capítulo quatro

Passei a tarde inteira da sexta-feira e de hoje pensando na Vicenta, na adolescente petulante e mal criada que está roubando os meus pensamentos a todo custo, como pode ter coragem de me deixar falando sozinho naquela sala de aula? Sou Professor a muitos anos e nenhuma aluna nunca teve a ousadia de me tratar com tamanha falta de respeito, todos os alunos tinham medo de mim, minha postura séria deixava qualquer um assustado, mas ela não é assim, é diferente e ainda por cima mal educada, isso me irrita e tento ao máximo me controlar, mas fica difícil quando se tem na turma uma menina como ela. Não nego que é linda e que sua beleza chama a minha atenção, seus cabelos castanhos claros dourados parecem macios e se eu tivesse uma oportunidade para tocá-los, faria sem hesitar. Seus olhos são mágicos e seus lábios volumosos é um convite que nenhum ser na face da terra recusaria. Sua pele é delicada e não preciso de colocar os dedos nela para chegar a essa conclusão. Seu corpo é alto e magro, uma bela arte, ela parece uma boneca, uma verdadeira princesa. Mas o que tem de princesa também tem de malévola, tem uma língua afiada, não mede palavras e faz o que lhe dá na telha, quando e na hora que quiser, não se importando com as consequências dos seus actos e muito menos com opiniões alheias.

E cá estou eu na boate, observando ela movimentando o seu corpo sensualmente na pista de dança, seu look está divino e para a minha satisfação nada vulgar, sabe chamar atenção sem precisar ser como a maioria e não sei porquê, mas de um jeito ou outro isso deixa-me estranho, porém de um jeito bom, não sei explicar, apenas sinto-me assim.

Assim que cheguei neste lugar vi ela sentada com a amiga em uma das mesas, Natália direcionou o seu olhar para mim e levantou-se da sua cadeira, a Vicenta não queria vir onde o meu amigo e eu estamos, isso era nítido na sua cara de desgosto, sua acompanhante disse-lhe alguma coisa e ela sem muitas escolhas ficou de pé e a passos lentos e hesitantes veio até nós.

- poderia parar de olhar pra ela e esconder essa sua cara de bobo? - diz sorrindo.

- vá se ferrar! - riu mais alto.

- essas suas alunas são muito lindas - levou o copo de whisky para a boca - o que fará em relação a Vicenta?

- como assim Luís? - deixei de observar as duas e olhei pra ele.

- disseste que ela não te respeita e que está te tirando do sério, o que pretende fazer?

- não sei amigo, a menina é simplesmente mal educada - suspirei - e acho que você percebeu que a gente não se engole.

- vi do jeito que estavam se encarando, existia raiva nos vossos olhares - riu divertido - isso irá terminar cama.

Engasguei com o whisky.

- caramba Luís! - exclamei depois de se recuperar do engasgo - sabe quanto anos ela tem? Deve ter uns dezassete, no mínimo dezoito, além disso, é minha aluna e jamais me envolveria com ela.

- então para de olhá-la como se quisesse come-lâ viva.

- não posso perde-lâs de vista, estão bêbadas e é bem provável que alguém de má fé se aproveite delas no estado que se encontram.

- virou um salvador e eu não estou sabendo? - não preciso encará-lo para ter a certeza que há um sorriso divertido nos seus lábios.

- você está impossível hoje, sabia? - soltou uma gargalhada irritante e balançou a cabeça.

Luís já deve estar sob o efeito do álcool mesmo, como pôde dizer que a Vicenta e eu terminaremos na cama? Isso é um absurdo e se ele estivesse com as faculdades mentais em dia, teríamos uma discussão séria, é inquestionável a beleza da minha aluna e é inegável que os meus olhos se recusam a não olhar para ela sempre que a vejo, mas dizer que existirá algo entre nós é o cúmulo, é uma menina, uma adolescente que não sabe nada sobre a vida, ainda está na fase das descobertas e é imatura, sem contar que detesto seu comportamento infantil e juvenil. Nem sei porquê estou pensando nisso, deve ser a minha consciência querendo uma explicação do porquê estar sempre a observando como se a quisesse, mas a verdade é que não a quero, apenas gosto de olhar para algo belo, e ela é, sem dúvidas, a mulher mais linda que já vi.

Ainda com os olhos nela, a vejo sair da pista de dança cambaleando, Vicenta sobe no palco e pega no pole dance, assobios por parte dos homens invadem o ambiente e uma onda de irritação percorre nas minhas veias, não basta aprontar no colégio? Quer fazer isso fora dele também?

Deixo Luís se acabando na bebida e vou para onde muita gente está parada, ainda bem que não bebi demais, assim poderei cuidar dele e de mais duas loucas presente neste lugar. A adolescente não comportada cruza seus pés no pole dance e começa dançando lentamente, ela sabe o que está fazendo e isso deixa as pessoas fascinadas, incluindo a mim. Seu corpo se move de um jeito sensual e um arrepio sobe da meus braços até chegar na minha espinha, a aluna mal criada empina sua bunda não grande, mas ainda assim chamativa, e rebola até ao chão, dá pra ter uma visão prestigiada da sua bunda e porra! É o paraíso! Estou ficando quente por causa dela e a minha consciência me repreende por isso, é uma menina, é a minha aluna e eu não deveria estar sentindo isso.

- tira a roupa! - uma voz masculina disse e todo mundo gritou o mesmo que ele.

Vicenta levou suas mãos para o fecho da saia e sorriu maliciosa, ela vai fazer mesmo isso? Ah, mas eu não vou permitir, não mesmo.

Subi no palco e peguei o seu braço com força, não sei se a estou machucando e no momento não estou me importando nem um pouco, quero mesmo é dar uma boa lição nela e talvez assim aprenda a ter um pouco de consciência antes de agir como uma doida, precisa aprender a ser responsável e não se comportar como uma louca.

A multidão está protestando e xingando, mas isso não é problema meu, por mais que não suporte esta miúda, jamais deixaria que ela fizesse uma bobagem dessas, acordaria no dia seguinte e se arrependeria amargamente por isso, as pessoas são malvadas e não pensam duas vezes antes de destruir a vida dos outros, falo por experiência própria e não gostaria que uma jovem como ela passasse por uma fase constrangedora e amargurada. A Natália também bebeu muito e assim como a Vicenta, não sabe o que faz, beberam demais e agora eu é que tenho que cuidar delas.

respirei fundo diversas vezes e levei as duas para o meu carro, não sei como elas vieram e acho que devo perguntar um dos guardas depois. Voltei para a boate e apoiei o Luís no meu ombro, não é possível que todos estejam embriagados e somente eu esteja lúcido, nem quero imaginar o que seria deles se eu não estivesse aqui. Após deixar o Luís ao lado do banco do motorista, fui novamente para entrada tentar saber como as minhas alunas vieram aqui.

- boa noite camaradas - os dois seguranças se entreolharam e depois me olharam sérios - gostaria que me dessem uma informação.

- pergunta logo! - disse um deles.

- vocês viram as moças que saíram comigo, certo? - abanaram a cabeça em concordância- podem me dizer se elas vieram de táxi ou de carro?

- o que nós ganhamos com isso? - havia esquecido que neste País tudo funciona com dinheiro.

- isso está bom? - tirei da carteira cem reais.

- sim - pegou a grana da minha mão - elas vieram com aquela Lamborghini amarela.

Segui o olhar dos homens e sem me aperceber levantei uma de minhas sobrancelhas, que carro luxuoso uma delas tem, deve ter custado muitos milhões de reais.

- obrigada, me ajudaram muito.

- de nada chefe.

Esses três estão me dando trabalho e assim que estiverem lúcidos irão me ouvir, são duas da manhã e mal posso acreditar que estou indo embora a essa hora, gostaria de ter ficado mais tempo por lá, conheceria uma mulher gostosa do caralho e ficaríamos juntos no banheiro da boate ou na sua casa, nossos corpos ficariam satisfeitos e muito relaxados, esses três estragaram a minha noite e estou puto da vida por isso.

Depois de acompanhar Luís no seu apartamento que não é distante do meu, de ter tirado os seus sapatos e de ter jogado ele na sua cama, segui para o meu novo lar e tive uma grande dificuldade de levar as duas amigas para cima, mas com muito esforço e paciência consegui.

Deixei a Vicenta no sofá e subi as escadas com a Natália, ela está mais bêbada, por isso achei melhor levar primeiro a que está mais fora de si. Assim que chegamos no quarto tirei os seus saltos altos, a deitei na cama e cobri o seu corpo.

Voltei para a sala e encontrei a Vicenta dormindo no meu sofá, vou ter que carrega-lá e isso estava fora dos meus planos, mas infelizmente não tenho outra opção. Coloquei a Vicenta com cuidado nos braços e segui para o meu quarto, empurrei a porta do mesmo e deixei ela sentada na beirada da cama.

- colabora comigo garota - tirei as botas dos seus pés e as joguei para um canto qualquer.

Olhei para a sua roupa e cheguei a conclusão que ela não terá um sono tranquilo se deixá-la dormir assim, a Natália usa um vestido de cetim, é leve e não vi problema nenhum em não tirar a sua roupa, mas a Vicenta está com trajes apertados e não é aconselhável se deitar assim. Suspirei pesadamente e virei o meu rosto para o outro lado, minhas mãos foram de encontro a sua saia e a retirei o mais rápido possível, tentei achar o zíper da sua blusa ou seja lá o que é isso e não consegui encontrar, direcionei meu olhar para a única peça que cobre o seu corpo e não vejo nada que posso me ajudar a tirá-lo, como ela usou essa porra hein? Porquê não encontro nada? Avaliei mais uma vez a peça e percebi que o fecho está entre as suas pernas, caralho! Isso tinha que acontecer mesmo comigo? No meio das pernas? A sério? Não é possível, droga!

Levei as minhas mãos trêmulas para o lugar que prefiro não mencionar e consegui abrir a blusa, tirei a mesma da sua cabeça e vi seus peitos nus pularem para fora, porra! Prendi a respiração e tentei não olhar, mas infelizmente não consegui. Seus peitos são do tamanho médio e seus mamilos rosados e suculentos, imaginei em como seria se estivessem na minha boca ou nas minhas mãos, porém minha consciência me alertou do meu comportamento e me amaldiçoei por isso. Tirei do meu closet uma camisa minha, coloquei no seu corpo sem olhá-la e a deitei na cama, cobrindo o seu corpo depois.

Abri as bolsas das jovens e encontrei as chaves da Lamborghini na da Vicenta, chamei um táxi por aplicativo e voltei novamente para a boate.

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