Acordei bem cedo, me arrumei e fui até a Lovebook, levei os meus documentos e toda a minha empolgação para o meu primeiro dia de trabalho. O Antony me deu carona até a editora.
— Bom, chegamos! — Estacionou o carro e me olhou carinho. — Boa sorte maninha.
— Obrigada! — Desci do carro empolgada com um enorme sorriso no rosto.
Entrei na Lovebook com o pé direito pra dar sorte. Eu estava ansiosa para ler os manuscritos com emocionantes histórias de amor e escrever prólogos que as deixassem ainda mais empolgantes e aguçassem a emoção e curiosidade dos leitores apaixonados.
— Ola! Bom dia. — Me apresentei ao porteiro do prédio. — Sou Amy Linx e vim para a vaga de escritora.
— Bom dia senhorita. suba as escadas e siga direto até a última porta do corredor.
Agradeci e fiz como ele orientou. Assim que subi havia um salão enorme, várias pessoas sentadas em suas mesas dispostas uma ao lado da outra, todas concentradas, lendo ou escrevendo. Algumas sérias, outras sorriam e suspiravam com as histórias, deixei escapar um sorriso bobo ao analisar esse salão, eu tinha certeza que iria amar esse lugar.
Cheguei ao final da sala e bati na porta que tinha a placa de editor chefe. Dei duas batidas e ouvi a voz de um senhor dizer que poderia entrar.
— Bom dia senhor. Sou Amy Linx, fui convidada por Max Luís a vir preencher a vaga de escritora de prólogo. — O Editor chefe era um senhor alto e bastante altivo, até parecia ser um daqueles lordes ricos e esnobes.
— Ahh! Sim, estávamos a aguardando. Venha! — Ele se levantou e saiu andando, o segui. Demos a volta no salão e fomos até uma sala que tinha a placa de Recursos Humanos.
— Bom dia senhor Arnold. — Um homem baixo e de óculos enormes o cumprimentou.
— Bom dia Henry, essa é a senhorita Amy Linx, ela vai trabalhar conosco. O Max a convidou. — Ele falou com o tal Henry e em seguida virou pra mim. — Eu nem me apresentei, que mal educado, é que estamos num dia cheio. — Coçou a cabeça e sorriu sem graça. — Sou Scott Arnold, editor chefe, já sabe onde é a minha sala e pode me procurar quando quiser. Seja bem-vinda a Lovebook senhorita Linx. — Me deu um aperto de mãos e saiu.
— Sente-se senhorita. Eu sou Henry Becker, gerente de RH. Trouxe os seus documentos? — Entreguei os documentos a ele.
O senhor Becker me explicou mais ou menos como a editora funcionava e como seria o meu trabalho. Ele preencheu a minha ficha e me deu pra assinar.
— Pronto, está contratada. Venha! — Me levantei e fui atrás dele. Chegamos ao salão principal, ele chamou a atenção de todos e me apresentou, em seguida me levou até uma mesa vazia na penúltima fileira de mesas da sala. — Essa é a sua mesa senhorita Linx, essa a seu lado direito é a senhora Magda Thompson, ela vai te auxiliar no que precisar. Em breve teremos mais um escritor ocupando a mesa ao seu lado. — Ele apontou para a mesa vazia a minha esquerda. — Com licença. — Saiu.
Me sentei na minha mesa e fiquei parada meio que sem saber o que fazer.
— Olá, qual o seu nome? — A Magda me perguntou.
— Olá, sou Amy Linx.
— Seja bem vinda. Vou te ajudar em tudo. Aqui funciona assim, quem está a sua esquerda ou direita é seu "amigo" de escrita — Ela colocou a palavra amigo entre aspas com as mãos. — Enfim, nos ajudamos, e acabamos nos tornando amigos de verdade. Faz muito tempo que essas mesas estão vazias. Venha! — Ela se levanta e a sigo.
Paramos de frente a uma mesa no corredor esquerdo. Ela me disse que ali ficam os manuscritos aprovados pela editora e já revisados pelos redatores, então temos que pegar um manuscrito ler e escrever um prólogo ou prefácio, em seguida o deixamos na mesa dos redatores, eles corrigem a escrita e o livro vai para a diagramação, depois o autor aprova e o livro segue para impressão e por fim sai para as livrarias. Precisamos escrever o mais rápido possível para não atrasar os processos. Era perfeito.
— Vamos, escolha um. — Ela aponta para a mesa.
Haviam 4 manuscritos, olhei os títulos e escolhi um: "A linha tênue entre amar e odiar", o título me parecia bastante poético. Peguei o manuscrito e fui até a minha mesa, antes Magda me apresentou os seus amigos escritores.
— Essa é Melinda Hills, minha parceira de direita e esse é Thomas Maltus parceiro de direita da Mel. Somos muitos amigos, espero que se junte a nós.
— Seria uma honra entrar para o seu grupo. — Sorri empolgada. Esse lugar era melhor do que eu havia imaginado. Além de ler e escrever, eu iria viver e acompanhar as histórias dos meus novos amigos.
Comecei a ler o livro que escolhi, era uma dessas histórias com uma reviravolta no final, dois amantes que passaram a se odiar por um engano, depois voltaram a se amar, mas a protagonista descobriu que na verdade não foi um engano e o homem que amava era de fato um terrível traidor. A história era tão empolgante quase terminei de ler ainda pela manhã.
— Amy, que ir almoçar conosco? — Estava empolgada finalizando a leitura quando a Magda me chamou.
Eu tinha combinado de almoçar com o Antony em um restaurante que vimos quase ao lado da editora.
— Oh! Eu combinei com o meu irmão, vamos no restaurante aqui ao lado. — Respondi sem graca.
— Bom, é exatamente lá que costumamos comer, é barato, a comida é boa e não precisamos andar muito. — Ela sorria. — Nos vemos lá então. — Saiu acompanhada dos seus dois amigos Melinda e Thomas.
Fechei o livro e fui com eles.
— Se não se importarem de ouvir as loucuras do meu irmão, podemos almoçar juntos. — Falei, e eles sorriram dizendo que seria um almoço interessante.
Sentamos numa mesa quase nos fundos do restaurante, eles diziam que sempre se sentavam ali. Além de Magda, Melinda e Thomas, uma moça chamada Cassya Elinor se juntou a nós. Ela trabalhava na diagramação dos livros na Lovebook.
Começamos a comer quando o Antony chegou. O avistei de longe e fiz sinal para que ele viesse ao nosso encontro. O Antony cumprimentou a todos, porém ele pareceu ficar encantado ao ver a Cassya, e ela o olhou de forma semelhante. Os meus amigos ficaram muito surpresos ao se darem conta de que o meu irmão era o famoso escritor Antony Linx.
— Caramba, eu amo as suas histórias, são muito mais empolgantes que as historinhas de amor da Lovebook. — A Cassya falava empolgada.
— Como trabalha na Lovebook e não gosta de histórias de amor? — Falei sem entender.
— Eu só faço a diagramação, não tenho que ler todos os livros. Se não morreria de tédio.
— A Cassya não acredita no amor. — Brincou a Mel.
— Como não? — perguntei incrédula.
— Não é isso, eu acredito no amor. Mas não acredito que seja como nos livros. — A Cassya foi se justificando.
— Eu concordo com você. — O Tony falou, e revirei os olhos.
— Vocês dizem isso porque nunca viveram um amor. — Afirmei, e vi o Tony rir alto ao meu lado. — Do que está rindo?
— Até parece que já teve vários amores maninha.
— Não tive nenhum, mas acredito.
— Pois eu vivo um lindo amor com o meu marido, e sou muito feliz. — A Magda falou orgulhosa. — E de fato não é como nos livros, mas é muito mais empolgante e concreto. Um dia se tiverem sorte, poderão provar disso. Não há nada melhor do amar alguém e ser amado em retribuição.
Eu suspirei com a frase na Magda, até anotei no meu caderno de inspirações. Trabalhar na Lovebook e conviver com essas pessoas iria mudar a minha vida, eu tinha certeza.
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Atualizado até capítulo 41
Comments
Graça Lobo Sales
nossa trabalhar aí só romantismo kkkkk
2025-04-13
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