Chego na boate e vou direto até o segurança.
— Reservei a sala 288. E elas estão comigo. — aponto para as garotas atrás de mim.
Ele assente com a cabeça e libera a entrada.
Subo as escadas e abro a porta. Os meninos já estão no sofá, rodeados por copos.
— Não acredito que começaram sem mim! — reclamo.
— Nem minha irmã demora tanto. — Diego fala, virando um copo de vodca.
— Qual é? Ainda trouxe companhia. — dou um sorriso e entro.
Sento na ponta do sofá e as meninas se acomodam ao nosso lado.
— Só vou te perdoar hoje. — diz André, meio disfarçado.
Ele é apaixonado pela Cris, mas nunca teve coragem de dizer. Covarde... ou só inseguro mesmo.
A Cris é alta, cabelo liso, olhos pretos.
Se Barbie fosse competição, ela ganharia fácil em categoria "mais magra".
Já a Beca tem cabelo crespo, olhos escuros e pele morena. Alta e magra como uma modelo. Não é à toa que o apelido dela é “Top Três”.
Ficamos ali por um tempo, bebendo, rindo, dançando... até que Kate recebe uma ligação. Era o pai dela. Ela volta à mesa com uma expressão séria.
— Preciso ir, é urgente. — ela diz, pegando a bolsa.
Assim que ela sai, os meninos começam a me zoar.
— Ihhh, tua companhia deu o fora, hein! — Pedro provoca.
— Quando foi que uma garota te dispensou mesmo? — ele continua, debochado.
Pedro é o mais reservado entre nós. Faz Administração, sempre calado. A gente quase não sabe nada da vida dele.
— Para com isso. Ela teve um imprevisto. — respondo meio ríspido.
Continuamos bebendo. A noite avança. Até que o segurança aparece de novo, trazendo uma garota.
Ela era jovem. Jovem demais. Não tinha nem idade pra estar ali, muito menos naquele tipo de lugar. Mas... o vestido colado, o salto alto e os cabelos ruivos chamavam atenção.
Pequena, mas cheia de curvas. O tipo de garota que bagunça a cabeça de qualquer um.
Ela troca um olhar com Pedro.
Vejo ele levantar a sobrancelha.
Será que eles se conhecem?
O clima tenso é interrompido quando Cris pergunta, sem papas na língua:
— Quantos anos você tem?
— Dezessete. — a ruiva responde.
— Você não deveria estar estudando? Ou em casa com seus pais? — digo, seco.
Ela revira os olhos. — Cuida da sua vida e me deixa em paz.
— Gostei dela! — Diego comenta, rindo, e estende um copo de vodca pra garota.
Ela quase aceita, mas sou mais rápido.
Tomo o copo da mão dela e viro.
— Você não tem idade pra isso. Vai pra casa.
Ela se irrita. — Vou procurar outro lugar pra beber em paz. Não sabia que até aqui tinha fiscal.
— Eu te acompanho. — digo, firme. Me levanto e seguro seu pulso. Ela tenta soltar.
— Tá maluco?! — ela grita.
— Vaza daqui, garota. Sabe muito bem que tipo de lugar é esse. — passo a mão no rosto, frustrado.
— E claro que sei. — ela me encara.
— Então também sabe pra que servem aquelas salas? Acha mesmo que é só pra conversar?
Ela me lança um olhar cheio de nojo.
— E você querendo bancar o bonzinho agora? — ela cospe as palavras.
— E quem disse que eu sou bonzinho? — murmuro no ouvido dela.
Sinto o corpo dela arrepiar.
— Te espero no carro. Se você sabe tão bem o tipo de lugar que isso aqui é... vamos ver até onde você vai. — digo, olhando fixo.
Ela me encara. É impossível decifrar o que vejo nos olhos dela: raiva, curiosidade... ou vontade de me bater mesmo. Rs.
Saio. Entro no carro e fico esperando.
Vejo ela sair, mas não vem até mim. Vai direto para um táxi.
Fico olhando, meio frustrado. Quando o táxi parte, respiro fundo e sigo pra casa.
Já estou dirigindo quando, de longe, vejo uma cena estranha.
Uma garota com um cara, meio cambaleando. Ela parece estar bêbada.
Abaixo o vidro.
O sangue some do meu rosto.
É a minha irmã.
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Atualizado até capítulo 48
Comments
Lena Macêdo E Silva
pelo jeito todas as garotas que frequenta estão na faixa etária dos 16 anos...pelo menos a Kate (patricinha) que estava com ele.
2023-01-07
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