altura das famosas!

Abel caiu na gargalhada:

— Amanda, meu amor, quem disse que você foi convidada? — Disse, Abel rindo.

— O quê? Como assim, Abel, por favor, diz que isso é brincadeira.

— Não, não é brincadeira, Amanda, estou falando sério!

— Como você pôde fazer isso comigo? Que sou, a sua namorada!

— Não viaja Amanda, eu não sou nada seu, só saímos algumas vezes e outra, lá é um lugar de trabalho, estou indo divulgar e não para ficar de passeios de mãos dadas. É bem melhor que eu chegue sozinho, assim, ás fãs ficaram mais contentes, elas não gostam de rivais.

— Quer saber, vai se ferrar! Quando você estiver na ruína e você vai estar, não venha me procurar, vou embora!

— Paguei caro essa porcaria, Amanda, fica pelo menos, essa noite?

— Porque você não liga, para alguma de suas fãs?

Amanda saiu, brava até o elevador, ela já estava para entrar, quando Abel apareceu e segurou as portas, para não fechar e a beijou, fazendo que ela entrasse no quarto, novamente, os dois acabaram dormindo juntos.

Na madrugada, o celular de Abel tocou novamente e ele atendeu dessa vez:

— O que a senhora quer?

— Filho desculpe! Por favor, não desligue.

— Mãe? São quatro e quarenta da manhã!

— Abel, desculpe estar ligando, essa hora, mas, é Carlinhos, está queimando de febre, o carro do seu tio quebrou, por tudo que é mais sagrado, venha nos buscar! Preciso levar Carlinhos, urgente para o hospital!

— Está bem!

— Quem é amor?

— É minha mãe.

— Caramba, é essa hora?

— Droga! Tenho que ir, você pode ficar, vou deixar tudo pago.

— Beijo, não esqueça de mim! Veremos, mais tarde?

— Talvez!

Abel levou, Carlinhos para o hospital, ele esperou no corredor apreensivo, sua mãe depois, veio para dar a notícia:

— Como está Carlinhos?

— Está melhor agora, ficará em observação, ele quer falar com você.

— E maninho, como você está?

— Babel! Estou com medo.

— Não, não chore, estou aqui com você!

— Quero ir para casa.

— Logo poderá ir, se comportar bem, eu te levo para comer lanche, combinado?

— Combinado!

— Você vai mostrar, que é um rapazinho forte?

— Sim, eu te amo!

— Também te amo, vou sair, a mamãe ficará aqui com você.

— Abel! Ficarei com ele, se quiser, vá para casa descansar, depois eu te ligo.

— Tudo bem, depois você me liga, tchau.

Logo mais tarde,  Abel buscou Carlinhos, o levou de volta para casa, com seus irmãos, passaram um tempo juntos e se divertiram. A harmonia, pareceu ter restaurado novamente no lar. A tão esperada sexta-feira para festa de lançamento, chegou, Rosália levou as crianças para casa da sua irmã Lurdes e saiu para trabalhar, Abel está dormindo.

O mentor de Abel chegou com Osvaldo, na residência de Abel.

— Bem-vindo Raul, como combinamos, vamos nos preparar!

— Uma pena, fiquei mentalizando, tentando emanar energia, para que Abel pudesse receber, alguma mensagem, mais os esforços foram em vão!

— Quando o espírito está voltado à carne, é mais difícil receber qualquer conexão espiritual, ainda mais se tratando de que ele, perdeu o hábito de orar e vigiar a si mesmo, cada vez mais se afastando da espiritualidade. Pode-se verificar, que não é fácil dar auxílio aos encarnados.

Vamos até o local combinado, fazer a preparação, o evento sucederá amanhã de madrugada, é bom, nos apressarmos!

— Sim Osvaldo, não é fácil, vê-lo se perdendo dessa maneira, sem sentir-me culpado! Imaginar o sofrimento dessa mulher!

— Não se deixe levar pelas emoções, tudo é um aprendizado benéfico para nós, Raul, tranquilize-se, tudo sairá de acordo com o plano Deus, confie!

Mais tarde, Rosália retornou do trabalho e encontrou, Abel se arrumando:

— Boa noite, aonde você vai, todo arrumado desse jeito? Deixa-me, arrumar sua gravata!

— Estou indo à festa de lançamento, do meu novo disco, vai ser hoje! Nem estou acreditando.

— Mas, eu não sei se vai dar tempo, tenho que buscar as crianças, na sua tia e nem roupa tenho.

— Olha mãe, estou atrasado, preciso ir.

— Bem, tentarei ir, claro se você quiser.

Abel desconversou e saiu rapidamente:

— Legal te vejo, lá, vou indo beijos.

Abel foi à festa de lançamento encontrou Ricardo, Rosália tentou-se apressar, para buscar os filhos na casa da irmã. Quando chegou, pediu ajuda a Lurdes, que fez o cabelo e ajudou com as crianças. Rosália comentou a irmã que andou sentindo um presságio, tendo sensações ruins:

— Estou muito preocupada com Abel, eu não sei, estou feliz por ele, mas, ele anda muito sem juízo e temo, que algo possa acontecer com ele.

— Rosália, preste atenção, você se preocupa demais com ele, você tem que viver a sua vida, só quero ver a cara dele, quando você chegar lá, onde já se viu!

— Você tem razão, preciso tentar ser menos preocupada, a vontade que tenho é de chegar lá e dar umas chineladas. — As duas caíram na risada.

Rosália se apressou e chegou à festa de lançamento do seu filho. A festa já havia começado, Abel foi cercado de fotógrafos e algumas fãs pediram autógrafo, isso fez com que Abel ficasse maravilhado. Ricardo o acompanhou.

Abel foi chamado para subir no palco, ele agradeceu a todos os presentes, sua mãe chegou e ela acenou para ele, mas, ele fingiu, não a ver e sentiu um pouco de vergonha por ela ter estado, tão simples.

Ao término do discurso, Abel desceu, cumprimentou os convidados e a imprensa. Rosália se aproximou e tentou falar com ele, porém, Abel, cada vez, se distanciou.

“Paparazzi” chegaram para tirar fotos de Abel, bem no momento que Rosália se aproximou dele e ele pediu para que ela ficasse de canto, para que o fotógrafo, pudesse fazer as imagens somente dele. Rosália ficou, chateada, mas, compreendeu que aquele momento era dele e se sentou com as crianças e Cauã perguntou a mãe:

— Mãe, por que Abel, não vem aqui sentar com a gente?

— É que ele está, trabalhando agora, é muito importante para ele, daqui a pouco ele vem!

Rosália olhou para Abel, que estava sendo entrevistado, sentiu desprezada, ela tentou disfarçar.

Ricardo avisou Abel, que a festa, já logo iria se encerrar e que preparou outra festa para ele. Antes mesmo de irem embora, Abel chegou à mesa onde estava Rosália e encontrou as crianças dormindo , Rosália conversou com Abel:

— Muito bonita a festa, você vai ficar um pouco, conosco?

— Agora? Estou indo para outra festa, a senhora não poderia pegar um táxi?

— Abel! Estou com seus irmãos aqui, todos dormindo.

— Está bem mãe, irei pegar o carro, só vou avisar meu empresário.

Rosália colocou as crianças para dormir, antes mesmo que Abel pudesse sair novamente, ela o questionou, sobre sua atitude na festa, eles começaram a discutir.

— Por que você evitou, a gente na festa? Não venha com esse olhar, de que não está entendendo nada.

— Mãe a Senhora está sendo ridícula, eu estava ocupado, é o meu trabalho!

— Ridícula, eu? Trabalhei o dia todo, corri que nem uma louca para poder pegar seus irmãos, para ir à festa de lançamento para apoia-lo e nem falar comigo e com as crianças, você veio! Cauã perguntou sobre você, o tempo inteiro na festa.

— Mãe, eu não tenho tempo, preciso voltar!

— Abel, volta aqui, eu ainda não terminei!

Abel deixou a mãe e retornou para festa. Ele encontrou, Ricardo à sua espera:

— Aí está nossa mina de ouro, Abel, está festa é para você, pega uma bebida e vamos brindar, aquelas garotas são todas suas, e isso aqui, é para você relaxar. — Ricardo entregou, drogas para Abel, que aceitou. — Divirta-se, aí DJ, solta o som, que o dono da festa, chegou!

Abel bebeu e usou drogas com as garotas, todos estavam se divertindo. Abel ultrapassou os limites e encontrou seu amigo Paulo e o convidou para beber. Já era sábado de madrugada, Abel estava tão ruim que mal conseguiu andar, seu amigo Paulo estava sóbrio e pediu para Abel dar a chave do carro:

— Cara, dá a chave, você não está com condições de dirigir.

— Não precisa, estou legal, eu… estou bem.

Abel conseguiu pegar a chave e chamou seu amigo Bruno, que estava embriagado e Abel brincou:

— Pronto Paulo, agora está feliz o meu chofer, chegou.

— Que é isso chofer? — Exclamou Bruno!

Paulo preocupou-se e  decidiu ir atrás, acompanhando o carro de Abel, que fez curva no caminho e os dois olharam para trás e deram risada e Abel gritou:

— Acelera!  Não para! Pisa fundo!

Bruno chegou a ultrapassar o sinal vermelho, em alta velocidade, fez outra curva brusca e perdeu o controle, fazendo que o carro rodopiar-se e batesse em cheio numa árvore. Paulo saiu do carro desesperou-se, ao ver os dois desacordados e bastante feridos:

— Socorro! Por favor, alguém me ajude!

Prontamente apostos, Raul e Osvaldo juntaram-se com Elias, mentor de Bruno, ajudou-o no resgate, o perispírito de Abel desprendeu-se do corpo orgânico, sentiu-se fraco e ficou desacordado. Preocupado, Raul indagou:

— Abel, não se desprendeu por completo da matéria orgânica. — Disse, Raul preocupado.

Bruno desencarnou, foi resgatado por Osvaldo e seu mentor:

— Raul e Osvaldo, vou seguir na frente, juntamente aos socorristas. Até breve!

Raul desesperou e chorou, quando viu Abel, naquele estado. Osvaldo amparou o amigo:

— Perdoe Deus, a culpa é minha, senhor! Não consegui com êxodo, ser um bom pastor!

— Raul, por amabilidade, componha-se, meu irmão! O senhor está deixando-se porta em virtude do seu passado e está adentrando-se na sintonia vibratória de Abel, o  momento agora, é de auxílio e ele irá necessitar da sua ajuda.

— Certo! Desculpe, aprontei-me para esse momento, deixe-me levar pelas emoções.

— Apressamos! Brevemente o resgate estará aqui, acompanharemos Abel, até o hospital, por lá o seu perispírito, deve terminar o processo de desligamento!

A ambulância chegou e retirou o corpo de Bruno, que foi levado ao IML, Abel ficou em estado grave e foi encaminhado às pressas ao hospital.

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