Capítulo três

Não acredito que ele mandou-me para a diretoria logo na primeira semana de aulas somente porque respondi daquela maneira, talvez eu tenha sim passado um pouco dos limites, mas ter me tirado da sala foi um exagero da sua parte, ele é muito rude e já vi que não nos daremos bem, quem ele pensa que é pra me tratar assim? Nenhum Professor nunca fez isso comigo, sempre fui a melhor aluna das turmas que passei, por isso me tratavam como eu mereço, mas este novo é diferente e isso não me agrada nem um pouco.

Cheguei na sala do Diretor e respirei fundo, não acredito que estou prestes a entrar aqui pela primeira vez na vida e tudo porque o senhor Stefan é nervosismo demais para suportar uma brincadeira, ah mas aquele Professor ainda me paga, ah se vai.

Bati na porta duas vezes e ouvi um entre.

- bom dia senhor Jaime - o homem a minha frente está com os olhos na tela do computador.

- Vicenta? O que faz aqui? Quero dizer, algum problema?

- o Professor de História disse pra eu vir pra cá.

- sente-se por favor - assim o fiz - o que aprontou?

- nada - dei de ombros.

- está me dizendo que ele te mandou para a minha sala sem motivo? - levantou uma de suas sobrancelhas.

- Professor Andrade fez duas questões em relação a I Guerra Mundial, respondi elas correctamente e no final disse-lhe que dá próxima deve fazer questões de verdade, não umas bobas que até minha prima de doze anos pode responder.

- porquê fez isso menina?

- sei lá, é que ele não foi com a minha cara.

- será que não é o contrário?

- não senhor.

- uma vez que estamos na primeira semana de aulas e você é uma das melhores alunas do colégio, não direi nada aos seus pais.

- devo lhe agradecer por isso?

- o que disse? - sua expressão está furiosa.

- eu perguntei se devo lhe agradecer por isso.

- deve sim - disse com rispidez - e se por acaso uma situação como essa voltar a se repetir levará suspensão, estamos entendidos?

- sim senhor Jaime.

- óptimo, pode voltar para aula - levantei e abri a porta - Vicenta - revirei os olhos antes de virar para ele.

- sim?

- seja uma boa aluna e trate com respeito os seus Professores.

- claro - sorri sem ânimo - mais alguma coisa?

- não, vá para a sala!

Era só o que me faltava, ter que ouvir esse velho rabugento falar todas essas coisas para mim, ele é Diretor a muitos anos, quando comecei a estudar aqui já ocupava este cargo e não sei porquê ainda ocupa, deveria deixar a direção nas mãos de seu filho, sobrinho ou qualquer outro parente que goste, o melhor para o senhor Jaime seria se aposentar, viajar pelo mundo e aproveitar os anos que ainda lhe restam de vida da melhor maneira possível.

Entro na sala e o senhor Stefan continua explicando sobre a I Guerra Mundial e blá blá blá. Nos encaramos por um momento e pude ver raiva no seu olhar, mas como já disse isso não me intimida, também não gosto dele e fico com muito ódio por saber que será o meu Professor até ao final do ano lectivo.

- ficou louca? - Naty perguntou baixinho.

- falamos disso depois - tirei o meu material na mochila e deixei sobre a mesa.

Fico prestando atenção no que o Professor está falando e vou anotando no meu caderno alguns pontos necessários, por mais que ele seja sério e chato, não posso dizer que ensina mal, muito pelo contrário, explica bem e qualquer pessoa entenderia facinho o que diz. A aula decorreu normalmente, sem gracinhas por partes dos alunos e isso deixou-me surpreendida, os estudantes do ensino médio são indisciplinados e barulhentos, mas parece que todo mundo desta turma ficou com medo dele por ter me mandado para a diretoria logo na primeira semana, ainda estou inconformada e com muita raiva por ter feito isso comigo.

Arrumei as minhas coisas na pasta e saí caminhando em direção a porta com Natália ao meu lado, mas parei ao ouvir uma voz grossa e sexy atrás de mim, espera aí? Eu disse sexy?

- você fica senhorita William!

- te espero do lado de fora - ela piscou e saiu da sala com um sorriso malicioso.

O que será que ele quer? Não basta ter me mandado para a diretoria? Não estou com paciência para aturar nada que possa vir da sua pessoa e ele que não me provoque, senão vai se ver comigo.

- se me faltar com respeito novamente, não hesitarei em mandá-la para o Diretor - diz em um tom ameaçador.

- me fez esperar para isso?

- e pelo que mais seria? - levantou uma sobrancelha.

- escute bem Professor - apoiei os meus braços na sua mesa e o encarei profundamente - não tenho medo do senhor.

- e não quero que tenhas, apenas espero que tentes usar a boa educação que alguém em algum momento da sua vida a ensinou.

Ele não falou isso.

- está me chamando de mal educada?

- estou - apoiou os cotovelos na mesa e se afundou nos meus olhos - cê comportada e nós não teremos problemas, caso contrário....

- não sou obrigada a escutar isso - dou um passo pra trás e sigo para a saída.

- ainda não terminamos de conversar - diz entre dentes - é melhor você parar ou....

- ou o quê? - virei o meu corpo para encará-lo - vai me mandar outra vez para a sala do velho rabugento? Sinto muito em informá-lo, mas não estamos em horário de aulas e isso é meio que impossível sabe? - sorri e deixei ele murmurando alguma coisa inaudível.

Se ele pensa que pode mandar em mim está muito enganado, não recebo ordens nem dos meus pais e ele acha que pode me ameaçar? Homem mais chato e insuportável que esse Professor de quinta não conheço e acho que não existe, não pode simplesmente ser uma pessoa normal? Sorrir, ser divertido ao invés de ficar o tempo todo com a cara fechada? Ainda não vi seus lábios curvaram-se e nem sei se os seus dentes são tão brancos quanto os meus, na verdade não deveria estar pensando em uma coisa dessas, mas sim em  arranjar uma forma de aturá-lo durante todo o ano.

- em quê estava pensando Vicenta? Porquê falou com o Professor daquela maneira? E o que ele queria com você?

- uma pergunta de cada vez mulher.

- responda logo poxa!

- não fale assim comigo baixinha - falei um pouco chateada - senhor Stefan não gostou de mim e nem eu dele, tão simples quanto isso.

- não deverias ter lhe faltado com respeito na frente de toda turma.

- estava brincando, além disso, não pensei que ficaria tão nervosinho.

- e o que ele falou agora na sala?

- que eu devo lhe respeitar caso contrário irá mandar-me novamente para a diretoria.

- o gostosão do Stefan não está pra brincadeiras Vicenta, é diferente de qualquer outro Professor que já tivemos.

- infelizmente sim - fiz cara de desgosto - e pare de chamá-lo assim Natália.

- assim como? - faz-se de desentendida.

- de gostoso.

- e ele não é?

- sei lá - dou de ombros.

Não queria ter que assumir isso nem em pensamentos, mas a verdade é que o Professor de História é tudo que a Natália diz, ou quem sabe mais um pouco. É lindo, alto, musculoso, gostoso, charmoso, elegante e tem um ar de arrogância que lhe deixa sexy. Seus olhos são frios e intimidantes, mas também são misteriosos e marcantes, se eu não digo a Naty o que acho da beleza do senhor Stefan, é porque irá me encher o saco por um bom tempo e eu não estou a fim de ouvir a minha melhor amiga dizer que estou a fim dele.

Durante todo o trajeto até ao shopping a Natália não parava de dizer o quão gato é o nosso Professor, se eu não a conhecesse diria que  está a fim dele, mas ela é assim quando há uma nova pessoa bonita no colégio, fala do indivíduo por uns dias ou até mesmo semana e depois deixa de comentar como se ele nunca tivesse existido. Sei que em breve esse todo entusiasmo dela irá passar e eu não terei mais que ouvir o nome do senhor Stefan nas nossas conversas.

- Vicenta....

- se falar novamente da sua mais nova paixão juro que irei te deixar falando sozinha - falei firme.

- não ia fazer isso.

- ah não? O que ia dizer então?

- queria perguntar pra qual boate a gente irá.

- inauguraram uma na semana passada, a gente pode ir pra lá.

- uma óptima ideia - bateu palmas igual uma criança quando está contente - e o Professor Stefan não é a minha nova paixão, mas será a sua - entrou na loja deixando-me paralisada com as suas últimas palavras.

O que deu na Natália? Porquê disse isso? Ela só pode estar louca se acha que terei uma apaixonite por aquele brucamonte, grosso e frio, o cara é simplesmente insuportável e não aguento ficar no mesmo ambiente que ele, conheço o mesmo a dois dias e ainda assim conseguiu fazer com que não nos déssemos bem, a culpa é totalmente dele, se não tivesse me mandado para a diretoria, talvez teríamos uma relação de aluna e Professor estável, em pensar que terei que aturá-lo até ao final do ano, meu desgosto somente aumenta, não sei se irei conseguir não tirá-lo do sério, mas farei de tudo para que isso não aconteça, afinal de contas, ele disse que pode me mandar para a diretoria novamente e isso não é nada bom para mim, tenho uma imagem a zelar e não será ele que fará ela cair.

- deixa de ser assim baixinha, porquê falou aquilo?

- é a verdade, escute o que estou te dizendo.

- é cada um que você fala - revirei os olhos.

- os opostos se atraem.

- nem sempre, no nosso caso é ódio mesmo.

- isso vai acabar na cama - sorriu com malícia.

- pare de falar besteira! Vamos logo escolher o que iremos vestir amanhã.

Puxo Naty pelo braço e seguimos para um dos corredores da loja, tem várias peças lindas e chamativas por aqui e é disso que eu amo, gosto de ser o centro das atenções sempre e uma das formas mais fáceis de fazer isso é se vestir de um jeito extravagante, porém sem ser vulgar é claro, para mim a originalidade é tudo e de isso eu tenho de sobra.

Não apenas escolhemos o nosso figurino de amanhã, mas também compramos outros tipos de roupas para usar no dia-a-dia, as mulheres vaidosas são assim, nunca se cansam de fazer compras e no caso da Naty e eu não é diferente, sempre que nos dá na telha a gente abusa do cartão de crédito, afinal o dinheiro serve para isso, certo? Gastar.

Deixei a minha amiga na sua casa, uma vez que o seu carro ainda está na oficina e depois segui para a minha. Assim que cheguei, senti uma solidão me invadir, tudo bem que os meus pais e eu não temos uma relação amorosa, mas quando eles estão cá não me sinto uma formiga nessa mansão, sou filha única, o que quer dizer que estou sozinha com os empregados.

- maldição! - deixei as sacolas no closet e me joguei na cama.

Não estou a fim de arrumar agora tudo que comprei, irei fazer isso outra hora ou posso simplesmente ordenar que a Maria, uma das empregadas, faça por mim, é paga para isso e tenho certeza que fará de bom grado.

Ligo a tevê do meu quarto e não vejo nada de interessante passando, eu até poderia escolher um filme qualquer, mas estou cansada de ver televisão quase o tempo todo, minha vida se resume em colégio, casa, redes sociais, televisor, compras, namorado e viagens. Sinto que está faltando alguma coisa, preciso de adrenalina, de perigo, algo proibido, intenso, que fará eu me jogar de cabeça para baixo, estou farta do que acontece ao meu redor, quero experimentar coisas novas e diferentes e deste ano não passa.

Mandei uma mensagem para Natália perguntando se pode vir dormir comigo e a mesma respondeu que sim na mesma hora, não sei o que seria de mim sem ela, sempre está disposta a me ajudar, ouvir, aconselhar e me apoiar em quaisquer situações, é boa amiga e por mais que tenha o seu jeito meio doido, é uma excelente pessoa.

Finalmente o cansaço me vence e sinto meus olhos pesados e sonolentos.

- acorda rainha da porra toda! - sinto alguém mover o meu corpo de um lado para o outro, porém permaneço de olhos fechados, pois não sei se é um sonho ou não - acorda preguiçosa!

- uhhmm..

- ah, deixa de preguiça garota! - continua me cutucando.

- como você é chata e insuportável - digo esfregando os olhos.

- não pensou nisso quando pediu que eu viesse pra cá?

- pra ser sincera não - fiquei sentada na cama - obrigada por vir, te amo - a abraço.

- eu amo mais - me dá um beijo na testa.

- está com fome? Vamos comer.

- parece que leu a minha mente - rimos.

Fomos para a cozinha e pedi que uma das funcionárias servisse a nossa refeição, comemos na sala de estar vendo um desenho animado que a Naty escolheu e depois de uma hora subimos as escadas rumo ao meu quarto. Tomamos banho juntas e uma vez que a Natália trouxe uma pequena mala não foi necessário eu empresta-la um dos meus pijamas.

- boa noite anã - rio baixinho.

- durma bem girafa.

- não gostei desse apelido não - resmunguei um pouco irritada.

- e eu amei o que você me deu - disse com ironia.

- é melhor a gente descansar, amanhã o dia será longo.

- verdade - desligou o abajur - sonhe com os anjinhos girafa - soltou uma gargalhada malvada.

- sua idiota - digo fechando os olhos devagar.

Estamos indo a nova boate com um dos carros do meu pai, não quis levar o meu Mercedes Benz, por isso peguei emprestado a Lamborghini amarela, sei que irá ficar bravo assim que um dos fofoqueiros daqueles seguranças contar pra ele, mas não estou muito preocupada com isso, sempre quis conduzir essa obra prima, porém o senhor William nunca deixava, e com qual desculpa mesmo? " Você é jovem demais para andar com este automóvel Vicenta, isso pode chamar a atenção de bandidos e eu não me perdoaria se algo de ruim te acontecesse". É óbvio que nenhum mal irá acontecer comigo, quero curtir a vida da melhor forma possível e é isso que estou fazendo, não sei se o meu pai irá me pôr de castigo assim que souber , mas prefiro correr o risco mesmo assim, sei que valerá a pena, a sensação de colocar as mãos neste volante é incrível e estou pouco me lixando para o que vier depois.

A Naty optou por essa noite um vestido midi justo de cetim sem manga da cor rosa e saltos scarpin branco e uma carteira creme. E eu estou usando um body de onça manga longa, saia de napa preta com um zíper dourado na frente, botas de cano alto preta e uma bolsinha preta também. Estamos lindíssimas, na verdade deslumbrantes e hoje a noite é nossa.

Por pouco não tivemos problemas por causa da Natália, ela ainda não fez dezoito anos e um dos seguranças tentou impedir a sua entrada, mas a gente deu uma boa grana a ele e os seus amigos e liberaram a passagem em um piscar de olhos.

- não vejo a hora de ser maior de idade - disse depois de sentarmos em uma mesa do lado do centro.

- ainda falta muitos meses.

- infelizmente - suspirou.

- boa noite, sejam bem-vindas senhoritas - sorriu amigavelmente - o que vão querer pedir?

- eu quero um gin de morango - falei.

- traga para mim um whisky duplo.

- é pra já - disse depois de anotar.

- é melhor trazer a garrafa inteira mesmo - ele riu e eu fiquei com os olhos arregalados.

- não demoro - saiu da nossa presença.

- não olhe pra mim desse jeito!

- tudo bem - levantei os braços em gesto de rendição.

- é sábado Vicenta e irei encher a cara até não conseguir andar.

- aí os nossos pais descobrem e a gente fica de castigo o ano inteiro.

- não irão saber - deu de ombros.

- disso tenho certeza.

- aqui está o pedido de vocês - deixou sobre a mesa.

- és muito flexível.

- meu trabalho exige isso senhorita - olhou para a Naty - qualquer coisa é só chamar.

- obrigada.

- de nada senhorita - se retirou.

O lugar ainda não está cheio, deve ser porque são vinte e duas horas e geralmente as pessoas costumam chegar tarde a lugares como este. A boate é iluminada por lâmpadas em Led, o teto é em formato de gaiola que muda de cor constantemente e as mesas estão muito bem organizadas. Esta casa noturna conta com duas áreas de bar, camarotes VIP, restaurante, pista de dança e um palco com pole dance. É elegante, sofisticado e podem ter a certeza que virei aqui mais vezes.

- olha lá o Professor de história - mas isso não é possível, poxa!

- onde? - perguntei sem ânimo.

- no balcão do bar, vem, vamos ter com ele - levantou-se.

- está louca? Daqui não saio.

- ele já nos viu Vicenta e se você não quer que eu te puxe, é melhor levantar sozinha - meus olhos com certeza estão em chamas.

Não acredito que a Natália esteja fazendo isso comigo, não gostaria de ir falar com ele, mas o que posso fazer se fui ameaçada pela minha melhor amiga? Não entendo o porquê dela estar agindo assim, é como se estivesse me lançando para o senhor Stefan e por Deus, nunca me envolveria com um Professor, principalmente se for fechado e rude como este, seria mais fácil se a gente ignorasse a presença dele aqui e fingisse que não o conhecemos, não é o suficiente vê-lo no colégio? É necessário que o veja fora dele também? Que saco!

- boa noite Professor Stefan - essa miúda ainda vai se ver comigo.

- como vai Natália?

- bem e o senhor?

- óptimo - sorriu - este é o meu amigo Luís.

- muito prazer - estendeu a mão.

- o prazer é todo meu senhorita - beijou ela.

- Vicenta - me encarou sério.

- Professor - não desviei o olhar do dele.

- a gente ainda tem muito o que falar.

- é mesmo? - debochei.

- sim.

- e prefere que seja agora? Porquê eu posso perfeitamente deixar de curtir esta noite mágica e ter uma agradável conversa com o senhor - o amigo riu.

- não, mas na segunda-feira - respondeu com rispidez.

- está bem então - dei de ombros - vamos Naty.

- continuação de uma boa noite senhores.

- pra vocês também senhoritas.

O cara trata bem a Natália, mas é frio comigo e depois a malvada e a bruxa da estória como sempre é a Vicenta, não é possível que eu tenha feito um inimigo em menos de uma semana de aula, fico me perguntando o que seria de mim se fosse uma ignorante na sua disciplina, obviamente teria que ter aulas extras e como consequência ficaria ao seu lado quase todos os dias e isso é tudo que menos quero, este ano será longo, disso eu tenho certeza.

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Dulce Tavares

Dulce Tavares

a magia tem que acontecer

2024-02-22

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11 capítulo onze
12 capítulo doze
13 capítulo treze
14 capítulo quatorze
15 capítulo quinze ( continuação do capítulo anterior)
16 Capítulo dezasseis
17 Capítulo dezassete
18 Capítulo dezoito
19 Capítulo dezanove
20 Capítulo vinte
21 Vinte e um
22 Vinte e dois
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