Rafaela.
Antes de vim pra cá procurei algum lugar onde poderia praticar algum esporte perto da minha casa nova e achei em alguns minutos, a quadra de uma escola que cedia para alguns jogos a noite, nada profissional, ou seja, Exatamente o que eu procurava.
Entrei em um grupo de whatsapp onde eles marcavam os jogos e vi de cara que havia um grupo só para mulheres que jogavam handebol, pelo menos um ponto positivo.
Depois que desfiz nossa mudança meus pais chegam e eu aviso que vou em um jogo, subo pra tomar um banho e quando termino coloco um top, uma regata por cima e um shortinho confortável pra jogar bola, amarro meu cabelo em um rabo de cavalo alto e fico me olhando no espelho por alguns minutos.
Não sou toda definida mas por jogar muito acabei ganhando um bumbum bem firme, pernas grossas e eu fico realmente feliz que isso tenha acontecido.
Depois de me olhar por um bom tempo, calço um tênis, pego meu celular e desço, não está escuro ainda então decido ir a pé, as ruas tem mais movimento aqui do que na minha antiga cidade.
Minutos depois chego a quadra e ninguém estava jogando ainda, uma menina de canecos cacheados me vê no portão e vem falar comigo, demoro um pouco a reconhecer ela mas em alguns instantes a identifico como Laís, uma menina que conversou comigo no privado quando entrei no grupo de handebol e fez questão de puxar assunto comigo, meu eu demorando 3 horas pra responder.
Laís: Então você veio mesmo?!
Rafaela: Sim, eu disse que viria.
Laís: Eu duvidei, não é muita gente que participa e ver alguém pedindo pra participar era uma novidade pra mim.
Rafaela: Obrigada por deixar. haha
Laís: Haha sem problemas, vou te apresentar as outras meninas mas já te adianto, começamos em 30 minutos e pode ser que tenha mais gente aqui.
Rafaela: Como assim?
Laís: Bom, o pessoal gosta de vim comer aqui enquanto a gente joga, mas não tem outro time, só dividimos todas nós e jogamos até alguém não aguentar mais.
Rafaela: Jogar até não aguentar mais? Eu topo.
Observo a quadra e não era muito grande, logo alguém me pede licença enquanto eu ando para o lado do portão para que possam passar, Laís pega na minha mão e me leva até as outras meninas que me cumprimentam todas super educadas, eu não faria isso na antiga cidade mas faço o mesmo com elas.
Conversamos sobre a qualidade de cada uma no jogo e me envolvo na conversa, elas me perguntam a quanto tempo eu jogo, qual posição gosto de jogar e quando saio da conversa vejo que tem vários lugares ocupados ao nosso redor.
Começamos a jogar e elas são realmente boas, alguns minutos de jogo e eu já estou suada, Laís vê minha situação e me fala ironicamente.
Laís: Lembre-se Rafa, jogar até não aguentar mais!
Nesse momento vejo que a nova cidade não é tão ruim assim.
Guilherme
O dia na escola foi normal, até demais, os alunos se mostraram bem interessados nisso apesar de terem apenas 13 anos, eu realmente amo História e me empolgo muito falando sobre isso, brinquei com eles que estudar história nada mais era do que fofocar.
Aluno: Fofocar? como assim?
Guilherme: Exatamente. História não é um bicho de sete cabeças. É apenas uma fofoca grande sobre como os seres humanos se comportaram em determinadas situações, suas ações e a reação que suas ações tiveram. Então estarei sempre disposto a fofocar com vocês sobre os mínimos detalhes, com direito a datas, provas e no fim de todo mês pra vocês me mostrarem que são bons fofoqueiros, vou fazer algumas perguntas sobre os detalhes importantes.
Aluno: E o melhor fofoqueiro ganha o que?
Aluno: Isso professor, seria engraçado ter algo em troca.
Guilherme: Não sei, podemos decidir isso no decorrer dessa semana, pode ser?
Alunos: SIM!
Acho engraçado como todos eles respondem em coro, papai ficaria muito feliz em ver como deixei todos esses meninos curiosos. Me despeço da última turma e vou pra casa.
Assim que chego vejo que a porta da frente está totalmente aberta então entro em passos lentos, desconfiado.
Assim que entro na minha sala vejo que nada mais é do que Igor deitado com os pés em cima do meu sofá. De sapatos ainda.
Guilherme: Que susto cara! Qual seu problema?
Igor: Saudades do meu melhor amigo, você sabe que dia é hoje?
Guilherme: Primeiro, tire esse sapato imundo do meu sofá. Segundo, eu tive um dia ótimo e você não vai estragar ele pensando que vou fazer o que você quer.
Igor: Hoje é segunda e temos um acordo.
Guilherme: Não, não e não. Hoje não.
Igor: Hoje sim, ou eu vou voltar a apoiar meus sapatos imundos na mobília da sua casa e agora vai ser naquela poltrona toda branquinha ali.
Suspiro fundo. Igor me fez prometer a ele que enquanto estiver sozinho, solitário e desocupado, todas as segundas ele vai inventar uma programação e eu vou ser obrigado a fazer junto com ele, ou ele se ofereceria pra cuidar dos sobrinhos e os traria pra cá. Eles mexem em tudo e gritam muito então eu concordei.
Guilherme: Tá, tá bom. O que você preparou pra me torturar hoje?
Igor: Gostosas!
Guilherme: O quê? Tá doido? não vou procurar garotas de programa. Vai você.
Igor: Cale a boca meu Deus, são gostosas jogando, com belos bumbuns e suadas.
Guilherme: Você é um sem vergonha e eu não quero ir.
Igor: Minha irmã tá realmente querendo uma noite de folga daqueles três meninos adoráveis, vou ligar pra ela então e dizer que você decidiu ajudar.
Guilherme: NÃO! eu vou com você mas por favor não chame aqueles garotos pra cá de novo.
Igor sai da minha casa rindo e meu telefone apita, era uma mensagem dizendo que iríamos antes de escurecer, mas eu acabo dormindo no sofá por tempo demais, então Igor entra na minha casa pra garantir que eu não suma dele.
Igor: Vai tomar banho professorzinho, rápido. Já está quase na hora.
Em todas as programações nunca aconteceu nada de demais, então prefiro elas do que aquelas três crianças, por isso vou tomar banho e ficar pronto o quanto antes.
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Atualizado até capítulo 103
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