Guilherme
Assim que saímos de casa vamos a um mini mercado e compramos algumas besteiras, ir pra uma quadra e comer não é tão ruim assim.
Quando chegamos as meninas já estão jogando, não parece nenhum tipo de torneio ou competição, mas dá pra ver pela quantidade exagerada de suor que elas estão jogando pra valer.
Me sento e pego meu celular, se tudo ocorrer como eu espero, Igor vai ficar babando nesse monte de mulher e vai me deixar em paz a noite toda.
Não vou mentir e dizer que não as olhei, sou um homem e aqueles bumbuns realmente eram uma bela vista, conheço a maioria das meninas aqui de vista, mas uma delas não.
Ela aparentava estar mais cansada do que as outras e quando errava um ponto ou alguém tomava a bola, ficava visivelmente irritada, ou melhor, super irritada. Não a escuto mas pelos seus movimentos e a raiva no rosto posso dizer com toda certeza que ela disse bons palavrões.
Carol: Oi saradão, você por aqui?
Guilherme: Culpa do Igor.
Carol: Vocês ainda fazem isso?
Igor: Todas as segundas, mas sinto que hoje é pra valer.
Guilherme: Cara, a gente tá sentado aqui comendo besteira, poderíamos fazer isso na minha casa sem problema algum.
Carol: Bom isso é verdade, e aí Guilherme, algum plano pra amanhã?
Guilherme: Se tudo correr como planejado, vou ficar em casa o resto da semana e minha tortura só vai continuar na segunda que vem.
Carol: Haha certo...
Carol sempre estudou comigo e com o Igor, quando éramos mais novos era uma das que faziam bullying comigo, ficamos um tempo sem se ver mas depois da faculdade ela misteriosamente se interessou em mim. Eu sempre tento ser educado mesmo que ela não mereça, mas as vezes sou direto demais.
Igor diz que tinha que dar pelo menos uma chance e sair com ela uma primeira vez, até se ofereceu pra me deixar livre em uma segunda feira, mas quando penso em sair com uma garota, Carol é a última na lista.
Ela fica sem graça depois de tanto tempo sem puxarmos conversa com ela e acaba saindo.
Guilherme: Finalmente.
Igor: Cara você é ruim... muito ruim...
Guilherme: Eu nunca fiz bullying com ela e a partir de hoje só vou ficar no lugar que você escolher com a condição de que ela não esteja nem perto.
Igor: Pode até acontecer mas também vou dar um toque a mais. Que tal conversar com alguma dessas gatinhas?
Guilherme: Se não fosse tão fraco levaria um soco, você não pensa em nada além de mulher, para cara.
Igor: Já você nunca pensa nisso. Não estou dizendo pra levar uma delas pra sua casa e transar, ter alguma amizade além de mim não seria tão ruim, seria?
Guilherme: Não quero comprometer as minhas terças feiras.
Igor ri e continua observando o jogo. Quando volto meu olhar pra elas já não vejo mais a garota, olho nas arquibancadas do outro lado e nem sinal, quando vejo duas fileiras abaixo da minha a encontro. Ela está sentada, suada e sua coluna incrivelmente reta.
Igor: Quem é ela?
Nesse momento levo um susto e meu celular vai cai próximo a ela. Ela se vira imediatamente, se assustou também e eu estou torcendo pra que tenha se assustado somente com a queda do meu celular. Falo sussurrando para o Igor:
Guilherme: Seu idiota.
Meu celular parou magicamente bem atrás de seu bumbum e eu não sou o cara que vai pegá-lo ali.
Ela olha pro celular e o pega, depois sobe até onde estamos e eu posso me ver vermelho. Ela estende o celular pra mim e nesse momento sei que Igor está rindo.
Guilherme: Obrigado.
Menina: Por nada, e aí? qual é esse lance?
Guilherme: La-lance?
Será que ela acha que joguei meu celular de propósito?
Menina: É, qual o objetivo? jogar sem prêmio nenhum enquanto marmanjos como vocês ficam aqui olhando?
Guilherme: Ah... Você tá falando disso. Eu também não entendo, melhor perguntar pra esse aqui.
Falo e aponto para o Igor enquanto o encaro e ele estava realmente rindo.
Igor: O quê tem demais? Vocês jogam e a gente observa. Alguém tem que apreciar o jogo.
Menina: Então você é um taradão.
Igor: O-oque eu... eu não... eu não sou...
Igor está visivelmente nervoso e agora eu é que estou rindo. A menina senta do meu lado e começa a rir também.
Menina: Eu não me importo, acho que elas também não, tudo bem olhar não é mesmo? Qual o nome de vocês?
Guilherme: Guilherme e ele é o Igor. E você?
Menina: Rafaela, acabei de me mudar pra cá.
Guilherme: Desculpe por ele, é realmente um maluco.
Rafaela: Eu não me importo de ser olhada por vocês, principalmente você, belos braços.
Ela fala isso me dando tapinhas no ombro, se levanta e sai indo jogar de novo. Eu já recebi alguns elogios mas nada como isso,
Igor me olhava de boca aberta.
Igor: Ela acabou de flertar com você?
Guilherme: Não, eu acho que não.
Igor: Eu não acho, tenho certeza que sim, ela tem atitude cara, gostei dela.
Reviro os olhos e fico rindo da situação, não sei se o Igor gostar dela seja um ponto positivo, esse cara é realmente doido.
A observamos jogar mais um pouco e ela não voltou a olhar pra mim, mas seus palavrões agora eram gritados e dava pra ouvir super bem.
Algum tempo depois o jogo termina me levanto e Igor vem junto comigo. Quando vamos passar o portão Igor para a Rafaela bem na minha frente.
Igor: Rafaela, meu amigo aqui quer o seu número de telefone.
Eu não posso acreditar que ouvi isso, eu vou socar a cara dele sem dó nenhuma.
Rafaela: Bom, a julgar pela cara dele aposto que não te pediu nada disso, mas eu quero o dele sim.
O que? Ela está mesmo fazendo isso?
Ela sorri pra mim e eu faço o mesmo, talvez não precise mais bater no Igor, ela o salvou.
Ela digita um número no celular dele e o entrega, passa por mim e me olha com um lindo sorriso no rosto.
Igor: Eu sabia que esse dia chegaria.
Guilherme: Cale a boca, vamos embora.
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Atualizado até capítulo 103
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