Açucena acorda cedo e se espreguiça. Depois de um sono revigorante, sentia-se pronta para começar o dia. Ela se arruma e quando chega à cozinha, encontra Lydia preparando o café a todo vapor.
-Bom dia, tia Lydia. Pensei que havia madrugado, mas percebi que não sou páreo para você.
-Bom dia, princesa. Sempre levanto muito cedo, vou para a padaria às quatro da manhã, depois retorno ás sete horas para descansar um pouco. Sabe como é, depois de anos trabalhando tanto, me dei ao luxo de diminuir o ritmo. Graças a Deus tenho funcionários de confiança e fico apenas fazendo o controle.
- O nome disso é qualidade de vida: poder trabalhar menos e desfrutar do que ele proporciona.
Lydia e seu marido Daniel possuíam uma padaria e depois da morte dele, ela passou a cuidar de tudo sozinha. Quando seus filhos eram pequenos ela os levava de madrugada para que não ficassem sozinhos em casa. Foi difícil, mas hoje colhia os frutos de todo seu esforço.
Elas riem uma para a outra e se sentam para tomarem café. Lydia explica os detalhes sobre a vaga que havia conseguido para ela. A maior fazenda da região, que também era um hotel fazenda, estava precisando de uma cozinheira. O hotel estava em reforma e tinha dado férias coletivas para todos os funcionários, mas o dono da propriedade estava vindo de São Paulo para acompanhar as reformas de perto, então precisaria de uma cozinheira.
-Filha, tem certeza de que quer mesmo essa vaga? Sabe que poderia ficar hospedada aqui em casa, o Bruno te levaria para fazer os passeios turísticos e te apresentaria a região.
-Quero sim, tia. Agradeço de coração a oferta da hospedagem, mas o que realmente quero é sentir a sensação de acordar naquele casarão e observar a paisagem ao amanhecer e entardecer. Quero poder andar livremente pela propriedade e conviver com as outras pessoas, sabe? Tenho certeza que valerá a pena.
- Tudo bem, filha. Mas saiba que pode contar comigo para o que precisar.
-Como bem sabe, cresci na cozinha do restaurante e sempre amei cozinhar. Eu até trouxe um livro de receitas da mamãe, tem muita comida típica dessa região. Vou busca-lo para que você dê uma olhada e me diga o que acha ideal para o dia-a-dia.
Açucena busca o livro e elas ficam conversando sobre as receitas. Elas acabam se emocionando ao lembrarem-se de seus pais. Algum tempo depois Bruno entra sem camisa, exibindo o abdome definido e deixando Açucena envergonhada.
-Filho, vá vestir uma camisa. Esqueceu que temos visita em casa?
Ele dá um sorriso divertido, volta para o quarto e depois retorna vestido.
-Será que agora posso comer? Estou morto de fome!
Ele se junta a elas e pergunta à Açucena:
-Então, minha linda, vai mesmo para a Fazenda Preciosa? – Ela assente e ele continua: - Boa sorte, lá é muito lindo, mas o dono é difícil de lidar. Ele é muito exigente e não é muito de conversa.
Ela o ouve atentamente, mas não se deixa abater.
- Não me importo com isso. Me concentrarei no meu trabalho e nos intervalos vou aproveitar para explorar o lugar o máximo que puder. Mas sua mãe me disse que você me apresentaria alguns lugares... não vou mentir, se puder realmente me levar, eu quero muito ir!
-Sempre estarei disponível para você, linda. Será um prazer.
Açucena sente suas bochechas queimarem. Então abaixou o rosto e agradeceu com um sorriso doce nos lábios. Estava muito empolgada em conhecer a grandiosa Fazenda Preciosa.
Lydia e Açucena preparam juntas o almoço e a tarde saem para passear pela pequena cidade. A riqueza dos casarões históricos, praças e ruas bem cuidadas enchiam os olhos dela. Açucena levou seu caderno de desenhos e logo começou a esboçar o magnífico prédio da prefeitura da cidade.
-Você é uma artista, menina! Quero um desenho meu também!
Lydia faz uma pose e Açucena faz um rápido esboço e lhe mostra.
-Não ficou muito bom, mas prometo depois fazer um melhor!
-Nossa eu amei! Vou mandar emoldurar. Você tem múltiplos talentos e esse você herdou do seu pai.
Elas ficam ali na praça tomando sorvete, observando as pessoas que iam e vinham sem pressa. Lydia aproveitou e a apresentava aos vizinhos e amigos, explicando de quem era filha. Açucena sentia-se muito bem-vinda, as pessoas eram extremamente simpáticas com ela.
“Talvez procure meus parentes aqui na cidade e me aproxime deles. ”
Quando a noite começa a cair, elas voltam para casa e Açucena vai para seu quarto e faz anotações, toma referências e faz mais alguns esboços. Depois toma banho e vai descansar pois no dia seguinte acordará cedo para ir para a fazenda.
Após tomarem um rápido café, Lydia e Açucena se despedem, Bruno a levará para a fazenda. Por vezes Açucena notou seu olhar de canto de olho para ela e isso a deixava intrigada.
-E aí, primo, por que você está me reparando tanto?
Ele faz uma expressão de curiosidade e responde sua pergunta com outra:
-Primo? Desde quando sou seu primo?
-Bom, sua mãe para mim é uma tia, logo naturalmente te considero como primo. Amei a ideia porque nunca tive contato com os familiares dos meus pais, sempre fomos só nós quatro lá em casa, hoje em dia só eu e meu irmão. Pensar em ter um primo é muito bom!
Ele dá um sorriso cafajeste e lhe responde:
- Pode me considerar o que quiser, desde isso não me impeça de namorar com você, tudo bem.
Ela o olha espantada, engole em seco e sente as bochechas queimarem de vergonha.
-Namorar? Como assim? Você está louco?
Bruno dá de ombros e responde sem se deixar abalar:
- Louco eu seria se visse uma beldade como você e não me interessasse, não acha?
“Ah, meu pai, agora morro de vergonha de vez! ”- ela pensou.
-Lá vem você com essa história de beldade... –Açucena ri, enquanto balança a cabeça em negação.
-Por que fica tão envergonhada ao ouvir elogios, Açucena? Uma mulher tão bonita não deveria nem se importar com eles, já que deve ouvi-los o tempo todo.
Ela dá uma gargalhada divertida.
-Nunca fui boa com elogios, além do mais, saiba que a primeira pessoa que me chamou assim foi você.
-Isso é porque sou mais esperto que todos!
-Ou o mais atirado!- ela retruca.
Eles riem e ela se volta para a linda paisagem ao seu redor. Então recita um trecho do poema Vale do Ciclo do Café:
...Um passeio pelo Vale...
...revitaliza a memória......
...Senzala, fazenda e café,...
...estão no passado da história....
- Você gosta de Rivkah Cohen? Interessante, minha linda Açucena. Você é uma caixinha de surpresas.
- Esqueceu que sou formada em literatura? Sou especialista em poesia nacional. Apesar de amar os grandes clássicos como Machado de Assis ou Camões, a poesia simples é o que me cativa porque é acessível e todos conseguem compreendê-la facilmente. Não é necessário que haja um intermediário explicando para os mais simples o seu significado, eles mesmos conseguem entende-la.
- Puxa, além de linda, simpática ainda é superinteligente. Se você não parar de ser tão perfeita, vou ser obrigado em te pedir em casamento agora mesmo.
Ela ri como o gracejo dele e pede que ele lhe conte um pouco sobre a história do Vale. E assim conversam até chegarem à imponente Fazenda Preciosa.
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Bruno além de lindo é muito simpático, não é?
Açucena parece gostar do seu jeito...
Agora começa sua história na Fazenda Preciosa. Espero que gostem.
Comentem e curtam, isso é essencial para a divulgação dessa obra.
Um grande😘
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Atualizado até capítulo 216
Comments
Deusinha Santos
tô adorando essa história
2023-02-19
4
Bandeijas Espelhadas Louças
comecei leitura hoje dia 12/02)23 parece ser boa vamos lá
2023-02-12
2
Anna Oliveira
comecei ler agora, e estou gostando! mais acho que não será Bruno, o seu amado.😏🤔
2023-02-03
1