Capítulo Quatro
Lucas entra com uma bengala, oque me faz barganhar um sorriso, coloco as mãos na boca, para que ele não acender seu ódio por mim.
Benis cutuca seu ombro e logo seus olhos estão em encontro ao meu.
Nos olhamos apenas de soslaio, evitando qualquer tipo de contato com ele, Lucas começa a caminhar mais depressa, e para numa fileira, sentando numa cadeira ao meu lado esquerdo.
Tinha que sentar justo ao meu lado? – Eu pergunto mentalmente, porque ele tem que ser tão imbecil assim?
— Então turma, hoje faremos nossa aula, em céu aberto. (Nikchel passa os olhos para seu assistente, que pega um carrinho com vários instrumentos, oque imagino ser telescópios).
— De dia? (Um menino de cabelos encaracolados e ruivos perguntara, tenho a mesma dúvida).
— Vamos usar protetores para os olhos. (Amélia falara em tom cansativo, tenho raiva dessa mente burra dela, ela sempre está pensando ser a perfeita, sempre gosta de pensar ser uma deusa do Olimpo).
Todos levantam pegando seu material, eu faço o mesmo, Gatriza me olhara esperançosa e todos me olham com dúvida, como se não estivessem me visto antes.
Passo pela mesa de Lucas que encara em fundo a minha alma, busco alcançar meu acento de cabeça baixa, quando sinto um empurrão, caio em cima da minha mesa, batendo o queixo numa pontinha fina da mesa. Eu sinto o ardor da pele cortada e sinto o cheiro do sangue.
— Lanna! (Gatriza chama pelo meu nome, vindo até mim, o sangue escorre pelo vestido, isso só pode ter sido Lucas).
— Merda, merda, MERDA! (Toco no ferimento, que parece que será preciso fazer uns seis ou sete pontos.
— Merda, Lanna! (Nikchel vem até mim, levantando meu pescoço, depois pega pelo meu braço e sai me puxando, para em frente a sua mesa) _ Fiquem aqui por um instante. (Ele puxa-me para fora da sala, indo até a sala de enfermagem).
— Olha isso! Olha o desastre que você fez!
Ele ainda procura o culpado? Pois bem vou dizer quem foi o culpado.
— Isso foi Lucas, Lucas fez isso. (Ele olha pra mim abaixando meu pescoço e parando de analisar o ferimento).
— Não procure culpados para isso, (ele interfere, jura? Não procurar culpados?).— Isso aconteceu porque é uma desastrada, você me fez parar a aula por isso e olha, era uma aula que você deveria prestar atenção).
— O que você está dizendo? Eu fui culpada disso?!
Ele semicerra os olhos diante aos meus, por que nem mais o s.r Nikchel acredita em mim?
— sim, você é culpada disso. (Ele falara em um tom calmo demais, depois agacha em minha frente e começa o curativo).
Pego sua mão antes que possa alcançar-me. Ele para o gesto olhando em fundo aos meus olhos, com aquela fisionomia de sempre, cansada.
— Chame seu assistente e vá para sua aula, eu não quero ser atendida por você. (Ele levanta e vai até a porta rapidamente, batendo-a com força, depois de dois minutos, Caltrin aparece com os olhos enfaixados.
— Tire isso Caltrin. (Falo apontando para sua faixa, mesmo que ele não veja o gesto, ele sabe do que estou falando).
— O que você fez dessa vez? (Ele falara suspirando, olho para seu rosto perfeitamente simétrico, para seu corpo minimamente definido e para seus olhos cor de mel.
— Eu não fiz nada. (Ele ri com minha resposta).
— Não é o que parece. (Ele olhara franzindo o rosto para meu machucado, já parou de sangrar, mas ainda está meio inchado e vermelho).
— Lucas fez isso, ele me empurrou. (Ele me olhou como se tivesse pena, minha voz também não ajudou, pareceu vulnerável e frágil demais).
— Vamos começar logo com isso. (Ele se agachou em minha frente assim como Nikchel tinha feito, enquanto agachava-se, deslizou suas mãos pela minha perna, fazendo-me ter arrepios no corpo inteiro.
Cal começou a rodear o ferimento com um algodão, e começara alfinetar o meu queixo com uma agulha encantada para não sentir dor.
Fiquei naquela posição horrorosa por alguns minutos, mas minha atenção não estavam nas alfinetadas, meus olhos estavam no teto e minha concentração estava em Cal, nas suas mãos brincando com meu vestido, levantando-o até a metade da panturrilha e depois abaixando-o de volta.
— Terminou? (Senti suas mãos pararem de remexer minha pele).
— Quase. (Diz ele, enquanto eu suspiro com sua prolongação).
— Eu devo ter perdido toda a aula. (Cal está remexendo a bolsa da enfermaria neste momento e eu ainda estou com o queixo levantado para o teto).
— Era uma boa aula. (Cal confirma e eu assinto, suspiro novamente e depois fecho os olhos, apertando-os com força, como se isso ajudaria em sair daqui).
Cal voltara a se agachar em minha frente, olhando-me nos olhos, ele pousa sua mão em minha coxa e sinto um raio cruzar por aquela perna, agora ela deve estar imóvel e mais tarde terá uma tensão.
— Não nos falamos desde aquele dia. (Abro os olhos fixando-os novamente para o teto, mordo os lábios e suavizo as palavras que quase não desengasgo-as).
_ É. (Isso é tudo que consigo falar, até ele tagarelar novamente).
— Você parecia como alguém apaixonado. Mas não era isso, não é? (Ele indagou-me, vejo que ele terminou o curativo, então abaixo a cabeça para olha-lo).
— Tem coisas que a gente faz apenas pelo calor do momento, aquele beijo... (Sou interrompida por ele novamente).
— Eu sei disso Lanna, sei que aquele beijo foi um erro. Mas, ainda sim, eu quero que saiba que sempre estarei aqui para você cometer o mesmo erro novamente, eu vou adorar ver você errar dessa forma e prometo não julgar-te. (Ele levanta-se em minha frente e para em frente ao meu rosto, aproximando-se de mim e selando nossos lábios).
— Cal... (Eu o puxo para perto quando ele decide parar o beijo).
— Eu adoro quando você me chama assim. (Ele sorrir e ataca minha boca novamente, dou livre espaço para ele, para que não pare).
O beijo está sendo diferente da última vez, Cal está mais leve, mas ainda vai com intensidade em fundo a garganta. Ele está sendo gentil com sua língua, eu também, pelo ferimento no queixo.
— Não quero machucar você Cal. (Eu falo, afastando-o da sua boca, ele segura minha nuca para que não parasse ali.
— Eu já estou machucado Lanna, quando você passou muitos dias sem falar comigo, depois de me beijar de forma tão descritiva. Eu quase determinei que aquilo fosse amor.
— Nunca quis te dar falsas esperanças. (Ele confirma minhas palavras com a cabeça de forma exagerada).
— Eu vou estar aqui, quando precisar aliviar a mente. (Ele falara olhando em meus olhos, depois desce seu olhar para minha boca).
Eu confirmo com a cabeça, mas sei que é errado, não posso machucar Caltrin dessa forma, nem Rocke merece ser machucado, mesmo com as tolices que fez comigo, eu acho que ninguém merece.
Cal beija minha bochecha e as sinto quentes e vermelhas. Queria estar com a maquiagem que minha tia obrigava-me usar, para não demonstrar que minhas bochechas estão vermelhas, ele deve ter as visto.
Cal enfaixa os olhos novamente e sai para a porta, eu vou atrás dele.
Cal parara e vira-se para mim, entendo como um sinal de despedida então vou até o jardim, já está no horário de almoço e, todos já estão com seus pratos cheios.
Vou até o refeitório e pego uma torrada, uvas e uma maçã. Não estou com muita fome, vou caminhando até o jardim, sentido alguns olhares queimar sobre mim.
Observo que não há quase ninguém no jardim, busco por um lugar mais calmo.
Olho em volta e vejo, uma árvore, na parte inferior da direita do jardim.
Pego uma toalha da minha bolsa, e a estendo pelo chão, coloco minha comida e pego uma garrafa com água, Gatriza chega no jardim, dou um suspiro grotesco, sei que ela deve está procurando-me e nesse momento eu queria ficar sozinha.
— Aí está você! (Gatriza exclama sorrindo, vindo em minha direção).
— Por que não vai almoçar lá? (Ela aponta para dentro da escola).
— Eu quero um lugar para relaxar a mente. (Falo suspirando, ela senta ao meu lado e coloca seu almoço junto ao meu).
— Sei bem como é. (Não, ela não deve saber, porque nunca a vi assim, como eu estou agora).
— Vai comer apenas isso?
— Não deveria dar palpite nas refeições dos outros. (Eu digo).
— Pensou sobre o que eu disse mais cedo? (Ela falara, enquanto eu abocanho a torrada com cobertura de geleia de morango).
— Pensei e minha resposta ainda é a mesma. Me desculpe.
Me desculpe.
Não sei quantas vezes já pedi isso. Perdi todas as contas.
— Tudo bem, eu já imaginava. (Ela falara tomando um copo do seu misto).
— Por que não faz do jeito tradicional? (Ela para por um momento, esperando terminar de mastigar a comida para engoli-la e responder a minha pergunta).
— Pensei nessa possibilidade, mas certamente vou fracassar. O príncipe Lucas não vai nem olhar para mim. (Ela falara em tom de aborrecimento, o que me dar nojo, apenas em pensar que ela quer impressionar um cretino).
— Por que você quer impressionar o príncipe Lucas? (Indaguei a Gatriza).
— Meus pais, eles...
— Não diga que é apenas isso, porque não é. Eu sei que você tem opiniões com seus pais, você aceitou isso. (Interrompo Gatriza).
— Eu gosto dele. (Ergo as sobrancelhas, ficando com a mão imóvel segurando a garrafa d’água e com a boca semiaberta).
Como ela pode gostar de uma pessoa como ele?
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Atualizado até capítulo 33
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