Meu Sogro e Minha Cunhada

^^^(Senhor Martinez )^^^

Meu estômago embrulha em imaginar casando-me com alguém que eu não conhecia, e sinceramente eu não estava muito satisfeita em saber que papai planejou isso pelas minhas costas.

Eu sei que prometi que me casaria com um homem bom, de acordo com suas palavras antes de morrer. Mas eu não tinha ideia que Peter iria me trair, e eu não nego que ele foi a primeira pessoa que veio em meus pensamentos quando fiz aquela promessa.

Papai sempre foi um homem de negócios, muito rígido por sinal, e eu teria que ficar em seu lugar. E, enquanto Dener me observava de um lugar considerável para me transmitir confiança, eu estava lutando contra meus instintos para ser o mais amigável e profissional possível diante de meu futuro sogro.

Assim como meu pai, o senhor Martinez era o dono de uma das empresas mais conhecidas do país, e ele não deixaria essa oportunidade passar. Obviamente, ele estava vendendo seu próprio filho para beneficiar a sua empresa, e dada as circunstâncias, ele não se incomodava em saber que eu estaria na linha de frente. Contanto que as duas famílias se unissem, ele estava satisfeito.

— Lembro-me perfeitamente de quando você era apenas uma garotinha correndo pela empresa enquanto o senhor Carter tentava alcançá-la. — O mesmo riu após contar-me de uma lembrança que eu mal lembrava, e que eu sequer sabia que existia até então, eu deveria ser muito jovem. — E agora, está uma mulher feita, madura e muito bonita. Tenho certeza que meu filho vai se apaixonar por você, mas não se sinta pressionada, ele também é tão bonito quanto eu.

— Fico lisonjeada, senhor Martinez. Será uma honra chamá-lo de sogro, acredito que nos daremos muito bem. — Forcei um sorriso simples, não queria me animar com algo assim, pois tenho certeza que o meu futuro marido não faz ideia do que está acontecendo aqui.

— Não vou tomar muito de seu tempo, senhorita. — O mesmo parece que percebeu a minha inquietação, então fingiu ler parte do contrato que seria assinado por ele e seu filho. — Tudo está de acordo, levarei para que meu filho possa assinar e assim faremos os preparativos para o casamento.

— Foi um prazer conhecê-lo, senhor Martinez. — Levantei-me e ergui minha mão para nos despedirmos.

Quando o mesmo me deixou para trás, Dener caminhou em minha direção com um sorriso esplêndido. Parecia que só ele estava feliz por tudo isso, tanto que me deu os parabéns no mesmo instante em que me fez companhia à mesa.

— Devo dizer que está se saindo muito bem, o senhor Carter ficaria muito orgulhoso de você. — Ele folheou o cardápio em busca de algo que o agradasse, mas eu não conseguia pensar em mais nada além do que ele fez para me esconder as coisas, não que ele fosse obrigado a me dizer, mas foi uma jogada desnecessária.

— Aprendi com ambos, não acha? — Fiz com que ele encontrasse o meu olhar de desprezo e arrependimento, mas ele pareceu não se importar.

— Senhorita Emma, eu sei que agora eu pareço ser um homem completamente diferente do que costumava ser enquanto me passava por seu motorista. Mas acredite, eu estava apenas protegendo o bem mais precioso do meu chefe. — Dener suspirou, obrigando-se a me explicar seus verdadeiros motivos para tudo isso. — Não me veja como um inimigo, em breve você terá os mesmos interesses que os meus, e vai aprender a…

— Não pense que sou uma criança a ser manipulada, Dener. Eu assinei o contrato pelo meu pai, mas eu tenho os meus princípios, minhas escolhas e ambições. — Deixei com que todos os meus pensamentos viessem à tona, eu não me importava com o que ele pensava disso. — Não sou como você.

Antes que o garçom recolhesse nosso pedido, me levantei e o deixei sozinho. Desde o funeral do meu pai, venho tendo problemas demais com minha madrasta, principalmente pelo fato de eu herdar a empresa. E quando cheguei no hotel, Dener não esperou que eu me recuperasse do meu luto, apenas despejou o contrato de casamento em minhas mãos como se eu fosse um objeto.

Porém, eu não o odiava.

Percebi que, após a minha saída, Dener sorriu como um cachorrinho finalmente domado por seu novo dono. Mas isso não me importava, eu queria a empresa em minhas mãos, queria provar para mim mesma que eu era capaz de suportar o peso.

Quando cheguei em casa, a minha nova casa, fui bem recebida por Sophie, que mais era como uma avó para mim. Eu nunca a deixaria nas mãos de Margaret, mesmo que eu tivesse que protegê-la com meu próprio corpo.

— Chegou cedo hoje, Emma. — A mesma caminhou em minha direção com um sorriso acolhedor, o mesmo de sempre, mas reconfortante. — Deve estar com fome, vou preparar algo para você, está bem?

Ela me abraçou bem forte, seus cabelos grisalhos roçaram no meu rosto, fazendo cócegas. Eu amava o cheiro dela, era como o de minha mãe. A senhora Sophie não era tão velha, mas suas rugas eram bem evidentes.

Quando deixei o hotel onde eu estava hospedada há algumas semanas, fiz com que ela viesse morar comigo como se ela fosse parte da família. Mas ela insistiu em continuar pelo menos cozinhando para mim, então me conformei com isso. Contanto que ela não se esforçasse tanto, eu a deixaria fazer o que quisesse.

— Sim, tive uma reunião com o senhor Martinez. — Suspirei apenas por lembrar que ele seria o meu sogro. — Ele assinou o contrato sem pestanejar, até parece que ele será o meu noivo. Só me resta esperar que o filho dele também assine.

— Eu sinto muito, querida. Não queria que tivesse que se casar assim, sem amor. — Sophie acariciou o meu rosto como se entendesse os meus sentimentos, mas ela sabia que quando se tratava de dinheiro, negócios e principalmente uma promessa, não tínhamos nada que pudéssemos fazer. — Mas tenho um bom pressentimento sobre seu casamento, estou orgulhosa de você.

— Obrigada, vovó. — A abracei novamente, fazendo-a se surpreender sempre que eu a chamava assim. E ela adorava. — Eu vou tomar um banho antes de comer, e Dener não virá para o jantar.

Vovó Sophie achava que eu nutria algum tipo de sentimento por Dener, ele poderia ser muito mais velho do que eu, mas eu realmente nunca soube como responder a isso. Nunca cheguei a amar alguém, mas estive apaixonada por Peter.

Após um banho demorado, visto uma roupa confortável para ficar em casa, já que eu não teria nada para fazer relacionado a empresa, pelo menos eu achava. Dener estava na linha de frente quando papai ficou doente, mas agora eu estou no comando, pelo menos em parte disso.

Antes de descer para o almoço, meu celular começa a vibrar em cima da cama. É um número desconhecido, mas não hesitei em atender. O silêncio pairou enquanto os segundos se passavam, logo minha impaciência surgiu. Eu estava prestes a dizer alguma coisa, quando simplesmente encerraram a chamada.

Quer merda.

Pensando que aquele número não retornaria, meu celular começou a vibrar novamente e dessa vez, deixei que tocasse até o último momento. Quando percebi que poderia ser algo importante, finalmente atendi.

— Olá, seja quem estiver do outro lado da linha, por favor não interrompa o meu momento de lazer, e só para constar, eu estou com fome e não estou com paciência para brincadeiras. — Meu tom de voz saiu um pouco exaltado, mas não me arrependi de cada palavra dita.

— Peço desculpas, Emma. — O homem do outro lado tinha uma voz grossa, mas doce. Parecia que ele não estava brincando comigo, mas ouvi-lo dizer o meu nome me deixou um pouco confusa. O que eu diria a seguir? E que informalidade era aquela? Será que nos conhecemos? Mas sua voz não é nada familiar. — Não vou tomar o seu tempo, eu apenas queria conferir algo, tenha um bom apetite.

E assim ele desligou.

Mordisquei o lábio inferior, eu estava mais nervosa por uma simples ligação do que pelas reuniões que eu teria nas semanas seguintes. Eu deveria esquecer isso, fingir que nada aconteceu e seguir com minha vida. Isso!

Quando chego na cozinha, Sophie está terminando de servir o almoço, o cheiro inconfundível de costelas de porco com salada me deixa desnorteada, mas minha preocupação chama sua atenção.

— Algum problema, querida? — Ela sentou-se juntamente comigo para saborear a comida, e eu fiz com muita vontade, pois estava morrendo de fome. Mas estava precisando de um bom vinho, mesmo que não fosse um bom momento.

— Acredita que alguém me ligou e logo depois desligou na minha cara? — Lembrar da cena me deixou furiosa, mas logo me recompus. — Mas o problema é que ligaram novamente, era um homem que me conhecia, ele pronunciou o meu nome como se fossemos íntimos. E ele disse que só estava conferindo algo, e ainda se desculpou.

— Ele disse o nome dele? Talvez seja algum amigo que não vê há anos. — Sophie estava tranquila, o que me deixou mais ansiosa, afinal, por que eu estava tão inconformada?

— Não, ele não disse mais nada. Nem tive tempo de perguntar, apenas me desejou bom apetite e desligou. — Aproveitei todo aquele almoço que Sophie preparou, mas ainda não estava satisfeita com aquela brincadeira estúpida.

Aquele teria sido meu primeiro dia de folga desde que comecei a frequentar a empresa e participar de algumas reuniões se não fosse por Dener me atormentando logo quando eu estava prestes a assistir a um dorama. Suspirei, eu realmente tinha que atendê-lo?

— O que você quer, Dener? Você disse que hoje eu poderia fazer o que quisesse, e então? — Me esparramei na cama como nunca tinha feito na vida, e ele riu da minha situação.

— Sinto em dizer que preciso atrapalhar seja lá o que estiver fazendo. — Ele estava descontraído, mas ainda mantinha sua postura séria, sim, eu conhecia ver através de uma simples ligação. Eu o conhecia tão bem. — O senhor Martinez entrou em contato comigo, ele disse que seu filho assinou o contrato e exigiu algumas condições.

— É mesmo? Quais seriam? — Não pude evitar sorrir, afinal, não imaginava que o filho do grandioso Martinez seria tão ousado, talvez minucioso. Mas não posso reclamar, ele tem todo o direito, caso contrário, não teria dado liberdade para isso no contrato.

— Não posso dizer agora, estou ocupado no momento. — Ah, Dener. Eu deveria saber disso, ele estava com preguiça, mas também estava tentando me punir pelo que houve mais cedo. — Terá que vir para a empresa, deixei os documentos na mesa.

— Não poderia simplesmente deixar aqui? Esquece, estou indo. — Desliguei a chamada, Dener realmente era um saco quando queria, e eu teria que me acostumar, afinal, o nomeei meu braço direito assim como papai.

Na empresa, sou muito bem recebida por todos os meus funcionários, a maioria eram mulheres, mas eu estava prestes a mudar isso. Eu poderia detestar homens em algumas situações, mas havia aqueles jovens inexperientes que buscavam oportunidades nessa empresa, e eu faria de tudo para valorizar isso.

Não perco tempo na recepção, ou em qualquer outro lugar que chame minha atenção, como o restaurante. Assim que chego no meu escritório, sou recebida por uma pilha de documentos que provavelmente precisavam de minha assinatura, mas dei devida atenção ao meu querido contrato de casamento.

Folheei algumas poucas folhas até encontrar as supostas exigências de meu noivo, mas quase fui interrompida antes de ler algumas delas. Alguém bateu em minha porta, adentrando logo em seguida. Dener, aquele cretino.

O mesmo encontrou o meu olhar de indignação, mas logo desviei minha atenção para o que realmente me interessava. A primeira exigência não era nada avassaladora, era um pouco inusitada, eu diria, mas de certa forma simples e estranha.

— Senhorita Emma, permita-me incomodá-la mais uma vez, mas você tem uma visita. — Balbuciei alguma coisa para que ele permitisse a entrada de quem quer que seja.

— Olá, Emma. Finalmente nos conhecemos pessoalmente! — Uma voz doce e marcante ecoou em meu escritório, fazendo-me dar-lhe a devida atenção. Eu não a conhecia, mas tive uma leve impressão de que a primeira exigência tinha algo haver com ela. — Eu sou Alessia Martinez, sua cunhada.

^^^(Alessia Martinez)^^^

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Comments

Aurisia Ivo da Silva

Aurisia Ivo da Silva

Então não entendi nada 🤔🤔🤔 vou lê de novo pra entender 🤔

2025-02-16

0

Juliana Vicentina Da Vo

Juliana Vicentina Da Vo

O Dener é o filho do Martinês,🤭🤭🤭🤭

2024-10-01

0

Mônica Pinheiro

Mônica Pinheiro

estou adorando a estória, mais estou sentindo falta de saber o q realmente acontece, ela ficou com a empresa e ficamos sabendo no ouro capítulo agora já está no casamento e não sabemos a exigência dele .

2024-02-11

1

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